21/03/2025

Em 21 de março comemora-se o Dia Internacional das Florestas. A data é celebrada pela ONU desde 2012 com o objetivo de conscientizar sobre a importância de todos os tipos de florestas. Para isso, a cada ano é escolhido um tema. Em 2022, o

Em 21 de março, comemora-se o Dia Internacional das Florestas. A data é celebrada pela Organização das Nações Unidas (ONU), desde 2012, com o objetivo de conscientizar sobre a importância de todos os tipos de florestas. Para isso, a cada ano é escolhido um tema. Em 2022, o tema foi: “Florestas e produção e consumo sustentáveis”.

Floresta é qualquer grande área coberta de árvores ou outra vegetação que produza madeira, onde vivem inúmeras espécies da flora e da fauna.  As florestas se caracterizam por espécies de plantas de grande porte, e vários estratos (plantas com variadas alturas). Também são chamadas de mata, mato, bosque, capoeira e selva, entre outros nomes, elas podem ser densas ou abertas. O desenvolvimento de florestas de tipos distintos é definido pelas diferenças climáticas, de solo, topografia, pluviosidade e altitude.

Denomina-se “floresta” qualquer vegetação que apresente predominância de indivíduos lenhosos, onde as copas das árvores se tocam formando um dossel. Sinônimos populares para florestas são: mata, mato, bosque, capoeira, selva. (SNIF)

Floresta – área medindo mais de 0,5 ha com árvores maiores que 5 m de altura e cobertura de copa superior a 10%, ou árvores capazes de alcançar estes parâmetros in situ. Isso não inclui terra que está predominantemente sob uso agrícola ou urbano.” (FAO – Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação Termos e definições, utilizados na Avaliação Global dos Recursos Florestais (FRA))

“Floresta é uma área de no mínimo 0,05-1,0 ha com cobertura de copa (ou densidade equivalente) de mais de 10-30%, com árvores com o potencial de atingir a altura mínima de 2-5 metros na maturidade in situ. Uma floresta pode consistir tanto de formações florestais fechadas (densas), onde árvores de vários estratos e suprimidas cobrem uma alta proporção do solo, quanto de florestas abertas. Povoamentos naturais jovens e todas as plantações que ainda atingirão densidade de 10-30% e uma altura entre 2 e 5 metros são incluídos como floresta, assim como áreas que normalmente fazem parte da área florestal e que estão temporariamente desflorestadas como resultado da intervenção humana, como a colheita ou causas naturais, mas cuja reversão da floresta é esperada.” (UNFCCC – United Nations Framework Convention on Climate Change Acordo de Marrakesh e Declaração de Marrakesh)

 

Elas abrigam cerca de 80% da biodiversidade terrestre mundial, com mais de 60 mil espécies de árvores, com características muito distintas dependendo da região. Só em São Paulo, é possível encontrar desde a densa Mata Atlântica, segunda maior floresta tropical do Brasil, até manguezais, cerrados, restinga e outros tipos. Para conhecer mais sobre os biomas paulistas, acesse o Cadernos de Educação Ambiental 4 – Biodiversidade: https://semil.sp.gov.br/educacaoambiental/prateleira-ambiental/caderno-4-biodiversidade/

 

 

 

TIPOLOGIAS FLORESTAIS

A classificação dos diferentes tipos de formações florestais utilizadas pelo Serviço Florestal Brasileiro é a estabelecida pelo IBGE. Essa classificação dá-se pelo Sistema Primário Natural, que apresenta uma hierarquia de formações florestais, sendo detalhadas primeiro pela fitossociologia e em seguida por estudos ecológicos. Nesse sistema estão incluídos todos os tipos de vegetação ou Regiões Fitoecológicas brasileiras, as Formações pioneiras, os Refúgios Vegetacionais e as faixas de Tensão Ecológica entre duas ou mais Regiões Fitoecológicas.

