10/02/2025

Em 10 de fevereiro, é comemorado o aniversário do Parque Estadual Alberto Löfgren, popularmente conhecido como Horto Florestal. O parque é uma unidade de conservação de proteção integral (Lei Federal n° 9.985/2000) e faz parte da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo, reconhecida pela UNESCO como parte integrante da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. É tombado como patrimônio cultural, pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT), por meio da Resolução nº 18, de 4 de agosto de 1983, da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo e pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (CONPRESP), por meio da Resolução nº 31/1992. O parque, que completa 129 anos, foi criado, em 1896, com a desapropriação do antigo Engenho Pedra Branca, uma fazenda de café e cana-de-açúcar (pelo Decreto n° 335, de 10 de fevereiro de 1869 e pela Lei Estadual n° 10.228, de 24 de outubro de 1968.)

Foto: Paulo Andreetto de Muzio – foto do Museu Florestal.

 

Seu idealizador foi o naturalista sueco Alberto Löfgren, chefe da Seção de Meteorologia e Botânica da Comissão Geográfica e Geológica da Província de São Paulo, criada em 1886, que além de ser o embrião do Serviço Florestal (posteriormente Instituto Florestal e atualmente IPA – Instituto de Pesquisas Ambientais, criado pelo Decreto estadual 65.796, de 16 de junho de 2021, é a junção de três instituições seculares, Instituto de Botânica, Florestal e Geológico).

O espaço foi criado como horto botânico, com campos de experimentação e serviço florestal, ou seja, um local visando à pesquisa e ao reflorestamento. Em 1907, o espaço passou a ser sede da Seção de Meteorologia e Botânica e, em 1911, já respondendo diretamente à Secretaria de Agricultura, foi transformado em Serviço Florestal do Estado de São Paulo.

São conhecidas para a área protegida 786 espécies vegetais. Destacam-se a juçara Euterpe edulis, o jacarandá-paulista Machaerium villosum e o fumo-bravo Solanum bullatum. Para a fauna de vertebrados, foram registradas 11 espécies de anfíbios, 20 de mamíferos e 215 de aves. Podem ser vistas no Parque espécies como o serelepe Guerlinguetus brasiliensis, o quati Nasua nasua, o jacuguaçu Penelope obscura e o tucano-de-bico-verde Ramphastos dicolorus.

Foto: Paulo Andreetto de Muzio – foto de pica-pau-verde-barrado (Colaptes melanochloros) no Horto Florestal.

 

A flora é mesclada com arborização de espécies exóticas e nativas em arboretos ou isoladas com regeneração espontânea de espécies nativas e exóticas. A vegetação outrora existente e de seu entorno é classificada como Floresta Ombrófila Densa Montana. Espécies em extinção: Pinheiro-brasileiro, peroba-rosa, pau-marfim, pau-brasil, cambuci, cedro-rosa, cedro-do-brejo, jacarandá-da-bahia, brauna, sassafras, imbuia, bolsa-de-pastor.

Em 1931, foi inaugurado o Museu Florestal. O espaço foi a sede da pesquisa científica do Serviço Florestal (que já se expandia por todo o Estado de São Paulo) e ali surgiu o herbário, a xiloteca (coleção/ acervo de madeiras) e a biblioteca da instituição, equipamentos que foram ampliados ao longo dos anos dentro da infraestrutura do Instituto Florestal.

O Museu foi criado para funcionar tanto como laboratório de ciência, quanto espaço de popularização das atividades científicas realizadas na instituição. Seu acervo é um convite à reflexão sobre o uso racional da biodiversidade paulista. São diversas coleções em madeira e outras plataformas (incluindo a própria arquitetura do Museu), que possibilitam que o espaço conjugue ciência, história e arte de maneira inédita.

Em 1948, o nome de Octávio Vecchi, seu idealizador, foi incorporado à denominação do Museu Florestal. Da mesma forma, o nome de Alberto Löfgren foi incorporado à denominação do Parque, na década de 1990, época em que o rei e a rainha da Suécia visitaram o local.

 

Ciência, História, Cultura e Meio Ambiente

Foto: Paulo Andreetto de Muzio (Horto Florestal).

