11/09/2023

A camada de ozônio, localizada na estratosfera (camada de ar distante da crosta terrestre entre 15 e 55 km), é composta pelo gás ozônio (O3), o chamado bom ozônio. Essa camada protege a Terra dos efeitos danosos da radiação do Sol, como um escudo protetor, absorvendo os raios ultravioletas (UV), que podem ser prejudiciais ao homem, aos animais e até aos vegetais, pois eles podem causar problemas de saúde, como câncer de pele (carcinoma basocelular e melanoma); catarata nos olhos; e alterar o clima, o funcionamento celular das plantas, o que prejudica a agricultura e os ecossistemas. Sem a camada de ozônio, não existiria vida no planeta.

O buraco na camada de ozônio ocorre naturalmente em determinadas épocas do ano, mas desaparece em outras épocas. Ele ocorre no Ártico e na Antártida, pois o frio facilita a transformação química dos elementos que reagem com o ozônio.

Porém, nas últimas décadas, o buraco na camada de ozônio aumentou demais e se tornou contínuo, ou seja, não estava desaparecendo como de costume. Descobriu-se que determinadas ações do homem, causadoras de poluição, estavam intensificando o aumento do buraco na camada de ozônio, como, por exemplo, os gases clorofluorcarbonetos, conhecidos como CFCs (os principais CFCs são CCl3F (CFC-11), CCl2F2 (CFC-12), CClF2CClF2 (CFC-114) e CClF2CF3 (CFC-115) ), os quais reagem com o ozônio (O3) e foram muito utilizados na fabricação de aparelhos de refrigeração, como geladeiras e freezers, aparelhos de ar condicionado, aerossóis (sprays) de perfumes e inseticidas e até extintores de incêndio. Essa descoberta foi realizada, em 1974, por dois cientistas, ganhadores do prêmio Nobel, em 1995, o mexicano Mario Molina e o americano F. Sherry Rowland, que publicaram sua teoria de que os CFCs poderiam destruir o ozônio da estratosfera terrestre. Também o meteorologista Jonathan Shanklin, do British Antarctic Survey (BAS – o órgão britânico de pesquisas na Antártida), percebeu o fenômeno na década de 70 e os estudos foram publicados na década de 80. Além dos CFCs, o óxido nitroso, um gás de efeito estufa – GEE, emitido pelas aplicações de fertilizantes na agricultura, é outra substância potente que é prejudicial para a camada de ozônio.

No ano de 1987, foi adotado o Protocolo de Montreal para proteger a camada de ozônio, eliminando o uso das substâncias, como os CFCs, que provocam seu desaparecimento. Esse protocolo foi assinado por todos os países do planeta Terra e é considerado um protocolo de sucesso de cooperação ambiental internacional. Porém, o óxido nitroso, gás de efeito estufa emitido na aplicação de fertilizantes na agricultura, não é controlado pelo Protocolo de Montreal, o que pode continuar causando danos na camada de ozônio e agravar as mudanças climáticas globais.

Apesar do Protocolo de Montreal, aconteceram alguns retrocessos também. Por exemplo, em 2018, descobriu-se que a concentração de CFC-11, proibido desde 2010, não estava caindo da forma esperada, o que indicava que emissões do gás estavam vindo de algum lugar do mundo. Uma ONG chamada Environmental Investigation Agency rastreou as emissões até fábricas na China, que estavam produzindo CFC-11 para uso em espuma de isolamento. Quando a notícia se tornou pública, o governo chinês impediu a produção do CFC-11. Esse fato mostrou a importância da vigilância e monitoramento constante da camada de ozônio.

O buraco na camada de ozônio ainda existe, pois sua recuperação é lenta, devido ao longo tempo de vida das moléculas prejudiciais à camada de ozônio. Mas, existem evidências de que a camada de ozônio está se recuperando.

Atualmente, existem aparelhos (geladeiras, freezers e ar condicionado) mais modernos, que não emitem os CFCs, assim como sprays aerossóis não poluidores. Faça a sua parte e ajude a proteger a camada de ozônio: procure adquirir produtos que não contenham os CFCs. Verifique nas embalagens e manuais de instruções antes de adquiri-los.

 

Saiba mais:

Em 16 de setembro é celebrado o Dia Internacional de Proteção da Camada de Ozônio.

 

 

Veja também o que já foi publicado sobre esse assunto no
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Texto: Denise Scabin – CEA/SEMIL
Gestão de conteúdo, planejamento e arte: Cibele Aguirre – CEA/ SEMIL