15/01/2025

solo, a água e a atmosfera são bens comuns a todos os seres vivos e, por isso, devem ser preservados para as presentes e futuras gerações. A manutenção da integridade desses três componentes gera alimentos, conserva a biodiversidade e contribui para o enfrentamento das mudanças climáticas.

Apesar da inquestionável importância para a vida, o aumento das emissões de efluentes ao longo da história da expansão das atividades humanas, tem colocado em risco a saúde das águas, da atmosfera e dos solos em diferentes partes do mundo, levando à extinção local e forçando pessoas a migrarem de seus locais de origem.

A degradação dos solos tem se tornado um desafio cada vez mais no mundo. A FAO (2021) alertou que cerca de 33% do solo está moderado ou altamente degradado. Além disso, 20 a 37 bilhões de toneladas da camada superficial do solo são perdidos anualmente por erosão.

 

Fonte: ONU.

educação ambiental desempenha um papel crucial na capacitação das comunidades para a recuperação dos solos, promovendo práticas sustentáveis que podem contribuir para a saúde do ecossistema, manutenção de seus serviços essenciais e garantir qualidade de vida. Ela envolve a disseminação de pesquisas e boas informações sobre o manejo e conservação dos solos associada a atividades de formação técnica, mudanças de práticas e mobilização comunitária para enfrentar os desafios da degradação do solo.

capacitação técnica é parte essencial para que as comunidades adotem práticas de manejo sustentável do solo. Ela pode abordar treinamento em técnicas de conservação, como a rotação de culturas, o uso de cobertura vegetal, a compostagem e a agrofloresta. Estas práticas ajudam a manter a fertilidade do solo, reduzir a erosão e melhorar a retenção de água. A participação ativa das comunidades na recuperação dos solos, entretanto, é fundamental. Por meio de projetos colaborativos como a criação de hortas comunitárias, plantios de reflorestamento e sistemas agroflorestais, fortalece-se os laços comunitários e a garantia de sustentabilidade e permanência dos projetos.

Um aspecto importante da educação ambiental é a garantia de integração e criação de diálogos entre os conhecimentos tradicionais e científicos. Muitas comunidades ainda possuem práticas ancestrais de manejo do solo que são sustentáveis e eficazes. A educação ambiental respeita e incorpora essas práticas, combinando-as com inovações tecnológicas para criar soluções mais robustas e adaptadas ao contexto local.

Por fim, mas não menos importante, a educação ambiental é um movimento essencialmente político, ou seja, ela também envolve a advocacia por políticas públicas que apoiem a recuperação do solo, fortalecendo a educação cidadã. As comunidades podem influenciar a criação de programas governamentais e incentivos econômicos para práticas agrícolas mais circulares e sustentáveis, por exemplo. Incentivos financeiros, como subsídios para práticas conservacionistas e pagamentos por serviços ambientais, são vitais para a implementação em larga escala dessas práticas.

Dessa forma, considera-se a educação ambiental como um pilar fundamental para a capacitação das comunidades na recuperação dos solos. Por meio de informação, formação técnica, mobilização comunitária, integração de conhecimentos e advocacia por políticas públicas, as comunidades podem adotar práticas sustentáveis que promovem a saúde do solo em larga escala e, consequentemente, um ambiente mais equilibrado e produtivo. A união de esforços entre comunidades, educadores e governos é essencial para alcançar um manejo sustentável dos solos e garantir a resiliência ecológica e econômica das regiões afetadas pela degradação.

 

Prof. Dr. Edson Grandisoli
Artigo do Site do Movimento Circular: Movimento Circular – Recuperar o solo, resgatar a vida

 

 

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