
01/09/2025
No dia 01 de setembro, celebramos o Dia Mundial dos Primatas. A data foi criada para celebrarmos a grande diversidade de primatas existentes no mundo e para refletirmos a respeito de sua importância para o equilíbrio da biodiversidade.
Os Primatas são uma Ordem do grupo dos vertebrados, da Classe dos mamíferos e estão presentes em todos os continentes, com exceção do continente australiano. É importante entender que “macaco” não é sinônimo de primata. A palavra “primata” é a que engloba todos os símios e os macacos são somente um dos grupos que fazem parte das mais de 500 (quinhentas) espécies diferentes; ou seja, todo macaco é um primata, mas nem todo primata é um macaco.
As diversas espécies de primatas existentes foram classificadas em: Prossímios (que incluem os lêmures, lorisídeos e os társios), Macacos (com várias espécies em todo o mundo, incluindo os “macacos do novo mundo”, por exemplo, bugios e micos-leões-dourados; e os “macacos do velho mundo”, (como babuínos e o macaco-narigudo) e os Grandes Primatas, classe em que estão gorilas, orangotangos, bonobos, chimpanzés e, também, os humanos, como explica o Museu de História Natural Smithsonian, uma instituição educacional e de pesquisa dos Estados Unidos.
No Brasil, existem 139 (cento e trinta e nove) táxons de Primatas (espécies e subespécies), muitas endêmicas do país.
Os primatas possuem algumas características comuns, como: cinco dedos nas mãos e nos pés, duas mamas na região peitoral e a maioria tem a capacidade de se locomover de pé. Também possuem narinas voltadas para frente, além de visão e cérebro bem desenvolvidos. Essas características permitiram aos primatas evoluir e se adaptar a diversas regiões.
A maior parte dos primatas vivem em florestas tropicais e subtropicais das Américas, África e Ásia, com exceção dos humanos, que habitam todos os continentes. O tamanho dos primatas varia muito: um Lêmure-rato (Microcebus berthae), por exemplo, pesa 30g; já, o Gorila-de-grauer ou Gorila-das-planícies-orientais (Gorilla beringei graueri) pode pesar mais de 200 kg! Incrível, não é mesmo?
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Os primatas são fundamentais para o equilíbrio ambiental. Algumas espécies de primatas são polinizadoras e semeadoras de árvores de grande porte, cujas sementes são maiores e mais pesadas, portanto, ajudam a manter as florestas de pé, espalhando sementes de árvores e plantas. Isso quer dizer que o desaparecimento desses animais das matas, a extinção de espécies de primatas, a longo prazo, poderá empobrecer o número de espécies arbóreas de determinada floresta. Considerando que os primatas são fundamentais para a manutenção das florestas e que as florestas são produtoras de água, podemos afirmar que os primatas são importantes para a conservação das águas também. Além disso, a presença de primatas nas matas é um importante indicador da saúde dos ecossistemas.
Embora o uso de animais em experimentos seja questionável e polêmico, os primatas foram e são fundamentais para o desenvolvimento da medicina, devido ao alto grau de homologia genética com os seres humanos e similaridades fisiológicas e bioquímicas. Os primatas, por serem susceptíveis a diversas doenças que acometem as pessoas, são considerados modelos ideais em doenças infectocontagiosas. Além disso, são capazes de mostrar sintomas in vivo mensuráveis, de forma que o sucesso ou a falha de vacinas e medicamentos possam ser avaliados clinicamente.
O fator Rh sanguíneo foi a descoberta científica mais conhecida dentre as aplicações nas pesquisas realizadas com o Macaco Rhesus, a espécie de primata não humano mais estudada e utilizada em pesquisas, em todo o mundo. Além disso, os macacos Rhesus contribuíram para o desenvolvimento da vacina contra a raiva e a poliomielite; e no desenvolvimento de drogas contra o HIV/AIDS.
No entanto, muitas espécies de primatas estão seriamente ameaçadas de extinção devido à caça; ao tráfico e comércio ilegal de animais; ao desmatamento e à conversão de áreas naturais em áreas de pastagem ou de agricultura; à expansão demográfica desenfreada; à fragmentação de habitats; e ao surgimento ou retorno de doenças, devido às mudanças climáticas, como a febre amarela, que dizimou populações de bugios.
Em São Paulo, foi criada, no ano de 2014, a Comissão Permanente de Proteção dos Primatas Nativos do Estado de São Paulo – PRÓ-PRIMATAS PAULISTAS, para promover o respeito, o conhecimento científico, a conservação, a recuperação dessas espécies em seu habitat natural e a Educação Ambiental.
Conheça a Comissão PRÓ-PRIMATAS PAULISTAS em: https://semil.sp.gov.br/sma/proprimatas/
Conte para nós como será sua CelebrAção dessa data tão importante!
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Texto: Denise Scabin – DEA/SEMIL
Foto: Miguel Nema Neto – FF/SEMIL
Gestão de conteúdo, planejamento e arte: Cibele Aguirre – DEA/ SEMIL
Referências
ICMBIO. Primatas Brasileiros. https://www.gov.br/icmbio/pt-br/assuntos/centros-de-pesquisa/primatas-brasileiros/central-de-conteudos/primatas-brasileiros
JORNAL DA USP. Espécie de primata contribui para a conservação de água potável. Segundo especialista, a ação do muriqui-do-sul em florestas influencia diretamente na preservação de mananciais. Disponível em: https://jornal.usp.br/atualidades/especie-de-primata-contribui-para-a-conservacao-de-agua-potavel/
NATIONAL GEOGRAPHIC. Macacos e primatas não são sinônimos: saiba como os grupos de primatas são classificados. Disponível em: https://www.nationalgeographicbrasil.com/animais/2024/05/macacos-e-primatas-nao-sao-sinonimos-saiba-como-os-grupos-de-primatas-sao-classificados
PORTAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL. Primata. Disponível em: https://semil.sp.gov.br/educacaoambiental/prateleira-ambiental/primata/
SÃO PAULO (ESTADO). Secretaria do Meio Ambiente. Primatas paulistas: Álbum de figurinhas. São Paulo: SMA/CEA, 2015. Disponível em: https://semil.sp.gov.br/educacaoambiental/prateleira-ambiental/album-primatas-paulistas/
UFBA. Estudo internacional, com participação baiana, vê maioria das espécies de primatas em risco. Disponível em: https://ufba.br/ufba_em_pauta/estudo-internacional-com-participa%C3%A7%C3%A3o-baiana-v%C3%AA-maioria-das-esp%C3%A9cies-de-primatas-em#:~:text=O%20estudo%20mostra%20ainda%20a,ser%20maiores%20e%20mais%20pesadas.