
07/07/2025
Considerando todas as evidências científicas compiladas pelo IPCC (Painel Internacional sobre Mudanças Climáticas) desde a década de 80 até os dias de hoje, não há mais dúvida que o aquecimento global levará a mudanças no clima em todo o planeta.
Além de ações de mitigação com o objetivo de frear e diminuir a quantidade de gases emitidos e, com isso, a intensidade do aquecimento em curso, é imprescindível planejar ações para adaptação às consequências previstas.
Como nos adaptamos às mudanças climáticas?
As ações de adaptação devem ser pautadas no conhecimento sobre os efeitos previstos das mudanças climáticas em cada localidade (projeções climáticas), para então realizar um plano de adaptação com objetivo de anular ou amenizar as consequências para a população.
Dessa maneira, cidades do litoral que serão afetadas pelo aumento do nível dos oceanos, por exemplo, devem estabelecer ações de adaptação relacionadas à realocação da população nas áreas afetadas para locais seguros.
As ações de adaptação envolvem planejamento urbano, inovação tecnológica e soluções baseadas na natureza, e devem ser estabelecidas de maneira integrada e direcionada ao enfrentamento das consequências nos diferentes territórios.
Para contribuir com essas ações existem ferramentas como os Sistemas de monitoramento e mapeamento de riscos, coordenados pela Defesa Civil, que subsidiam a preparação dos municípios nos planos de prevenção de riscos de desastre e a implementação destes planos frente a uma situação concreta. Cada região deve monitorar os riscos dos processos geodinâmicos relacionados ao clima que poderão afetá-la, como estiagens, ondas de calor ou frio, deslizamentos de solo, chuvas e vendavais, inundações ou processos oceânicos.
Plano Estadual de Adaptação e Resiliência Climática (PEARC-SP)
O conceito de adaptação climática, por buscar ajustes nas condições atuais e futuras para lidar com impactos já presentes ou inevitáveis, está diretamente relacionado à ideia de resiliência.
Resiliência climática é a capacidade de preparação, resposta e resistência aos impactos das mudanças climáticas pela sociedade ou pelos ecossistemas.
O Plano Estadual de Adaptação e Resiliência Climática é o instrumento que organiza e orienta as medidas e ações de adaptação aos efeitos das mudanças climáticas no estado de São Paulo.
O primeiro ciclo de implementação, iniciado em 2025 e com previsão de duração de 3 anos, apresenta ações para o enfrentamento dos efeitos do aquecimento global em cinco eixos temáticos:
- biodiversidade
- saúde única
- segurança alimentar e nutricional
- segurança hídrica
- zona costeira
Além disso, o plano é composto por um eixo transversal – justiça climática, e um eixo estruturante, focado na infraestrutura.
Importante ressaltar que, embora a responsabilidade de elaboração e desenvolvimento dos Planos de Adaptação seja governamental, a participação social é fundamental para implementação das diversas ações.
O PEARC conta com Estratégias de Comunicação e Participação Social que têm dentre seus objetivos orientar a realização de ações e produção de materiais e para o compartilhamento do Plano e de seus resultados; promover e incentivar a mobilização e a participação social de forma contínua em todas as etapas do Plano. Assim, busca contribuir com a melhoria da compreensão dos impactos das mudanças climáticas, a valorização de ações e práticas positivas, o engajamento de grupos e territórios vulnerabilizados e com a educação sobre a temática.
Saiba mais:
- EAD – Conferência Nacional de Meio Ambiente – Adaptação Climática e Preparação para Desastres
- Plano Estadual de Adaptação e Resiliência Climática: https://semil.sp.gov.br/mudancas-climaticas-e-sustentabilidade/plano-estadual-de-adaptacao-e-resiliencia-climatica-pearc/
- Projeções Climáticas no Brasil – http://pclima.inpe.br/
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Texto: Bio Saber Produções
Gestão de conteúdo, planejamento e arte: Cibele Aguirre – DEA/ SEMIL