Além da importância científica, o Parque Alberto Löfgren tem, também, relevância cultural. A área salvaguarda a história do protagonismo histórico do estado de São Paulo, em relação à ciência e à conservação ambiental.

De um ponto de vista mais amplo, o Parque é imprescindível para a compreensão da formação da identidade paulista tal qual conhecemos. De maneira mais localizada, a área mantém um vínculo afetivo com os moradores da região.

Foi no Horto que, em 1939, foi criado o Clube Atlético Silvicultura, agremiação esportiva consagrada no futebol de várzea e que existiu até o início dos anos 2000. Da estrutura do Clube, restou o campo de futebol de tamanho oficial, ainda bastante utilizado pelos visitantes do Parque.

Em 1956, ocorreu, no Parque, a entronização de uma imagem de São João Gualberto, o santo protetor das florestas, esculpido em mármore de carrara, vindo da Itália. Em 1970, o Parque ganhou uma estátua do Curupira, entidade fantástica de nosso folclore, e, em 2019, ganhou nova imagem em reposição à anterior que havia sido depredada décadas antes (a antiga foi recuperada e encontra-se no Museu).

O Parque Estadual Alberto Löfgren possui, ainda, uma indiscutível beleza cênica. Seus lagos e arboretos, que abrigam uma rica biodiversidade bastante próxima à área urbana, são um convite aos apreciadores da natureza. A área, com centenas de espécies da fauna, é bastante propícia para o turismo de observação de aves.

 

E você, já visitou o Parque Estadual Alberto Löfgren?

Para CelebrAção desta data, convidamos você a compartilhar sua experiência com o Parque Alberto Löfgren:

 

Saiba mais sobre o Parque Estadual Alberto Löfgren:

O Parque Estadual Alberto Löfgren (PEAL) possui 186 há e é dividido em zonas de uso público, que estão organizadas em quatro núcleos: Horto Florestal (32,83 ha), Olaria (1,13 há), Polo Eco Cultural (94,47 ha), o Arboreto Vila Amália (35,47 ha) e área institucional, restrita ao público visitante, onde abriga a sede do Instituto de Pesquisa Ambientais – IPA.

Em abril de 2022, foi iniciada a concessão das áreas de uso público do Parque. A empresa vencedora da licitação e atual administradora da área é a Urbia Parques.

O canal de atendimento da concessionária é: faleconosco@urbiaparques.com.br
Endereço: Rua do Horto, 931 – São Paulo, Bairro: Mandaqui. CEP: 02377-000
Telefone: (11) 2231-8555 Ramal 2051
E-mail: pehortoflorestal@sp.gov.br
Site: http://www.hortoflorestal.sp.gov.br
Infraestrutura: Núcleo de Educação Ambiental / Núcleo Estação Vida Melhor Idade, Fraldário, piquenique, cooper, equipamentos de ginástica, parquinho, Museu Florestal.
Turismo: Diariamente, das 05:30 às 18:00.
Ficha com resumo da área protegida: https://smastr16.blob.core.windows.net/iflorestal/2018/09/PE-Alberto-Lofgren.pdf

 

 

 

 

 

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Revisão, atualização e edição de texto: Denise Scabin – CEA/SEMIL

Gestão de conteúdo, planejamento e arte: Cibele Aguirre – CEA/ SEMIL

 

 

 

Referências

SEMIL. Parques Urbanos. Disponível em: https://semil.sp.gov.br/sma/parques-urbanos/#1693942161184-eb929963-f948
SEMIL. Alberto Löfgren. Disponível em: https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/institutoflorestal/areas-protegidas/parques-estaduais/alberto-lofgren/

2 Respostas para “10 de fevereiro – Aniversário do Horto Florestal ”

  1. sistcom sistema comercial disse:

    Parabéns pelo site!

    ótimo conteúdo.

    Desejo-lhes sucesso.

    1. Denise Scabin Pereira disse:

      Prezados da Sistcom,
      Boa tarde.
      Agradecemos muito as congratulações!
      Aproveitamos a oportunidade para convidá-los a participar da comunidade do Portal de Educação Ambiental, no WhatsApp: https://chat.whatsapp.com/KGBMPgZ4DHQ5JxPHTkOz9u
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