13/03/2023

 Todos os dias somos expostos pelos diversos tipos de mídias, seja na TV ou na internet, a uma quantidade enorme de anúncios, que nos dizem o que vestir, o que comer, onde ir e falam sobre os últimos lançamentos de produtos, que se modernizam e atualizam muito rapidamente, muitas vezes em menos de um ano, como os celulares, deixando muitos aparelhos que ainda são novos, obsoletos; e gerando, diariamente, uma enorme quantidade de lixo, devido ao descarte desses produtos; que, muitas vezes novos e ainda funcionando, vão parar, na melhor das hipóteses, em aterros sanitários, os quais estão cada vez mais sobrecarregados.

Você já ouviu falar em obsolescência programada e obsolescência percebida?

Obsolescência percebida ocorre quando um produto deixa de ser útil, mesmo estando em perfeito estado de funcionamento, devido ao surgimento de um produto tecnologicamente mais avançado, com uma nova funcionalidade e mais atraente visualmente.

Obsolescência programada ocorre quando um produto é propositalmente desenvolvido e fabricado de forma que se torne obsoleto e não funcione após certo período de tempo, com a intenção de forçar o consumidor a comprar um novo produto.

Além da obsolescência programada, que obriga o consumidor a comprar um novo produto, porque o que ele tinha parou de funcionar, e da obsolescência percebida, que leva o consumidor a adquirir um novo produto, porque surgiu no mercado outro mais interessante, existe o papel das mídias no incentivo ao consumo desenfreado.

A publicidade não nos obriga a comprar nada, porém ela nos leva e estimula a comprar, por meio de uma linguagem própria, que articula uma maneira de nos fazer desejar comprar algo, que, na maior parte das vezes, não precisamos e esse desejo nunca é saciado, o que é uma característica da lógica capitalista. As propagandas associam imagens de beleza, romance, aventura, realização e desejos que estão no íntimo das pessoas a produtos muitas vezes banais; o que nos leva a concluir que as propagandas não vendem apenas mercadorias, mas sentimentos, sensações e novidades, que viram moda e levam as pessoas a comprar de forma desequilibrada e desenfreada, coisas muitas vezes supérfluas ou desnecessárias.

Mas o que as pessoas podem fazer para não cair nessa e consumir de forma mais equilibrada?

Bom, você já ouviu falar em sustentabilidade?

O conceito da sustentabilidade é definido como as ações e atividades humanas que visam suprir as necessidades do momento presente, sem comprometer o futuro das próximas gerações. Ela está diretamente relacionada ao desenvolvimento econômico e material, sem agredir o meio ambiente; ao uso dos recursos naturais de forma responsável, para que eles existam no futuro. Este conceito é associado ao de desenvolvimento sustentável, mas eles não são sinônimos. Segundo a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, no documento: Nosso futuro comum (Relatório Brundtland): desenvolvimento sustentável é aquele que satisfaz as necessidades atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras para satisfazerem as suas próprias necessidades.

O consumidor responsável ou sustentável, seja ele um cidadão, empresa, organização não governamental ou governo, busca contribuir para a sustentabilidade, busca agir sempre pensando em primeiro lugar na proteção do meio ambiente e na preservação dos recursos naturais, por meio de escolhas responsáveis e equilibradas no momento de consumir produtos, serviços e recursos naturais, valorizando empresas que procuram ser socialmente responsáveis, preocupando-se com o impacto da produção e do consumo sobre o meio ambiente, cobrando as empresas para que as mesmas aprimorem seus processos de produção e mobilizando outros consumidores para a prática do consumo sustentável.

 

Conheça algumas sugestões de como ser um consumidor responsável ou sustentável:

 

  • Reflita sobre a real necessidade de descartar algum produto e adquirir outro, não se deixando levar por propagandas e modismos.
  • Procure saber se a empresa fabricante do produto que irá adquirir se preocupa com a economia no consumo de água e energia na produção; com a minimização na geração de resíduos; com a racionalização do uso de matérias-primas; com a redução da emissão de poluentes; com a adoção de tecnologias menos agressivas ao meio ambiente; com a utilização de produtos de baixa toxicidade e biodegradáveis; com a responsabilidade social e trabalhista; que tenham certificações e selos de qualidade ambiental.
  • Planeje suas compras, evitando o desperdício.
  • Leia o rótulo dos produtos atentamente antes de decidir pela compra.
  • Reaproveite materiais que podem ser reutilizados.
  • Dê preferência a produtos que tenham refil.
  • Separe os resíduos recicláveis (vidros, metais, papel, papelão, sacos e embalagens plásticas de todos os tipos) dos rejeitos e contribua para a coleta seletiva e reciclagem. Contribua também para a logística reversa de determinados produtos como baterias, pneus, cartuchos de tintas de impressoras, devolvendo o produto utilizado ao revendedor, que por sua vez deverá encaminhar ao fabricante. Procure se informar na sua região.
  • Procure consumir produtos fabricados com materiais reciclados.
  • Prefira produtos recicláveis.
  • Procure adquirir produtos mais resistentes e duráveis, de modo que você não precise descartá-los tão cedo.
  • Procure conservar, consertar e reformar suas coisas ao invés de substituí-las por outras.
  • Prefira talheres de metal, copos e pratos de louça, pois os descartáveis geram lixo e demoram a se decompor.
  • Adquira pilhas recarregáveis.
  • Faça uma doação de roupas e objetos que não precisa mais ao invés de descartá-los. O que não é mais útil para você, pode ser útil para alguém.
  • Evite sacolas plásticas sempre que puder. Leve uma sacola retornável para fazer suas compras.
  • Caso leve para casa sacolas plásticas, reutilize-as como sacos de lixo ou para transportar uma nova compra.
  • Evite o excesso de embalagens.
  • Procure adquirir alimentos orgânicos que não agridem o meio ambiente (solo e água com agrotóxicos) e são saudáveis.
  • Evite jogar no lixo comum lâmpadas, pilhas, baterias de celular, baterias
  • automotivas, baterias industriais, restos de tinta, inseticidas ou produtos químicos que podem, por conter substâncias nocivas, contaminar o solo e os lençóis freáticos. Tais produtos devem ser devolvidos aos estabelecimentos que os comercializam ou à rede de assistência técnica autorizada.
  • Evite descartar medicamentos no lixo comum. Algumas redes de drogarias recebem esses produtos para descarte adequado. Procure se informar na sua região.

 

Referências e saiba mais:

 

 

Texto – Denise Scabin – CEA/ SEMIL
Gestão de conteúdo e planejamento – Cibele Aguirre – CEA/ SEMIL