12/05/2023

O processo de salinização do solo é um problema socioecológico, que afeta a natureza e transforma a terra arável em terra seca.

Usualmente, consiste no processo de superacumulação de sais minerais, provenientes de água da chuva, água do mar ou aquela usada ​​para irrigação agrícola. Este problema é crescente e pode agravar o processo de infertilidade dos solos e até de desertificação.

Este fenômeno pode ocorrer naturalmente em diferentes áreas da superfície terrestre, especialmente em climas áridos e semiáridos, mas são as ações humanas que ocasionam ou acentuam este processo, principalmente devido à adoção de métodos agrícolas inadequados. Para evitar isso, é necessário realizar um manejo correto do solo, utilizando práticas de irrigação, que não prejudiquem o meio de plantio.

Como ocorre o solo salino?

Naturalmente, as fontes de água (exceto a água da chuva) contêm certas quantidades de sais minerais em várias formas iônicas, todas essenciais para o solo e para o consumo humano. Se a taxa de evaporação for muito alta, a água ficará em estado gasoso, enquanto os sais minerais não, e se acumularão no solo em excesso, ocasionando problemas de salinidade.

Em regiões de climas áridos ou semiáridos, esse evento é muito comum, pois além da taxa de evaporação muito alta, ocorre pouca precipitação que teria a função de “lavar” o solo e reduzir a concentração de sais. Não é de se estranhar que o grau de desertificação seja mais pronunciado em regiões com este tipo de clima.

Causas da salinização do solo

Como mencionado anteriormente, a adoção de métodos inadequados nas práticas agrícolas é a principal causa da salinidade do solo. Normalmente, os métodos de irrigação são usados ​​desviando ou ajustando cursos d’água para produzir culturas específicas. No entanto, quando a quantidade de água utilizada é muito alta e não há um controle da salinidade, o processo pode intensificar-se ao longo do tempo, até que o solo se torne completamente improdutivo.

Nesse caso, é necessário se adotar medidas para o controle da salinidade dos solos e, também, dos recursos hídricos empregados na irrigação, controlando, inclusive, a quantidade de água que abastece as lavouras, com diversos métodos, tais como o gotejamento ou a reutilização. Outra ação é lançar mão de culturas que sejam mais receptivas à salinidade dos solos, a exemplo da cevada e do algodão.

Outro responsável pela salinização dos solos é a elevação do nível freático em áreas não irrigadas, também em regiões áridas. O acúmulo da água próximo à superfície pode intensificar a sua evaporação, provocando o acúmulo dos íons e, consequentemente, salinizando a superfície. Esse processo é natural e não costuma ocorrer em regiões muito amplas.

Um terceiro elemento, que também pode estar relacionado com a intervenção humana, é a introdução da água salgada nos solos em substituição à água doce superexplorada ou pela contínua evaporação de mares ou lagos de água salgada.

Em áreas costeiras, pode, eventualmente, haver uma diminuição do nível freático da água doce em razão de seu uso excessivo, fazendo com que as águas salgadas, que apresentam uma maior concentração de íons, acumulem-se e expandam-se sobre os solos por intrusão. Consequentemente, a presença de sais minerais será muito mais acentuada nesses casos, o que pode acarretar a salinização. Além disso, em lagos salgados, como o Mar de Aral, na Ásia, o uso intensivo de seus recursos hídricos ou a sua rápida evaporação podem gerar a diminuição de seus níveis, fazendo com que os sais minerais permaneçam acumulados, salinizando os solos de toda a região.

O problema da salinização do solo, assim como casos de desertificação e erosão, é uma questão estrutural séria, pois agride a natureza e diminui a oferta de espaços agricultáveis. Sua ocorrência vem aumentando em várias partes do mundo, merecendo a análise de várias ONGs, além da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e da UNESCO, que categorizam o problema como uma questão mundial. No Brasil, a região Nordeste e algumas localidades litorâneas são as mais propensas a sofrer com a salinização, o que demanda uma série de ações públicas e individuais para conter ou evitar sua ocorrência.

 

Referências

UOL. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/processo-salinizacao-solo.htm

PREPARA ENEM. Disponível em: https://www.preparaenem.com/geografia/salinizacao-solo.htm

 

 

Saiba mais:
Cetesb: https://cetesb.sp.gov.br/solo/salinizacao/

 

 

 

 

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Texto – Claudia Conte Bortuluci – CEA/ SEMIL
Gestão de conteúdo e planejamento – Cibele Aguirre – CEA/ SEMIL
Foto: Freepik