25/08/2025

Para falar sobre Justiça Climática, é interessante revisitar o conceito de justiça. Justiça, em termos gerais, refere-se à ideia de que todos devem ser tratados de forma equitativa, respeitando os direitos e deveres de cada um, e buscando o equilíbrio e a ordem social. É um conceito fundamental para a vida em sociedade, garantindo que todos tenham oportunidades e sejam tratados de acordo com as leis e regras estabelecidas.

A realidade da sociedade planetária nos permite afirmar que o mundo é muito desigual e, com as mudanças climáticas, não é diferente. As desigualdades sociais e econômicas refletem a distribuição dos impactos e responsabilidades.

Assim, embora seus efeitos sejam percebidos globalmente, os responsáveis diretos pelas causas das mudanças climáticas não são os mais afetados. Pelo contrário, aqueles que menos contribuíram com o problema são os que mais sofrem as consequências.

Embora todos os países precisem desenvolver ações conjuntas para combater as mudanças climáticas, os 10 maiores emissores ainda são responsáveis por 76% das emissões globais de CO2. São eles: China, Estados Unidos, União Europeia, Índia, Rússia, Japão, Irã, Indonésia, Coréia do Sul e Brasil.

Frente a estas informações precisamos levar em conta dois aspectos: primeiro, essa lista engloba os países do hemisfério norte (países desenvolvidos) e do hemisfério sul (países emergentes) que, historicamente, não tiveram a mesma contribuição de emissões ao longo de seu desenvolvimento. E, em segundo lugar, a contribuição para as emissões também não é uniforme dentro dos países, devido à desigualdades na distribuição de renda internamente.

Portanto, esses países precisam tomar a frente enquanto lideranças climáticas para reduzir suas emissões e apoiar outras nações em suas transições para uma economia de baixo carbono. Mas, embora possuam responsabilidades comuns, essas precisam ser encaradas de maneiras diferenciadas.

O conceito de justiça climática também vem da constatação de que as mudanças climáticas aprofundam injustiças sociais, e sua abordagem considera o enfrentamento da crise climática sem perder o olhar para o aspecto intergeracional (jovens sofrerão consequências de algo que não causaram) e para as desigualdades estruturais.

Desigualdades estruturais também culminaram no conceito de racismo ambiental, criado por Benjamin F. Chavis e Robert Bullard após dados de pesquisas apontarem que comunidades negras e demais populações marginalizadas são mais afetadas pelos danos ambientais.

Finalmente, para além de um conceito ambiental, a justiça climática requer o reconhecimento de desigualdades históricas e a garantia da participação das populações mais afetadas nos processos decisório e é fundamental para guiar as ações de mitigação e adaptação aos impactos das mudanças climáticas de maneira equitativa.

 

 

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Texto: Bio Saber Produções
Foto: Freepik
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