30/03/2023

O papel das áreas verdes urbanas vai muito além do seu efeito estético ou da melhoria da qualidade ambiental e de vida da população local. Entre tantos benefícios, podemos afirmar que as áreas verdes urbanas possuem enorme relevância ecológica, sendo uma importante estratégia para minimizar o impacto causado pela expansão urbana desordenada que contribui para a redução e a fragmentação dos habitats naturais de muitas espécies.

O papel das áreas verdes urbanas vai muito além do seu efeito estético ou da melhoria da qualidade ambiental e de vida da população local. Entre tantos benefícios, podemos afirmar que as áreas verdes urbanas possuem enorme relevância ecológica, sendo uma importante estratégia para minimizar o impacto causado pela expansão urbana desordenada que contribui para a redução e a fragmentação dos habitats naturais de muitas espécies.

A escassez de áreas de vegetação nativa e preservada faz com que os animais silvestres acabem saindo de seus ambientes naturais, seja à procura de outras áreas ou em busca de alimento e abrigo. As áreas verdes urbanas, em sua maioria, são formadas por uma vegetação heterogênea, composta por espécies nativas e exóticas que muitas vezes servem como ponto de descanso, abrigo e alimentação aos animais que seguem para áreas verdes maiores e mais afastadas da cidade ou daqueles que as utilizam por estarem próximos aos limites de seus habitats naturais.

Também não são raros os casos de animais silvestres que fazem das áreas verdes urbanas sua nova casa. Isso normalmente gera alguns contratempos, como o contato destes indivíduos com animais domésticos abandonados ou criados soltos, por exemplo, que pode acarretar na transmissão de doenças, na competição por recursos, na predação e em acidentes.

Nestas áreas, também é comum a proximidade desses animais com pessoas, uma vez que é frequente achar que um animal que está numa área urbana é manso ou domesticado. Isso acaba promovendo o contato inseguro entre homem x animal silvestre, podendo culminar em mordidas, bicadas e arranhaduras. Além disso, devemos evitar o contato direto com animais silvestres de vida livre por conta da possibilidade de transmissão de doenças, tanto do animal para o homem quanto do homem para o animal. Outra grande problemática envolvendo a fauna silvestre nas áreas verdes urbanas está relacionada à alimentação oferecida a estes animais pelas pessoas. O alimento é o principal atrativo para o animal e quando o disponibilizamos de forma inadequada, além de estimularmos um contato que não é benéfico, podemos prejudicar esses indivíduos e até colocar em risco sua saúde.

Entenda por que não devemos alimentar animais silvestres nas áreas verdes urbanas:
– Pode alterar o metabolismo do animal;
– Desmotiva os animais a buscarem seu próprio alimento;
– Desfavorece o gasto energético e o exercício de suas habilidades e comportamentos naturais;
– Promove uma dieta inadequada e desbalanceada, favorecendo o aparecimento de doenças nutricionais e outras que normalmente os animais não teriam, como diarreia, diabetes etc.;
– Gera desequilíbrios no ecossistema e na dinâmica das espécies que coexistem na área;
– Pode interferir no processo de dispersão de sementes.

Então, quer praticar esportes ao ar livre, passear, divertir-se e estar em contato com a natureza e ainda observar os animais silvestres? Veja as dicas abaixo para aproveitar sua visita a áreas verdes urbanas em harmonia com a natureza e a fauna:
– Respeite as normas do parque;
– Recolha todo o seu lixo. Lembre-se de não deixar nada para trás;
– Não deixe seus animais domésticos soltos nestas áreas. Evite o contato deles com animais silvestres;
– Não toque nos animais silvestres, eles não são domésticos e podem atacar;
– Não alimente os animais silvestres;
– Procure conhecer mais sobre os hábitos dos animais que vivem nas áreas verdes que frequenta e passe a observá-los e admirá-los à distância.

 

Texto: Bióloga Patrícia Alexandrini MenaoFundação Parque Zoológico de São Paulo
Gestão de conteúdo e planejamento – Cibele Aguirre – CEA/ SEMIL

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