11/02/2022

É uma propriedade físico-química de alguns elementos, tais como urânio e rádio, que possuem a capacidade natural e espontânea de emitirem energia na forma de partículas e onda, tornando-se elementos químicos mais estáveis e mais leves.

A energia liberada é uma energia invisível chamada de radiação ionizante, que atravessa o ar e as paredes, partindo de um material chamado então de radioativo. Essa energia é liberada com a emissão de partículas (alfa, beta ou radiação gama) de um núcleo atômico de elementos que sofre decaimento radioativo.  O decaimento radioativo (ou transmutação) é o processo natural em que um núcleo atômico instável emite radiação, de forma sucessiva, a fim de diminuir sua energia e tornar-se estável.

A radioatividade apresenta-se com duas formas diferentes de radiações: partículas — alfa (α) e beta (β); e ondas eletromagnéticas — raios gama (γ). Partícula e onda são as duas formas em que a energia se apresenta.

Existem dois tipos de elementos radioativos: os naturais e os artificiais. No nosso planeta existem elementos radioativos naturais que são aqueles em que todos os seus isótopos são radioativos e encontrados dessa forma na natureza dispersos em todos os meios. Está em toda parte, sem nenhuma intervenção humana. Na terra, na água e no ar, causada pelos elementos radioativos naturais, que estão associados ao urânio ou ao tório presentes nestes locais. A radioatividade do sol é chamada de radiação cósmica. E há radioatividade no próprio corpo humano, em nossos tecidos e ossos que possuem elementos radioativos, como o potássio 40 e o carbono 14.

Parte dessa radiação que recebemos vem dos alimentos consumidos no dia a dia, como o Radônio-226 e o Potássio-40, que se apresentam em níveis muito baixos e não atribuem riscos a nossa saúde e nem prejudicam os valores nutricionais dos alimentos.

Já os elementos radioativos artificiais são produzidos por processos que desestabilizam o núcleo de um átomo. Nesse caso, podemos citar o Astato e o Frâncio. Devido a sua larga utilização em usinas nucleares e tratamentos de câncer, os principais elementos radioativos são: Urânio-235, Cobalto-60, Estrôncio-90, Rádio-224 e Iodo-131 pois tendem a aparecer com maior frequência no nosso cotidiano.

A radioatividade criada artificialmente, como o Raio X, é utilizada há muito tempo e exerce um papel fundamental na área da medicina, em exames de imagens raios-X e nas tomografias, e também em alguns tipos de tratamento de câncer. Além de utilizados para diagnosticar e tratar doenças, também para combater pragas na agricultura, conservar alimentos, analisar estruturas de engenharia, recuperar obras de arte e esterilizar uma série de produtos – de fraldas a garrafas de refrigerantes. Podemos citar também a importância da radioatividade na datação de materiais encontrados por arqueólogos utilizando carbono-14.

Elementos radioativos vêm contribuindo para a melhoria da vida dos homens e para o avanço da ciência e das tecnologias mas, pelo lado negativo ou perigoso, a exposição excessiva de seres vivos à radioatividade é muito grave.

Existe ainda a questão ambiental do chamado lixo radioativo ou lixo nuclear, originados pela geração de energia nuclear, e resultante das atividades que envolvem o uso de radiações, como nos hospitais.  A grande produção de lixo radioativo tem sido um problema ambiental para todo o mundo, devido às escassas e inadequadas condições de descarte e armazenamento.

Esses rejeitos estão associados à contaminação do solo, dos cursos de água e do ar, resultando na destruição do meio ambiente de forma gradual. A contaminação pelos rejeitos da produção de energia nuclear, que permanecem nocivos ao meio ambiente por milhares de anos, causa um grande desequilíbrio nos ecossistemas afetados, quando o descarte desse lixo radioativo em minas ou cavernas, por exemplo.

Além disso, também causam riscos à saúde humana, como infecções, câncer e, em casos mais severos de contaminação, podem levar à morte.

 

Saiba Mais:

A radioatividade é um exemplo de descoberta realizada por uma mulher cientista. No dia 11/02 é celebrado o Dia internacional de Mulheres na Ciência, confira mais sobre essa data no Calendário Ambiental.

Em homenagem a esta data, também foi realizada um edição do Participe! sobre mulheres na Ciência! Acesse aqui para saber como foi esse bate-papo.

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Texto: Rozélia de Medeiros – Coordenadoria de Educação Ambiental/SIMA
Edição: Rachel Azzari – Coordenadoria de Educação Ambiental/SIMA
Arte: Cibele Aguirre – Coordenadoria de Educação Ambiental/SIMA