21/12/2020

Em nosso modo de vida atual, a fim de suprir as necessidades que se apresentam no cotidiano, nos utilizamos de diversos bens e serviços produzidos. Quando pensamos em consumo sustentável ou consumo consciente, um ponto de partida é considerar nosso modo de vida sob dois aspectos: primeiro, quais são essas necessidades e, segundo, a quem é garantido que sejam atendidas. Em 1987, como publicado no Relatório “Nosso Futuro Comum”, da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a definição de desenvolvimento sustentável é “aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas necessidades”. Essa definição dá uma pista de que a garantia deve ser abrangente à toda a humanidade existente e, ainda, às gerações que estão por vir. Mas, para isso, precisamos nos dedicar a explorar o primeiro aspecto, ou seja, o que é essencial e o que não é. Além disso, pensar como é possível adotarmos um modelo de produção que não implique em esgotar as possibilidades de sobrevivermos, mantendo uma relação de equilíbrio com a capacidade de reposição e manutenção dos recursos naturais. Dentre os objetivos da educação ambiental está a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência entre o meio natural, o socioeconômico, político e cultural, sob o enfoque da sustentabilidade. De maneira simplificada, qualquer escolha de consumo que fazemos – alimentos, lazer, transporte, presentes, tecnologia e qualquer outro exemplo que possa ser pensado, tem implicação no meio natural, socioeconômico, político e cultural. E, portanto, as escolhas de consumo são parte importante da engrenagem do modelo de desenvolvimento que vivemos – quais serão acionadas e em que sentido farão o motor girar. Seguem abaixo algumas dicas para que estas escolhas sejam feitas sob o enfoque da sustentabilidade: 1. Necessidade ou impulso? Dedique-se a refletir por um instante antes de cada aquisição com autoquestionamentos como: preciso disso neste momento? Já possuo algo que atende à necessidade que isso que escolhi representa? Que tipo de necessidade estou procurando atender ao adquirir este produto? Faça o teste e perceba como agir por impulso nos ajuda a mover a engrenagem no sentido de aquisições supérfluas ou que não servirão para atender à real necessidade que se busca, como fazer compras para “desestressar”, por exemplo. 2. De onde veio? A forma como foi o processo produtivo é muito importante no processo das escolhas de consumo. Antes de adquirir, é importante questionar: qual a matéria-prima utilizada e como foi extraída/produzida? Que tipos de insumos foram utilizados no cultivo? Que cuidados tiveram e quais os impactos ambientais no processo produtivo? Há respeito com quem trabalha no ciclo produtivo e no comércio destes produtos? Não saber ou não encontrar informações claras e facilmente disponíveis sobre isso dá pistas de que alguma engrenagem pode estar girando no sentido oposto da sustentabilidade. 3. Para onde vai? E quando o produto se esgotar, para onde vai a embalagem? Existe tecnologia disponível e mercado para que seja reciclada e faça parte do ciclo produtivo novamente? A indústria que produziu está comprometida com a logística reversa? O que acontece depois que esse produto cumprir sua finalidade para mim? Pelos princípios da Economia Circular, o descarte do produto como “lixo” ao final do ciclo produtivo é um “erro de design”. Percorrendo as etapas anteriores de questionamento, a escolha de consumo pensando no “E depois?” deve passar pela opção do produto que tiver maior durabilidade, que não seja descartado em um curto e médio prazo e, de preferência, possa ser doado ou reaproveitado por outro consumidor para que possa continuar cumprindo sua utilidade. Refletir antes de cada opção de consumo pode parecer trabalhoso. Mas, para alcançarmos o desenvolvimento sustentável, precisamos assumir nossa corresponsabilidade para manter ou, idealmente, provocar mudanças no modelo de desenvolvimento atual. Há custos sociais, econômicos e ambientais ao longo do caminho de cada produto que optamos por consumir, ainda que não façamos os cálculos destas implicações a cada escolha de consumo. Dentre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS, está o ODS 12 – Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis. E uma meta que possibilita seu cumprimento é garantir que todas as pessoas tenham informação relevante e consciência sobre o desenvolvimento sustentável e sobre estilos de vida em harmonia com a natureza (Meta 12.8). E, uma vez que tenhamos acesso a essas informações, o próximo passo é colocá-las em prática. Esperamos ter contribuído para que, a partir de hoje, você seja capaz de fazer escolhas para consumir o que é realmente necessário; em processos produtivos ambientalmente, socialmente e economicamente adequados; e que tenha um ciclo de vida longo ou renovável.

Em nosso modo de vida atual, a fim de suprir as necessidades que se apresentam no cotidiano, nos utilizamos de diversos bens e serviços produzidos.

