17/12/2024

Em 17 de dezembro, celebramos o Dia do Bioma Pampa (na língua indígena quíchua, pampa significa “plano” ou “planície”), bioma que tem como principal característica as extensas áreas de campos naturais, terras baixas e majoritariamente planas, com colinas arredondadas, de vegetação de pequeno e médio porte e clima predominantemente subtropical. Mas, as paisagens naturais do Pampa também apresentam desde serras a planícies, de morros rupestres a “coxilhas”, como são chamadas as colinas arredondadas. A região possui predomínio de campos nativos, porém conta, também, com matas ciliares, matas de encosta, matas de pau-ferro, formações arbustivas, butiazais, banhados, afloramentos rochosos e ocorre, exclusivamente, no Rio Grande do Sul, ocupando 63% do território estadual, o que equivale a 176.496 km² e 2,07% do território brasileiro. Na América do Sul, os campos e pampas se estendem por uma área de, aproximadamente, 750 mil km2, entre Brasil, Uruguai e Argentina.

O Pampa, também chamado de campos sulinos, possui um rico e importante ecossistema e um imenso patrimônio cultural. Existem no bioma cerca de 3000 (três mil) espécies de plantas, dentre elas: amendoim-nativo, angico-vermelho, babosa-do-campo, brabas-de-bode, cabelos-de-porco, capim-forquilha, flechilhas, grama-tapete, nhavandaí, trevo-nativo e outras.

O bioma possui, ainda, inúmeras espécies animais, com cerca de 500 (quinhentas) espécies de aves, como o caminheiro-de-espora, a ema, o joão-de-barro, o perdigão, a perdiz, o pica-pau do campo, o quero-quero e o sabiá-do-campo; mais de 100 (cem) espécies de mamíferos terrestres, como o furão, o graxaim, a preá, o veado-campeiro, o tatu-mulita e o zorrilho. O Pampa possui inúmeras espécies endêmicas (nativas), como o beija-flor-de-barba-azul, o sapinho-de-barriga-vermelha e o tuco-tuco; e algumas espécies ameaçadas de extinção, como o caboclinho-de-barriga-verde, o cervo-do-pantanal, o picapauzinho-chorão e o veado campeiro.

As águas do bioma pertencem a duas bacias hidrográficas muito importantes: a bacia do Uruguai e a bacia do Atlântico Sul. Além disso, a maior parte do aquífero Guarani, um dos maiores reservatórios subterrâneos de água doce do mundo, passa pelo Pampa.

A pecuária extensiva sobre os campos nativos tem sido a principal atividade econômica da região, desde a colonização. A prática tem permitido a conservação dos campos e permitido a promoção de uma cultura única, representada pela figura do gaúcho, além de trazer resultados econômicos importantes para a região.

Já, o avanço da agropecuária, com a introdução e expansão das monoculturas e das pastagens com espécies exóticas, tem provocado a degradação e a descaracterização das paisagens naturais do Pampa.

Essa perda de biodiversidade prejudica o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável da região, devido ao desaparecimento de espécies de valor forrageiro, alimentar, ornamental e medicinal e devido ao comprometimento dos serviços ambientais proporcionados pela vegetação campestre, como o controle da erosão do solo e o sequestro de carbono, que auxilia no combate ao aquecimento global e às mudanças climáticas.

O Pampa é uma das áreas de campos temperados mais importantes do planeta! A recuperação de áreas degradadas, a fiscalização, a Educação Ambiental, o fomento às atividades econômicas de uso sustentável, a criação de unidades de conservação, a criação de mosaicos e corredores ecológicos são ações importantes para a conservação do bioma.

Foi criada, em 1992, uma Unidade de Conservação, administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), para proteger o bioma Pampa: a Área de Proteção Ambiental (APA) de Ibirapuitã, localizada em Sant’Ana do Livramento, município do Rio Grande do Sul. A APA tem uma área de 316,7 mil hectares e protege diversas espécies ameaçadas de extinção.

 

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Texto: 
Denise Scabin – CEA/ SEMIL
Gestão de conteúdo, planejamento e arte: Cibele Aguirre – CEA/ SEMIL

 

 

Referências 

MMA. Pampa. Disponível em: https://antigo.mma.gov.br/biomas/pampa.html
UOL. Pampa. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/pampas.htm

2 Respostas para “17 de Dezembro – Dia do Bioma Pampa”

  1. Hélvio R. Ilha disse:

    “La Pampa no puede ser vista sin ser vivida”.José Ortega Y Gasset.

    Prefácio do livro “Gaúchos e Beduínos”
    A origem étnica e a formação social do Rio Grande do Sul

    Manoelito de Ornellas

    1. Denise Scabin Pereira disse:

      Prezado Hélvio,
      Bom dia.
      Que linda mensagem!
      Aproveitamos a oportunidade para convidá-lo a participar da comunidade do Portal de Educação Ambiental no WhatsApp: https://chat.whatsapp.com/KGBMPgZ4DHQ5JxPHTkOz9u
      A equipe do Portal de Educação Ambiental agradece a sua participação,

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