O amianto é um mineral extraído de rochas, um grupo de fibras minerais constituído por silicatos de magnésio, ferro, cálcio e sódio. É a variedade pura do asbesto, um silicato fibroso de ocorrência natural. Por ser abundante na natureza e devido as suas propriedades físico-químicas, como resistência ao calor, boa qualidade isolante, durabilidade, flexibilidade, indestrutibilidade, resistência a ácidos, álcalis e bactérias, facilidade de ser fiado e tecido, e, também, devido ao baixo custo, é utilizado na fabricação de objetos resistentes a altas temperaturas (chegando a resistir a até 1000 ºC); na indústria; na construção civil, para a fabricação de telhas, pisos, teto, caixas d’água, pisos vinílicos, forros e tubulações; como isolante, em guarnições de freio, juntas, gaxetas e outros materiais de vedação; em revestimento de discos de embreagem; em tecidos especiais; em tintas; nas indústrias bélica, aeroespacial, naval, petrolífera, de papel e de fundição.

Apesar dos inúmeros benefícios listados, o amianto é extremamente prejudicial à saúde, pois segundo a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, da Organização Mundial da Saúde (Iarc/OMS), o amianto é cancerígeno e não há limite de exposição considerado seguro. Portanto, todas as formas de amianto, o grupo dos serpentinos, representado pela crisotila (branco); o grupo dos anfibólios, representado pelos minerais actinolita, amosita (marrom), antofilita, crocidolita (azul) e tremolita são todos comprovadamente cancerígenos.

Câncer e doenças pulmonares podem ser provocados apenas por respirar o ar contendo as fibras de amianto.

O Supremo Tribunal Federal (STF), no ano de 2017, baniu o uso de todos os tipos de amianto no Brasil.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que todos os países proíbam o uso e comercialização de todas as formas de amianto, para prevenir doenças relacionadas à exposição a esse mineral.

A Convenção de Basiléia, da qual o Brasil é signatário, que trata sobre controle de movimentos transfronteiriços de resíduos perigosos e seu depósito, considera os resíduos de amianto como perigosos.

A exposição ao amianto pode ser ocupacional, se dar no ambiente de trabalho, ou ambiental, pela exposição à contaminação do meio ambiente.

As principais formas de contaminação por amianto são: inalatória, ou seja, ao respirar ar contaminado por fibras de amianto, e digestiva, ou seja, por meio da ingestão de alimentos e água contaminados por amianto.

As principais doenças causadas pelo amianto são: doenças pleurais e do tecido pulmonar como placas pleurais; derrames pleurais; espessamento pleural difuso – fibrose da pleura; atelectasia redonda; asbestose; câncer de pulmão, mesotelioma, câncer de laringe e de ovário.

Para evitar todas essas doenças graves causadas pelo amianto, é fundamental banir o amianto: sua extração, armazenamento, transporte, comercialização e utilização em todo o mundo.

Orientações importantes relacionadas ao amianto:

• O comércio de produtos contendo amianto está proibido no Brasil.
• Caso você tenha produtos na sua casa, como telhas ou caixas d’água, contendo amianto e com sinais de degradação, que tornem necessária sua substituição, o mais importante na remoção, manuseio, transporte e descarte do amianto é fazê-lo de forma que impeça a liberação de suas fibras no ar. O ideal é que o manuseio seja feito por equipe especializada, para evitar contaminação ambiental e das pessoas.
• Acione uma equipe especializada para o manuseio de produtos com amianto.
• Jamais quebre produtos contendo amianto.
• Não espalhe poeira e detritos contendo amianto, varrendo, usando jato de ar ou ferramentas elétricas para perfurar produtos feitos com amianto.
• Verifique com a prefeitura de sua cidade a respeito da destinação ambientalmente adequada do produto com amianto.
• Adquira reservatórios e produtos compostos por materiais atóxicos, fabricados sem o uso de amianto.

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Texto: Denise Scabin – CEA/ SEMIL
Gestão de conteúdo, planejamento e arte: Cibele Aguirre – CEA/ SEMIL

Referências

CETESB. Amianto. https://cetesb.sp.gov.br/laboratorios/wp-content/uploads/sites/24/2020/08/Amianto_Asbesto.pdf
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA.  Amianto, câncer e outras doenças: você conhece os riscos? Rio de Janeiro: INCA, 2020.