
23/05/2022
Programa Abelhas Nativas da Fundação Florestal
As abelhas têm um papel fundamental na polinização; polinizar significa fecundar as flores, que se desenvolvem e geram frutos diversos, utilizados para nutrição de muitas espécies animais. A polinização realizada pelas abelhas é um serviço ecossistêmico regulatório essencial para a manutenção das populações selvagens de plantas e para a produção de alimento.
Embora a abelha europeia seja a espécie mais conhecida, existem cerca de 300 espécies de abelhas nativas sem ferrão no Brasil, também chamadas de Meliponíneas ou Meliponáceas, e cerca de 61 espécies que ocorrem somente no estado de São Paulo!
(Essa espécie da foto é de uma abelha nativa sem ferrão chamada Scaptotrigona bipunctata também conhecida como Tubuna.)
Para que essas espécies sejam mais conhecidas e protegidas pela população, a Fundação Florestal implantou o Programa Abelhas Nativas. Lançado em 2020, o programa deu início a um processo de investigação e monitoramento de abelhas nativas nas Unidades de Conservação (UC), buscando entender a importância e ameaça às abelhas nativas, tendo a educação ambiental como estratégia de motivação para aquisição de conhecimento.
Com esse Programa, pretende-se chamar a atenção da instituição e dos usuários das Unidades de Conservação para um animal com papel ecológico tão importante, e que pode ser observado livremente e em atividade, trazendo reflexões acerca da possibilidade de integração do homem com a natureza.
Combate às causas que ameaçam as abelhas nativas
Muitos fatores podem ameaçar os polinizadores como o uso indiscriminado de agrotóxicos, a agricultura intensiva, mudança no solo, poluição ambiental e mudanças climáticas (BPDES, 2019).
O desmatamento ainda é uma das principais causas que afeta as populações de abelhas (Fonseca & Silva, 2010). Além da perda de habitat, a fragmentação de biomas como a Mata Atlântica, também prejudica a manutenção da biodiversidade da fauna e flora. (Ramalho et al, 2009).
Assim, a conservação das florestas é necessária para a manutenção das populações de abelhas e da polinização nas paisagens agrícolas. As Unidades de Conservação são locais de refúgio e abrigo para diversas espécies, e funcionam como centros de irradiação de biodiversidade para uma paisagem que se encontra bastante fragmentada nos dias atuais.
Até o momento (maio de 2022) 13 Unidades de Conservação estão participando do Programa e 12 meliponários (coleções de colméias de abelhas nativas sem ferrão) estão em processo de instalação nas seguintes Unidades:
- Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade (FEENA), já instalado através de parceria;
- APA do Carmo: Parque do Carmo, Parque Natural Municipal Fazenda do Carmo e Sesc Itaquera;
- PE Cantareira: Núcleos Pedra Grande, Cabuçu e Engordador;
- Estação Ecológica de Ribeirão Preto;
- PE Jaraguá;
- PE Vassununga;
- PESM Núcleo Padre Dória; e
- PESM Núcleo Caraguá.
Isso totaliza 29 caixas racionais com 10 espécies de abelhas nativas que podem ser observadas nesses meliponários.
Para conhecer esses meliponários, apresentados na live em celebração ao Dia Mundial das Abelhas:
(apresentado a partir de em 1h:45 min)
Para ver imagens e conhecer melhor as abelhas nativas das UC:
Saiba mais:
Participe! Criação de abelhas nativas sem ferrão (Parte 1)
Participe! Criação de Abelhas Nativas Sem Ferrão (Parte 2)
Texto: Vanessa Puerta Veruli e Gustavo Feliciano Alexandre – Fundação Florestal (Equipe Abelhas Nativas)
Foto: Bruno Aranda – SIMA
Edição: Rachel Azzari (Coordenadoria de Ed. Ambiental – CEA/SIMA)