Quando pensamos em consumo sustentável ou consumo consciente, um ponto de partida é considerar nosso modo de vida sob dois aspectos: primeiro, quais são essas necessidades e, segundo, a quem é garantido que sejam atendidas.

Em 1987, como publicado no Relatório “Nosso Futuro Comum”, da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a definição de desenvolvimento sustentável é “aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas necessidades”.

Essa definição dá uma pista de que a garantia deve ser abrangente à toda a humanidade existente e, ainda, às gerações que estão por vir.

Mas, para isso, precisamos nos dedicar a explorar o primeiro aspecto, ou seja, o que é essencial e o que não é. Além disso, pensar como é possível adotarmos um modelo de produção que não implique em esgotar as possibilidades de sobrevivermos, mantendo uma relação de equilíbrio com a capacidade de reposição e manutenção dos recursos naturais.

Dentre os objetivos da educação ambiental está a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência entre o meio natural, o socioeconômico, político e cultural, sob o enfoque da sustentabilidade.

De maneira simplificada, qualquer escolha de consumo que fazemos – alimentos, lazer, transporte, presentes, tecnologia e qualquer outro exemplo que possa ser pensado, tem implicação no meio natural, socioeconômico, político e cultural.

E, portanto, as escolhas de consumo são parte importante da engrenagem do modelo de desenvolvimento que vivemos – quais serão acionadas e em que sentido farão o motor girar.

Seguem abaixo algumas dicas para que estas escolhas sejam feitas sob o enfoque da sustentabilidade:

  1. Necessidade ou impulso? Dedique-se a refletir por um instante antes de cada aquisição com autoquestionamentos como: preciso disso neste momento? Já possuo algo que atende à necessidade que isso que escolhi representa? Que tipo de necessidade estou procurando atender ao adquirir este produto? Faça o teste e perceba como agir por impulso nos ajuda a mover a engrenagem no sentido de aquisições supérfluas ou que não servirão para atender à real necessidade que se busca, como fazer compras como objetivo de passar o tempo ou relaxar, por exemplo.
  2. De onde veio? A forma como foi o processo produtivo é muito importante no processo das escolhas de consumo. Antes de adquirir, é importante questionar: qual a matéria-prima utilizada e como foi extraída/produzida? Que tipos de insumos foram utilizados no cultivo? Que cuidados tiveram e quais os impactos ambientais no processo produtivo? Há respeito com quem trabalha no ciclo produtivo e no comércio destes produtos? Não saber ou não encontrar informações claras e facilmente disponíveis sobre isso dá pistas de que alguma engrenagem pode estar girando no sentido oposto da sustentabilidade.
  3. Para onde vai? E quando o produto se esgotar, para onde vai a embalagem? Existe tecnologia disponível e mercado para que seja reciclada e faça parte do ciclo produtivo novamente? A indústria que produziu está comprometida com a logística reversa? O que acontece depois que esse produto cumprir sua finalidade para mim? Pelos princípios da Economia Circular, o descarte do produto como lixo ao final do ciclo produtivo é um erro de design. Percorrendo as etapas anteriores de questionamento, a escolha de consumo pensando no “E depois?” deve passar pela opção do produto que tiver maior durabilidade, que não seja descartado em um curto e médio prazo e, de preferência, possa ser doado ou reaproveitado por outro consumidor para que possa continuar cumprindo sua utilidade.

 

Refletir antes de cada opção de consumo pode parecer trabalhoso. Mas, para alcançarmos o desenvolvimento sustentável, precisamos assumir nossa corresponsabilidade para manter ou, idealmente, provocar mudanças no modelo de desenvolvimento atual. Há custos sociais, econômicos e ambientais ao longo do caminho de cada produto que optamos por consumir, ainda que não façamos os cálculos destas implicações a cada escolha de consumo.

Dentre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS, está o ODS 12 – Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis. E uma meta que possibilita seu cumprimento é garantir que todas as pessoas tenham informação relevante e consciência sobre o desenvolvimento sustentável e sobre estilos de vida em harmonia com a natureza (Meta 12.8).

E, uma vez que tenhamos acesso a essas informações, o próximo passo é colocá-las em prática.

Esperamos ter contribuído para que, a partir de hoje, você seja capaz de fazer escolhas para consumir o que é realmente necessário; em processos produtivos ambientalmente, socialmente e economicamente adequados; e que tenha um ciclo de vida longo ou renovável.

 

E, se quiser saber mais sobre o assunto:

Caderno de Educação Ambiental – Consumo sustentável

Participe! Educação Ambiental e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

Caderno de Educação Ambiental – Logística Reversa 

Participe! Economia Circular

Participe! Transição agroecológica e a certificação para agricultura orgânica

 

Texto: Rachel Azzari – Coordenadoria de Educação Ambiental – CEA/SIMA