  • Regiões Fitoecológicas ou Tipos de Vegetação – Para entender a classificação da vegetação, é importante compreender o que significa cada classe. Veja a seguir a descrições de cada tipologia.
  • Floresta Ombrófila – A palavra ombrófila tem origem grega e significa “amigo das chuvas”, o mesmo que pluvial de origem latina, e caracteriza uma formação vegetal cujo desenvolvimento depende de regime de águas pluviais abundantes e constantes.
  • Floresta Ombrófila Densa – Também conhecida como florestal pluvial tropical; possui uma vegetação densa em todos os estratos (arbóreo, arbustivo, herbáceo e lianas); ocorre em regiões dos biomas Amazônia e zona costeira da Mata Atlântica onde o período biologicamente seco é praticamente inexistente.
  • Floresta Ombrófila Aberta – É uma variação da floresta ombrófila densa, sendo uma formação florestal mais aberta, onde comumentemente observam-se combinações de espécies particulares em associações (fasciações ou fascies); ocorre nas regiões de transição entre o bioma Amazônico e as áreas vizinhas com mais dias secos do que nas regiões onde ocorre Floresta Ombrófila Densa.
  • Floresta Ombrófila Mista – Caracteriza-se como uma floresta ombrófila, porém com predomínio da espécie Araucaria angustifolia, e por isso é também conhecida como Mata de Araucária; ocorre no Planalto Meridional (sul do Brasil), onde as chuvas são regularmente distribuídas ao longo do ano e as temperaturas são mais baixas em relação às outras regiões com formações ombrófilas.
  • Floresta Estacional Semidecidual – É também denominada Floresta Tropical Subcaducifólia. Apresenta vegetação condicionada pela dupla estacionalidade climática: uma tropical com época de intensas chuvas de verão, seguida por estiagem acentuada e outra subtropical sem período seco, mas com seca fisiológica provocada pelo intenso frio do inverno, quando parte da vegetação perde suas folhas. Ocorre em várias regiões do Brasil.
  • Floresta Estacional Decidual – É também denominada Floresta Tropical Caducifólia. Sua vegetação caracteriza-se por duas estações climáticas bem demarcadas: uma chuvosa seguida de outro longo período biologicamente seco, onde a maior parte das espécies perde suas folhas. Ocorre em várias regiões do Brasil.
  • Campinarana – Sinônimo de campina, significa “falso campo”; caracteriza-se por vegetação lenhosa aberta dos pântanos com umidade. Ocorre na Amazônia.
  • Savana – No Brasil, é sinônimo de Cerrado; caracteriza-se por vegetação xeromorfa (adaptada a regiões com pouca água) que ocorre preferencialmente em regiões de clima estacional, podendo ocorrer também em clima ombrófilo. Caracteriza-se por árvores baixas e arbustos espaçados, associados a gramíneas e geralmente apresentam troncos e ramos acentuadamente tortuosos e acinzentados. Ocorre no Planalto Central Brasileiro e em certas áreas da Amazônia e do Nordeste, em terreno geralmente plano.
  • Savana Estépica – No Brasil, o termo designa formações vegetais como a Caatinga, Campos de Roraima, Chaco Sul-Mato-Grossense e Parque de Espinilho da Barra do Rio Quaraí (RS); vegetação tropical de características estépicas (vide Estepe). Ocorre em regiões com clima que se caracteriza por dupla estacionalidade.
  • Estepe – Vegetação submetida a dupla estacionalidade, uma fisiológica, provocada pelo frio das frentes polares e outra seca, mais curta, com déficit hídrico; apresenta composição florística gramíneo-lenhosa. Ocorre em regiões próximas aos pólos ou regiões que apresentem homologia ecológica, como no extremo sul do Brasil, correspondendo às Campanhas Gaúchas e Campos Gerais Planálticos.
  • Formações Pioneiras – Vegetação de primeira ocupação em solos anteriormente sem vegetação alguma, causada por processos naturais.
  • Subformação Aluvial – Não varia topograficamente, apresentando sempre ambientes repetitivos nos terraços aluviais dos flúvios (margens dos cursos d’água).
  • Subformação Terras baixas – Ocorre geralmente em planícies costeiras, altitude variando de 5 a 100m.
  • Subformação Submontana – Situada nas encostas dos planaltos e/ou serras.
  • Subformação Montana – Situada nas encostas dos planaltos e/ou serras.
  • Alto-montana – Situada acima da formação Montana, cume das serras.
  • Áreas de tensão ecológica – Regiões de contato entre duas ou mais tipologias vegetacionais onde as floras se interpenetram, formando comunidades indiferenciadas.
  • Refúgios Vegetacionais – Também denominados “comunidades relíquias”, define-se como toda e qualquer vegetação floristicamente e fisionômico-ecologicamente diferente do contexto geral da flora dominante, ocorrendo em situações especialíssimas como o caso de comunidades em altitudes acima de 1.800m.
  • Fascies – Caracteriza-se por apresentar uma combinação de espécies particulares, mais ou menos casuais, dentro de uma associação.

 

 

Fonte: SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO. SNIF: https://snif.florestal.gov.br/pt-br/conhecendo-sobre-florestas/168-tipologias-florestais

 

Em todo o mundo, as florestas fornecem trabalho a mais de 86 milhões de pessoas e garantem o sustento de muito mais. A madeira é usada em diversos setores, desde a fabricação de papel, até a construção de edifícios. Além disso, outros produtos são extraídos das florestas, como os óleos, frutos, sementes, folhas, raízes, cascas e resinas. Esses produtos são utilizados em forma de alimento, medicamentos, cosméticos, matéria-prima de moradia, móveis, utensílios, biojóias, entre outros.

