10/09/2020

No Brasil, no estado de Mato Grosso do Sul, na região do rio Taquari, o crescente e contínuo assoreamento dos rios levou ao transbordamento de águas e inundações de terras ao longo dos anos, causando mudanças significativas na vida de seus habitantes. Isso tornou impossível cultivar o solo e criar gado, um meio de subsistência para as famílias locais.

A partir das provocações trazidas pelas belíssimas imagens e triste narrativa do filme sobre esse desastre ambiental pouco conhecido pelos brasileiros, foram debatidos aspectos históricos, culturais, econômicos, produtivos e ambientais que contornam este problema. Leonardo Barros, produtor local de carne orgânica, abordou os aspectos históricos e culturais de ocupação do território que conformaram a tradição pecuária no pantanal e como as comunidades locais se adaptaram aos regimes de cheias e seca nesse frágil ecossistema, enfatizando a importância de uma intervenção urgente pra mitigar o assoreamento do Rio Taquari.

Afonso Peche, pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas – IAC, abordou a necessidade de se adotarem modelos de gestão para uma agricultura sustentável, que produza ecossistemas equilibrados, tanto nas áreas de pastagens do pantanal como nos planaltos onde o cerrado foi substituído por monoculturas de soja, sendo importante para isso a cooperação entre diferentes atores e a educação ambiental de adultos para uma mudança de paradigmas.

Iara Giacomini, da Coordenadoria de Recursos Hídricos/SIMA, abordou o problema sob a perspectiva da gestão de bacias hidrográficas e da política de gestão de recursos hídricos. Enfatizou o comitê de bacia hidrográfica como espaço facilitador para a mediação e comunicação entre diferentes atores com interesses conflitantes na gestão da bacia hidrográfica.