
23/09/2025
A água tem inúmeros usos, como, por exemplo, consumo humano, irrigação, lazer, dentre outros. Para saber se essa água está apropriada para os diversos usos, é necessário monitorar a qualidade das águas superficiais e subterrâneas. A legislação brasileira, como a Lei nº 9.433/1997 (Política Nacional de Recursos Hídricos) e a Resolução CONAMA n° 357, de 2005, estabelecem diretrizes e padrões para a gestão e controle da qualidade das águas, incluindo indicadores, como o índice de qualidade da água (IQA).
O Índice de Qualidade da Água (IQA) é um instrumento utilizado para avaliar a qualidade da água de rios, lagos, reservatórios e outras fontes hídricas, para abastecimento público, após o tratamento convencional, com base em parâmetros físicos, químicos e biológicos. Esse índice foi criado, em 1970, nos Estados Unidos, pela National Sanitation Foundation, sendo implementado, pela primeira vez, no Brasil, em 1975, pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), sendo um exemplo para todos os estados da federação, que começaram a utilizar esse índice posteriormente.
Os cálculos do IQA geralmente levam em consideração nove parâmetros principais, cada um dos quais recebe um peso específico, dependendo de sua importância para a qualidade da água. Esses parâmetros incluem: oxigênio dissolvido (OD), que indica a capacidade de sustentar a vida aquática; coliformes termotolerantes, que refletem a presença de contaminação por esgoto ou matéria orgânica; pH, que mede a acidez ou alcalinidade da água; demanda bioquímica de oxigênio (DBO), que se refere à quantidade de matéria orgânica decomposta; temperatura da água; nitrogênio total; fósforo total; turbidez, que afeta a penetração da luz e o ecossistema aquático; e sólidos totais.
Cada parâmetro é avaliado individualmente e recebe uma pontuação, que é então combinada em uma equação matemática, para gerar um valor final de 0 a 100. Quanto maior a pontuação, melhor a qualidade da água. No Estado de São Paulo, a CETESB analisa a categoria da qualidade da água da seguinte forma:
Ótima: IQA entre 79 e 100;
Boa: IQA entre 51 e 79;
Regular: IQA entre 36 e 51;
Ruim: IQA entre 19 e 36;
Péssima: IQA abaixo de 19.
A medição do IQA pode variar de estado para estado. O parâmetro utilizado pela CETESB também é utilizado em outras sete unidades da federação, sendo elas: Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraíba e Pernambuco.
O IQA é bastante utilizado no monitoramento ambiental, permitindo comparações temporais e espaciais da qualidade da água. Ele ajuda a identificar fontes de poluição, avaliar a eficácia de políticas sanitárias e sensibilizar a população sobre a importância da proteção dos recursos hídricos. No entanto, é importante ressaltar que o IQA não abrange todos os aspectos da qualidade da água, como a presença de metais pesados ou novos contaminantes, sendo necessários outros indicadores e análises complementares para uma avaliação mais abrangente.
O IQA foi desenvolvido para fornecer uma medida simplificada e compreensível do estado da água. O índice auxilia gestores ambientais, pesquisadores e o público em geral a compreender o estado dos recursos hídricos e a necessidade de medidas de conservação ou recuperação.
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Texto: Gustavo Novais Brasilino – DEA/SEMIL
Revisão de Texto: Denise Scabin – DEA/SEMIL
Gestão de conteúdo, planejamento e arte: Cibele Aguirre – DEA/ SEMIL