Com tantas possibilidades de uso, é preciso lembrar que as florestas são sensíveis à exploração predatória. Por isso, é importante a realização de práticas sustentáveis de manejo e do uso desses produtos. Assim, a população pode se beneficiar dos serviços e produtos da floresta, ao mesmo tempo em que se gera renda com agregação de valor de uso sustentável das florestas.

Diversas pesquisas científicas são realizadas para auxiliar na busca por formas alternativas de extração de produtos florestais. Um exemplo, é o cipó-titica (Heteropsis flexuosa bunting), estudado pela Embrapa, que é utilizado em cestas e móveis. Embora as raízes do cipó tenham elevado potencial de crescimento, podendo ultrapassar dois metros por ano, as pesquisas mostram que a exploração acima de 75% das raízes maduras pode causar a morte da planta-mãe.

Antes valorizado na perfumaria, durante muito tempo o pau-rosa (Aniba rosaeodora) deixou de ser matéria-prima devido ao risco de extinção, já que, para realizar a extração de seu óleo, era necessário cortar o tronco da árvore. Pesquisas recentes mostraram que outras partes que antes eram descartadas podem ser aproveitadas, como as folhas e galhos, aumentando em 25% a produção de seu óleo. Estima-se que no futuro, toda a produção seja baseada apenas nesses materiais alternativos.

Além do manejo das florestas, é importante que se invista na restauração florestal, evitando crises de biodiversidade. Outra prática sustentável é a agrofloresta, que combina o plantio de árvores ou arbustos com cultivos agrícolas e/ou animais. Essa combinação pode ser feita de forma simultânea ou em sequência temporal, trazendo benefícios econômicos e ecológicos. Outra forma de apoiar o uso sustentável dos produtos florestais é saber de onde vem o que você consome e apoiar quem tem práticas sustentáveis.  Saiba mais sobre Sistemas Agroflorestais clicando aqui: https://semil.sp.gov.br/educacaoambiental/prateleira-ambiental/sistemas-agroflorestais/

 

Saiba Mais:

Inventário Florestal Nacional (IFN). Dados abertos do Inventário Florestal Nacional do Brasil. Brasília, DF: Serviço Florestal Brasileiro (SFB). Disponível em: https://snif.florestal.gov.br/

Serviço Florestal Brasileiro. SNIF. Florestas do Brasil – Dados e estatísticas (versão 2024): https://publicacoes-snif.florestal.gov.br/florestasdobrasil/

SEMIL. Inventário da cobertura vegetal nativa do Estado de São Paulo. Disponível em: https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/ipa/2022/06/inventario-da-cobertura-vegetal-nativa-do-estado-de-sao-paulo/

Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 15 – Vida terrestre Proteger, restaurar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, travar e reverter a degradação dos solos e travar a perda da biodiversidade. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/sdgs/15

 


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Texto: Denise Scabin – CEA/SEMIL
Revisão e colaboração técnica: Denise Scabin – CEA/SEMIL

Gestão de conteúdo, planejamento e arte: Cibele Aguirre – CEA/ SEMIL

 

 

Referências

NARVAES, PATRÍCIA. Dicionário ilustrado de meio ambiente. 2ª edição. São Caetano do Sul, SP: Yendis Editora, Secretraia de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, 2012.

SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO. SNIF. Florestas do Brasil – Dados e estatísticas (versão 2024): https://publicacoes-snif.florestal.gov.br/florestasdobrasil/

 

4 Respostas para “21 de março – Dia Internacional das Florestas”

  1. Thiago dos Santos Lima disse:

    Boa tarde!Moro em Cubatão_SP,vou aproveitar este dia 21 de Março e fazer caminhada ao redor do Parque Municipal Cotia Pará,apreciando a fauna e flora que existe aqui.

    1. Cibele - Portal de Educação Ambiental disse:

      Que legal Thiago! ????
      Esse contato com a natureza é muito importante e renovador!
      Obrigada por compartilhar a sua CelebrAÇÂO!

  2. Altair Jacinta da Silva disse:

    Para comemorar o dia internacional da floresta, pressupõe entender o significado das florestas na paisagem.
    As florestas não são só um amontoado de árvores em uma determinada área, elas são acima de tudo um Meio de Produção, na medida em que é através delas que temos o oxigênio respirado por todos, a madeira, a flora, a fauna, e acima de tudo promovem o equilíbrio climático e a sustentabilidade ambiental, social e cultural.

    1. Denise Scabin - Equipe do Portal de Educação Ambiental - CEA/SEMIL disse:

      Prezado Sr Altair, como vai?
      Com certeza! Além de todos esses serviços ecossistêmicos citados pelo senhor, as florestas são importantes produtoras de água. E por sua importância para o equilíbrio ambiental, para a saúde das pessoas e para que continuem a proporcionar tantos benefícios às sociedades, conforme descrito no texto, precisamos nos engajar na luta pela preservação das florestas e seu manejo sustentável.
      Agradecemos muito sua participação!

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