
22/04/2025
É o processo de acúmulo de substâncias minerais ou orgânicas, como areia, argila, cascalho, lodo, sedimentos, carregadas das partes mais altas até as mais baixas, em um corpo d’água, causando a diminuição da profundidade e do volume de água, além de ser um dos principais processos de poluição da água.
Esse material, portanto, se deposita no leito de rios, lagos e córregos, provocando a redução da profundidade e do volume de água disponível. Esse processo pode ocorrer naturalmente, devido à erosão provocada por fortes chuvas, ou pode ser provocado por ações antrópicas (atividades humanas), como desmatamento, construções, atividades minerárias (garimpo) e agropecuárias.
As principais causas do assoreamento estão diretamente relacionadas à interferência humana no meio ambiente. O desmatamento de áreas próximas aos cursos d´água (desmatamento das matas ciliares) é um dos fatores mais preocupantes a se analisar, pois a vegetação natural atua como uma barreira que retém o solo e reduz a velocidade do escoamento superficial. Sem essa proteção, a chuva carrega grandes quantidades de solo para os rios, aumentando a deposição de sedimentos.
A agricultura intensiva, especialmente em terrenos inclinados, sem técnicas adequadas de conservação do solo, como curvas de nível e terraceamento, também contribui significativamente para o assoreamento. O uso excessivo de equipamentos pesados compacta o solo, reduzindo a infiltração e aumentando o escoamento superficial, que carrega sedimentos para os corpos d´água.
A mineração, particularmente, a extração de areia e cascalho dos leitos dos rios, altera a dinâmica natural do fluxo de água, aumentando a turbidez e a deposição de partículas em áreas onde antes isso não ocorria. Além disso, a urbanização desestruturada, com a impermeabilização do solo, devido ao asfalto e ao concreto, impede a infiltração de água, acelerando o escoamento superficial e o transporte de sedimentos para rios e córregos.
O assoreamento causa uma série de impactos negativos ao meio ambiente e à sociedade. Um dos efeitos mais visíveis é a redução da profundidade dos corpos d´água, o que reduz sua capacidade de armazenamento e aumenta o risco de inundações em períodos de chuvas intensas. Rios e lagos assoreados perdem a capacidade de navegação, afetando o transporte de pessoas e mercadorias em regiões que dependem desses cursos d´água.
Economicamente, o assoreamento aumenta os custos da dragagem para manter a navegabilidade dos rios e a capacidade dos reservatórios das usinas hidrelétricas, que perdem eficiência devido ao acúmulo de sedimentos. Além disso, a redução da qualidade da água afeta o abastecimento público e as atividades pesqueiras e turísticas, impactando comunidades que dependem desses recursos.
Para combater o assoreamento, é fundamental adotar medidas de conservação do solo e o manejo sustentável dos recursos hídricos. A restauração das matas ciliares, vegetação que margeia rios e lagos, é uma das estratégias mais eficazes, pois suas raízes estabilizam o solo e filtram os sedimentos antes que eles cheguem à água.
Práticas agrícolas sustentáveis, como plantio direto, rotação de culturas e terraceamento, reduzem a erosão e a acumulação de sedimentos. Em áreas urbanas, a implementação de parques lineares, jardins de chuva e sistemas de drenagem sustentáveis ajudam a controlar o escoamento superficial e a reter partículas antes que elas cheguem aos rios.
O assoreamento é um problema complexo, resultante da interação entre processos naturais e atividades humanas. Seu controle exige uma abordagem integrada, abrangendo políticas públicas, Educação Ambiental e a participação de toda a sociedade. Proteger os corpos d’água não só protege a biodiversidade, mas também garante os recursos hídricos para as gerações futuras, mantendo o equilíbrio dos ecossistemas e a qualidade de vida das populações que deles dependem.
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Texto: Gustavo Novais Brasilino – DEA/ SEMIL
Revisão de Texto e colaboração técnica: Denise Scabin – DEA/SEMIL
Gestão de conteúdo, planejamento e arte: Cibele Aguirre – DEA/ SEMIL
Referências
ASSOCIAÇÃO CAATINGA.
O que é assoreamento? Disponível em: https://www.acaatinga.org.br/o-que-e-assoreamento/.
CANDIDO, MARCOS. O que é a ‘morte de rios’, problema que afeta o Pantanal da vida real?. UOL. Disponível em: https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2022/07/12/o-que-e-a-morte-de-rios-problema-que-afeta-o-pantanal-da-vida-real.htm.
ECYCLE. Assoreamento: o que é, causas e consequências. Disponível em: https://www.ecycle.com.br/assoreamento/.
JORNAL DA USP. Diminuir assoreamento, recompor a mata ciliar e não poluir: ações para ressuscitar um rio. Disponível em: https://jornal.usp.br/atualidades/diminuir-assoreamento-recompor-a-mata-ciliar-e-nao-poluir-acoes-para-ressuscitar-um-rio/.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Cadernos de Educação Ambiental – 2 – Ecocidadão. São Paulo, SMA/CEA, 2014. Disponível em: https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/educacaoambiental/prateleira-ambiental/caderno-2-eco-cidadao/
SÃO PAULO (Estado). Cadernos de Educação Ambiental – 7 – Matas Ciliares. São Paulo, 2014. Disponível em: https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/educacaoambiental/prateleira-ambiental/caderno-7-matas-ciliares-2a-edicao/