Poluição Tabagística Ambiental (PTA), também chamada de Fumaça Ambiental do Tabaco, é a poluição proveniente da fumaça causada pela queima de produtos derivados do tabaco, em especial nos ambientes fechados. Ela é composta pela soma da fumaça, que sai da parte acesa do cigarro (cigarros eletrônicos, charuto, cigarrilhas e cigarros de palha), mais a fumaça que é exalada pelo fumante. Essa fumaça contém inúmeras substâncias tóxicas e cancerígenas que são lançadas no ambiente: o cigarro é composto por, aproximadamente, 4.700 substâncias tóxicas. O uso do tabaco e a exposição ao fumo passivo podem causar diversas doenças, problemas respiratórios crônicos, como asma e bronquite e levar ao câncer de pulmão, dentre outros tipos de câncer. O tabaco também prejudica o meio ambiente: o cultivo, a fabricação e uso do tabaco envenenam a água, o solo, as praias, os mares e ruas das cidades com produtos químicos, resíduos tóxicos das bitucas de cigarro, incluindo micro plásticos, e resíduos de cigarros eletrônicos.

O cigarro tem uma fase particulada, composta pela nicotina e pelo alcatrão, e uma fase gasosa, formada por monóxido de carbono, amônia, dentre outras substâncias. Essas substâncias tóxicas estão presentes na fumaça do cigarro, cachimbo, charuto, narguilé ou fumo-de-corda. Diante do exposto, conclui-se que não existe forma e quantidade segura para o consumo do tabaco, em relação à saúde e ao meio ambiente.

Para se ter noção da gravidade desse tipo de poluição, os não fumantes, que respiram a fumaça do tabaco, os chamados fumantes passivos, apresentam um risco maior de desenvolver doenças relacionadas ao tabagismo, como o câncer de pulmão. Por exemplo: trabalhadores de bares, restaurantes e locais que possuam áreas para fumantes, ficam expostos à fumaça do tabaco, como se tivessem fumado de 4 a 10 cigarros, por dia. Isso aumenta de 25 a 30% a chance de desenvolver doenças cardíacas e de 20 a 30% a chance de desenvolver câncer de pulmão.

Fumantes passivos sofrem ainda os efeitos imediatos da poluição tabagística ambiental, como: irritação nos olhos, nariz entupido, tosse, cefaléia, aumento de problemas alérgicos, nas vias respiratórias, aumento do número de infecções respiratórias, em especial em crianças, idosos, e pessoas com doenças respiratórias, além de elevação da pressão arterial.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Poluição Tabagística Ambiental é a maior fonte de poluição em ambientes fechados e o tabagismo passivo, é a terceira maior causa de morte evitável no mundo, perdendo apenas para o tabagismo ativo e o consumo excessivo de álcool.

Também é grave a poluição causada pelo descarte inadequado de bitucas de cigarro, que contaminam o solo e as águas de rios, córregos, lagos e mares com inúmeras substâncias tóxicas.

Segundo a OMS, em estudo realizado no ano de 2022: Todos os anos, a indústria do tabaco ceifa mais de 8 milhões de vidas humanas, desmata 600 milhões de árvores e 200 mil hectares de terra, usa 22 bilhões de toneladas de água e emite 84 milhões de toneladas de CO2. Além disso, a pegada de carbono da indústria de produção, processamento e transporte do tabaco contribui, a cada ano, para o agravamento do aquecimento global e das mudanças climáticas.

Segundo Ruediger Krech, diretor de Promoção da Saúde da OMS: “Os produtos do tabaco são os itens mais poluentes do planeta, contendo mais de 7 mil químicos tóxicos, que se infiltram em nosso meio ambiente quando descartados. Cerca de 4,5 trilhões de filtros de cigarro poluem nossos oceanos, rios, calçadas, parques, solo e praias todos os anos.”

Ainda, os produtos como cigarros, tabaco sem fumaça e cigarros eletrônicos também contribuem para o acúmulo da poluição plástica, pois os filtros de cigarro contêm microplásticos e são a segunda maior forma de poluição plástica em todo o mundo.

Curiosidade: o dia 29 de agosto é o Dia Nacional de Combate ao Fumo.
Saiba mais: https://semil.sp.gov.br/educacaoambiental/2023/08/29-de-agosto-dia-nacional-de-combate-ao-fumo/

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Texto: Denise Scabin – DEA/SEMIL
Foto: Freepik
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