17/02/2025

Você já ouviu falar do Verão no Clima?

Verão no Clima é um Projeto da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, que tem como principal objetivo, compartilhar informações e sensibilizar as pessoas a respeito da responsabilidade de cada um pela geração, descarte e gestão de resíduos, nas áreas públicas de lazer. O projeto visa contribuir para a diminuição do acúmulo de resíduos sólidos descartados nas areias das praias e no mar, especialmente no período das férias de verão, promovendo ações de Educação Ambiental e mutirões de limpeza das praias.

Em especial no período das férias de verão, quando o número de pessoas no litoral de São Paulo aumenta bastante, e, apesar das ações de varrição e coleta realizada pelas prefeituras, as praias ficam com acúmulo de todos os tipos de resíduos sólidos, como, por exemplo: restos de alimentos, fraldas e absorventes usados, preservativos, seringas, cotonetes, máscaras, filtros de cigarro, papel, madeira, tecidos, borracha, garrafas pet, latinhas ou caixinhas de bebidas, canudos, tampinhas, embalagens de diversos tipos de produtos, como embalagens de vidro, plástico, alumínio, papelão, que se amontoam nas areias, atraem vetores de diversas doenças, como ratos e baratas, podem adentrar o mar, e provocar graves danos ambientais, como lixo nos mares e contaminações da água do mar; e na saúde pública, com o aumento no número de casos de doenças, como bicho geográfico, dengue e viroses, etc.

Além disso, muitos materiais podem conter substâncias tóxicas, que contaminam o ambiente marinho. Os itens plásticos, tecidos sintéticos e misturas com outros materiais possuem grande durabilidade, o que faz com que permaneçam flutuando no ambiente marinho, por muito tempo. As chamadas “ilhas de lixo” no meio do oceano são regiões de acúmulo de resíduos, na sua maioria plásticos. Já, quando se fragmentam, os plásticos geram partículas menores, chamadas de “microplásticos”, que podem ser ingeridas por diversos organismos.

O lixo nos mares pode provocar danos irreparáveis: resíduos flutuantes podem causar danos econômicos e de segurança às embarcações. Resíduos que afundam na coluna d’água podem se depositar no fundo ou ficar presos em recifes de corais e costões rochosos, causando danos físicos e ecológicos aos habitats. Se o resíduo for um petrecho de pesca (fragmento de rede, corda, linha, armadilhas etc.), pode causar o emaranhamento de animais, levando‐os à morte. Resíduos sólidos presentes em paisagens naturais, como as praias, comprometem seus valores estéticos e, consequentemente, as atividades de turismo e lazer. A “pesca fantasma”, provocada por petrechos de pesca abandonados, perdidos ou descartados inadequadamente nos mares, além de causar danos ambientais graves, também afeta o setor de pesca, quando redes e outros artefatos capturam peixes e outros organismos de interesse comercial. Resíduos hospitalares, pilhas e baterias, embalagens de substâncias químicas perigosas, latas e fragmentos de vidro são exemplos de resíduos que provocam danos graves à saúde e à segurança humana, por serem perfurocortantes, contaminantes ou tóxicos. Além disso, assim como os animais, pescadores, marinheiros, banhistas, surfistas e mergulhadores podem emaranhar‐se em redes de pesca e outros artefatos que estejam flutuando na água ou presos ao fundo, levando ao risco de afogamento. A ingestão de resíduos por animais marinhos pode causar sérios danos. Após a ingestão, os resíduos sólidos podem obstruir o trato digestório, levando à falsa sensação de saciedade e, consequentemente, à desnutrição e à morte por inanição. Também podem ocorrer lesões e infecções no trato digestório se o resíduo ingerido for pontiagudo ou áspero, causando a morte do animal. Estudos descobriram que partículas minúsculas de plástico já foram localizadas no sangue, no coração, no fígado, nos intestinos, nos pulmões, nos testículos humanos, no cérebro, na placenta e até no leite materno. Não se sabe os danos que isso pode causar na saúde das pessoas a longo prazo.

Quando os resíduos adentram o ambiente marinho, são levados por correntes e se acumulam em inúmeros locais, como áreas costeiras, praias, recifes de coral, manguezais, ilhas, giros oceânicos e mar profundo. São diversos os impactos do lixo nos mares: na saúde, na biodiversidade, no bem-estar animal, na segurança alimentar, no turismo, na navegação, na pesca e aquicultura. Portanto, é necessário que ações sejam realizadas nos níveis global, nacional, regional e local, envolvendo o poder público, os cidadãos, a academia, as organizações da sociedade civil e o setor privado.

Por isso, é fundamental que sejam realizadas ações de Educação Ambiental, como política pública, junto à população, para que a sociedade compreenda a importância do meio ambiente equilibrado e saudável; assim como ações de Educação Ambiental para sensibilizar as pessoas sobre o impacto de suas ações no ambiente, para que elas compreendam que todos somos responsáveis pelo meio ambiente, como diz a nossa Constituição Federal, e o que cada um (indivíduos, coletivos, governos, empresas, organizações não governamentais, universidades) pode fazer para ajudar a mudar essa situação.

 

Constituição Federal, 1988.

“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.” 

“Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;”

 

O Projeto Verão no Clima atua nessa direção, como uma ação de Educação Ambiental, informando, sensibilizando e mobilizando os cidadãos, incentivando a mudança do hábito do descarte inadequado de resíduos sólidos nas praias, alertando sobre os perigos do acúmulo de lixo nas áreas de lazer.

