Conferências ambientais são grandes eventos, na esfera das Nações Unidas, com encontros e reuniões de representantes dos diversos países de todo o mundo, que têm como principal objetivo debater a respeito dos impactos negativos das atividades humanas (ação antrópica) no meio ambiente e buscar soluções para minimizá-los, proteger os ecossistemas e a biodiversidade e promover o desenvolvimento sustentável.

Com a modernização tecnológica iniciada na Revolução Industrial, houve o aumento na produtividade e consequentemente o aumento do consumo e da exploração de recursos naturais. Nesse momento da história, os problemas ambientais começaram a se agravar.

Com a Segunda Guerra Mundial, surgiram temores de um novo tipo de poluição: a provocada por radiação. Além disso, o avanço do conhecimento científico e da ecologia, ampliaram as preocupações a respeito dos impactos gerados pelas atividades humanas sobre o meio natural. Em 1962, com a publicação do livro “Primavera Silenciosa”, de Rachel Carson, cientista e escritora, o movimento ambientalista ganhou força. “Primavera Silenciosa” alertou a respeito dos efeitos do uso indiscriminado de pesticidas e inseticidas, em especial o DDT (Dicloro-Difenil-Tricloroetano), e os seus efeitos danosos no ambiente e na saúde humana. Carson denunciou a presença de agrotóxicos em quase todos os tipos de alimentos, inclusive no leite materno. Mostrou a real possibilidade de correlação entre resíduos de agrotóxicos em alimentos e muitas doenças crônicas na população, como o câncer. Revelou a destruição da fauna terrestre e aquática: “Primavera silenciosa” remete a uma primavera sem o canto dos pássaros, que estavam sendo extintos pelo uso indiscriminado do DDT, que provocava o enfraquecimento das cascas de ovos das aves. Carson pressionou governos e autoridades para a criação de leis mais rígidas e específicas para a questão. Além disso, Carson indicou na referida publicação métodos alternativos de controle de insetos, que não agridam o meio ambiente e a saúde das pessoas, como, por exemplo, o uso de inimigos naturais e micro-organismos.

Após a ocorrência de grandes catástrofes ambientais, começou a surgir na consciência coletiva a responsabilidade de proteger os ecossistemas: foi um despertar da “consciência ecológica”.

O crescimento da preocupação mundial sobre a importância de se compatibilizar o desenvolvimento socioeconômico com o uso sustentável dos recursos naturais, culminou no surgimento das grandes Conferências de Meio Ambiente. Em 1972, ocorreu a convocação pela ONU – Organização das Nações Unidas, da Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, em Estocolmo, na Suécia.

O evento foi um marco e sua Declaração final, que contém 19 (dezenove) princípios, representa um Manifesto Ambiental para nossos tempos.

As principais conferências ambientais internacionais foram:

• a de Estocolmo, em 1972;
• a Conferência de Nairóbi, no Quênia, em 1982;
• a Eco-92, ocorrida no Rio de Janeiro, em 1992;
• a Rio+10, em 2002, em Joanesburgo, na África do Sul; e
• a Rio+20, ocorrida no Rio de Janeiro, em 2012.

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Texto: Denise Scabin – CEA/ SEMIL
Gestão de conteúdo e planejamento: Cibele Aguirre – CEA/ SEMIL
Foto: Pixabay

Referências

BBC NEWS BRASIL. Agrotóxicos: ‘estamos todos participando de uma experiência química global’. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-63255592

MOURA, ROMERO MARINHO DE. Rachel Carson e os agrotóxicos 45 anos após primavera silenciosa. Universidade Federal de Pernambuco, Vitória de Santo Antão, Pernambuco. Academia Pernambucana de Ciência Agronômica, Recife, Pernambuco. Disponível em EMBRAPA: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/19284/1/Moura.pdf

NAÇÕES UNIDAS BRASIL. A ONU e o meio ambiente. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/91223-onu-e-o-meio-ambiente

SOUSA, Rafaela. “Conferências ambientais”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/conferencias-ambientais.htm. Acesso em 05 de junho de 2024.