
05/10/2024
No dia 5 de outubro de 1985, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu esta data para celebrar o Dia Mundial do Habitat.
O Brasil ainda tem muito a avançar para garantir um lugar adequado de vida para toda sua população. Especialmente para os 84,4% que moram nas cidades, onde há precárias condições de moradia para grande parte da população. Mas, o que isso tem a ver com meio ambiente? Muita coisa!
Habitat não é apenas sua casa delimitada pelos seus muros. É o lugar onde um organismo vive e encontra o que necessita para sobreviver: ar, água, alimento. Então podemos pensar num espaço muito mais amplo, como o entorno de onde você mora, sua rua, seu bairro e sua cidade. E como esse ambiente é, vai definir muito de sua qualidade de vida.
Uma das primeiras coisas que podemos pensar, é sobre o lixo, que pode ter um efeito devastador para o meio ambiente, e, por consequência, para a saúde pública. Desde 2010, o Brasil tem uma Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010), com metas para reduzir o número de municípios que não contam com coleta seletiva e disposição final do lixo adequados e aumentar o que é reciclado. No entanto, dos 5.570 municípios, 1.650 ainda não têm nenhuma política para o lixo, e muitas vezes esse lixo acaba num lixão, que é um local inadequado. No Estado de São Paulo, mais de 12 mil toneladas de materiais reutilizáveis ou recicláveis são geradas, por dia. Embora 76% dos municípios tenham algum programa de reciclagem, apenas 2% desse total são de fato encaminhados à reciclagem, segundo o Plano Estadual de Resíduos Sólidos, de 2014. Diante disso, vemos o quanto as cidades ainda precisam melhorar na coleta e a destinação final dos resíduos. E os cidadãos precisam repensar sobre seus hábitos de consumo, reduzindo a quantidade de lixo produzida.
Outro ponto muito importante para se pensar, é sobre o saneamento básico e a qualidade da água, um recurso natural essencial para a vida. Nem sempre o município que tem rios e outros corpos d’água tem disponibilidade de água de qualidade para todos. No Estado de São Paulo, é considerada crítica a situação com disponibilidade menor do que 1.500 m³ de água por habitante em um ano. A região drenada pelo rio Tietê, desde suas nascentes em Salesópolis, até a barragem de Rasgão, integra 34 municípios. Mais de 99% da Região Metropolitana de São Paulo está ali, inclusive a capital. Nesta região, a disponibilidade de água é de apenas 128,97m³/hab.ano, segundo o Relatório de Qualidade Ambiental do Estado, publicado em 2018. Isso significa que se você tem água em abundância, muita gente que mora na sua região tem o acesso muito precário.
Há ainda uma série de pontos a pensarmos sobre o lugar onde moramos: Como é a qualidade do ar? Há risco de desastres? E a mobilidade na sua cidade – as pessoas têm alternativas menos poluentes para ir de um lugar ao outro? As ruas são arborizadas, garantindo melhor sensação térmica para a população e abrigo para a fauna urbana? Há parques onde você mora? De onde vêm os alimentos que você consome? Todas essas questões mostram o quanto é importante haver planejamento territorial.
E depois de refletir sobre tantas questões que envolvem a coletividade, podemos pensar também em como tornar nossa casa um ambiente mais sustentável, que vai desde a escolha dos materiais de construção, até fontes alternativas de energia.
Para saber mais:
– Objetivo de Desenvolvimento Sustentável – 11 – Cidades e comunidades sustentáveis, tornar as cidades e comunidades mais inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis, https://brasil.un.org/pt-br/sdgs/11
Você já pensou em como pode melhorar o lugar onde mora, sua rua, seu bairro, sua cidade? Suas escolhas podem ajudar as futuras gerações a terem um habitat de qualidade?
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Texto: Denise Scabin – CEA/SEMIL
Gestão de conteúdo, planejamento e arte: Cibele Aguirre – CEA/ SEMIL