A estratégia adotada pelo Projeto Verão no Clima é reunir parceiros e recursos, agregando diversas instituições, como as prefeituras, os empresários, as organizações não governamentais e a população local. O projeto atua junto aos agentes envolvidos, chamando a atenção para a responsabilidade de cada um pela geração, descarte e gestão de resíduos nas áreas públicas de lazer, buscando estabelecer uma política pública pactuada por todos, para a proteção do meio ambiente e a promoção de áreas públicas de lazer salubres e que consigam manter suas paisagens e belezas naturais íntegras, o que também favorece o turismo e, consequentemente, a economia local.

O Projeto Verão no Clima, promovido pelo Governo de SP e realizado todos os anos pela Coordenadoria de Educação Ambiental, da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (SEMIL), com o patrocínio da Sabesp, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura, produção da X3M, apoio da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e das prefeituras das cidades que receberão as atividades, levará Educação Ambiental e lazer para praias do litoral paulista. Nesse ano, o evento contará com ações educativas e mutirão de limpeza nas cidades de Ilhabela, Guarujá, Praia Grande e Santos. Os resíduos coletados no mutirão, bem como os gerados pelo evento serão destinados a uma cooperativa de reciclagem local.

 

 

O Projeto Verão no Clima, passará por Santos (22/02), Ilhabela (27/02), Guarujá (04/03) e Praia Grande (15/03).
Confira os endereços: Confira a programação:
  • Santos – 22/02/2025
    Local do evento: Av. Pres. Wilson, 170 – José Menino, Santos – SP, 11065-201 (Praça Emissário Submarino de Santos)
  • Ilhabela – 27/02/2025
    Local do evento: Praia do Sino
  • Guarujá – 04/03/2025
    Local do evento: Praça Horácio Lafer – Jardim Tejereba, Guarujá – SP, 11440-530
  • Praia Grande – 15/03/2025
    Local do evento: Praia da Guilhermina
  • Abertura do evento: 08h00
  • Saída do mutirão para limpeza da praia: 09h00
  • Frescobol: 09h30 às 18h00
  • Aulas de FitDance: 10h30 às 11h30 – 14h00 às 15h00 – 15h30 às 16h30
  • Oficina de coleta seletiva: 10h00 às 12h00
  • Oficina Chaveiro de Madeira Plástica: 10h00 às 12h00
  • Oficina de artes sustentáveis: 14h00 às 18h00
  • Encerramento: 18h00

 

 

Como você pode ajudar no enfrentamento ao lixo nas praias e nos mares?

  • Quando for à praia, não jogue lixo na areia ou no mar. Não queime, nem enterre o seu refugo. Leve todo o seu lixo de volta com você, para descartá-lo de forma adequada. Se você estiver em um navio, barco ou em uma ilha, embale o lixo e leve-o para as lixeiras no continente. Nunca descarte lixo no mar.
  • Não utilize produtos de uso único e descartáveis, como canudos, copos e talheres de plástico.
  • Antes de entrar na água do mar, procure saber se seu protetor solar é fabricado com produtos atóxicos (não tóxicos) e biodegradáveis, que não prejudicam a fauna marinha.
  • Quando você for pescar, nunca deixe a linha ou a rede de pesca esquecida na água. Ao pescar, junte os restos de peixes, iscas, pedaços de linhas e redes, embale e coloque na lixeira adequada.
  • Jamais despeje combustível no mar. Verifique sempre o estado da sua embarcação. Além disso, todo cuidado é pouco para evitar derramamento de combustível ao abastecer uma embarcação. Restos de combustível lançados ao mar, além de poluir a água, matam a fauna e prejudicam a pesca.
  • Participe de projetos, mutirões e campanhas em prol do meio ambiente, como o Verão no Clima, fazendo, por exemplo, o recolhimento de resíduos das praias e fazendo a destinação adequada.
  • Seja um sujeito ecológico, auxiliando em atividades de monitoramento, em ações conhecidas como ciência cidadã e exercendo a fiscalização e o controle social. Algumas ações de controle social, como o maior engajamento da sociedade com a problemática do lixo, a demanda por melhorias no saneamento básico, assim como a participação da própria sociedade no monitoramento dos resíduos (ciência cidadã), podem ajudar a reduzir a entrada destes no ambiente marinho.

Entre no Instagram do Verão no Clima https://www.instagram.com/veraonoclima

Veja também o que já foi publicado sobre esse assunto no
Portal de Educação Ambiental

Faça parte do Whatsapp do Portal e fique por dentro do que
Acontece no Portal de EA

 

 

____________________________________________


Texto:
Denise Scabin – CEA/SEMIL
Gestão de conteúdo, planejamento e arte: Cibele Aguirre – CEA/ SEMIL

 

 

Referências

FOLHA DE SÃO PAULO. Como o microplástico foi parar dentro do corpo humano.  Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2024/07/como-o-microplastico-foi-parar-dentro-do-corpo-humano-veja-video.shtml#:~:text=O%20pl%C3%A1stico%20est%C3%A1%20em%20toda,e%20at%C3%A9%20nos%20test%C3%ADculos%20humanos.

INSTITUTO OCEANOGRÁFICO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Lixo nos Mares: do entendimento à solução. Alexander Turra, Marina Ferreira Mourão Santana, Andréa de Lima Oliveira, Lucas Barbosa, Rita Monteiro Camargo, Fabiana Tavares Moreira, Márcia Regina Denadai. São Paulo, 2020. Disponível em: https://semil.sp.gov.br/educacaoambiental/prateleira-ambiental/lixo-nos-mares-do-entendimento-a-solucao/

SÃO PAULO (ESTADO). Verão no clima. Apostila de Monitoria 2021.