Duas das principais cidades da Baixada Santista, Santos e Guarujá, estão localizadas em ilhas. Santos, na Ilha de São Vicente (junto ao município de São Vicente) e Guarujá, na Ilha de Santo Amaro. Por isso, para se deslocar entre os dois municípios, é necessário atravessar o Canal do Porto de Santos, o que hoje é feito por balsas e lanchas, em um percurso de poucos minutos.

A primeira lancha de passageiros ligando as ilhas de São Vicente e Santo Amaro, entrou em operação em 1912, então com capacidade para 200 pessoas. Até a década de 1970, a população dos municípios de Santos e Guarujá contava apenas com os serviços de catraias (embarcação do tipo canoa motorizada) e de balsas da Ponta da Praia para ir de uma cidade a outra. Trabalhadores locais precisavam de uma ligação viária mais rápida, eficiente e permanente, que garantisse o deslocamento diário de maneira ágil e segura. Além disso, o crescimento das áreas urbanas de Santos e São Vicente, essencial para o desenvolvimento da Baixada Santista, tornava urgente a criação de um meio de transporte ágil para a população.

Em 1978, uma linha de passageiros foi implantada no bairro Ponta da Praia, ligando as ilhas de São Vicente e Santo Amaro. E em 1989, as travessias começaram a ser operadas pela DERSA e contavam com embarcações de madeira para realizar a travessia de veículos. A FB-01 era a menor balsa, comportando seis carros, e as FB-03 e FB-04 transportavam oito carros pequenos cada, sem caminhão.

Desde então, o Sistema passou por uma série programas de modernização, implementando mais conforto, segurança e agilidade para os usuários. Em 2020, em função do processo de liquidação da DERSA, as Travessias Litorâneas do Estado de São Paulo passam a ser atribuição do Departamento Hidroviário – DH, órgão vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística – SEMIL, e subordinado à Subsecretaria de Logística e Transportes. Em 2025, com a reestruturação organizacional da SEMIL, o DH foi incorporado à estrutura da Subsecretaria de Logística e Transportes, e a gestão do Sistema passou a ser responsabilidade da Coordenadoria de Travessias.

Localização:
São Sebastião: Av. Antonio Januário do Nascimento, s/n
Ilhabela: Av. Princesa Izabel, s/n
Tipo de embarcação: ferryboat
Distância: 2.400 metros
Tempo de travessia: De 14 a 18 Minutos
Horário de funcionamento: 24 horas

Linha do tempo

1958

Implantada a primeira linha de ferryboat, que ligava Ilhabela a São Sebastião. Com estrutura de madeira, a balsa (construída no mesmo ano, no município do Guarujá) tinha capacidade para transportar oito carros e realizava a travessia a cada duas horas.

Em São Sebastião, as instalações da travessia ficavam na bacia do Porto. Localizada a 2.400 metros do continente, a Barra Velha, em Ilhabela, era o local mais próximo do continente e tinha como referência o Farol São João, que demarcava o alinhamento do Canal do Porto.

1959

Construída a balsa Ilhabela FB-02, projetada para operar no canal de São Sebastião. Com altura superior a 1,40 metro de borda livre, a embarcação possuía comportas que impediam que os veículos fossem molhados. Com dois motores, tinha capacidade para transportar 18 veículos e realizava o percurso em 15 minutos.

O Ferryboat permitiu o escoamento e o transporte de bananas e outros cultivos de Ilhabela, que passaram a ser transportados por caminhões, diretamente para o Ceasa, facilitando a agricultura local.

1964

Duas balsas começaram a operar de hora em hora: uma durante a semana e outra às sextas-feiras à noite, sábados e domingos. Para atender o movimento, as duas embarcações entravam no tráfego, realizando o “bate-volta”.

1965

Com o aumento do fluxo de caminhões, flutuantes de aço foram instalados nas duas travessias, tornando possível a atracação de embarcações vindas do Litoral Sul, o que melhorou o atendimento. O sistema funcionou até 1975, quando o conjunto de atracadouro foi transferido para o local que se encontra até hoje, para atender o desenvolvimento do Porto.

1976

Foram realizadas melhorias no atracadouro da Barra Velha, como contenção da ponte e aterro. A lancha Guarujá passou a operar no Canal de São Sebastião.

1977

Com quatro embarcações de pequeno porte, 2.486 veículos foram transportados no sentido São Sebastião/Ilhabela, estabelecendo um novo recorde.

1978

Para criar uma linha de passageiros entre o continente e a Ilha, uma estação foi construída em São Sebastião.

1979

A travessia adquiriu uma balsa para 40 veículos de atracação frontal e, logo depois, foi adquirida uma embarcação de grande porte de carga. Com sistema de rampa, dispensava flutuantes de embarcação e operava em São Sebastião das 7h às 19h, transportando somente caminhões.

1989

Todos os serviços de transportes de veículos e passageiros foram cedidos em concessão para a DERSA, que contratou diversos engenheiros navais para projetar melhorias nas embarcações. A partir daí, começaram as reformas de jumborização (sistema que possibilita a ampliação) dos ferryboats, o que gerou considerável aumento nas demandas.

Neste mesmo ano, com aumento da capacidade das embarcações, foi necessária a construção de dolfins de atracação, que são estruturas de concreto fincadas no fundo do mar, para facilitar a atracação. Passando por reforços em 1992, as embarcações passaram a operar com maior segurança.

2019

O sistema recebe dois catamarãs, possibilitando o transporte de pedestres e ciclistas de forma mais ágil, confortável e segura. Antes, estes usuários utilizavam as balsas, juntamente com os veículos. Com esta separação, foi possível ampliar a capacidade operacional dos ferryboats em cerca de 30%.

2020

Em 2020, em função do processo de liquidação da DERSA, as Travessias Litorâneas do Estado de São Paulo passam a ser atribuição do Departamento Hidroviário – DH, órgão vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística – SEMIL, e subordinado à Subsecretaria de Logística e Transportes. Em 2025, com a reestruturação organizacional da SEMIL, o DH foi incorporado à estrutura da Subsecretaria de Logística e Transportes, e a gestão do Sistema passou a ser responsabilidade da Coordenadoria de Travessias.

Travessia Santos/Vicente de Carvalho

Localização:
Santos: Rua Xavier da Silveira, s/n
Guarujá: Av. Thiago Ferreira, s/n
Tipo de embarcação: lancha
Distância: 2.200 metros
Tempo de travessia: 12 minutos
Horário de funcionamento: 24 horas

Travessia Santos/Guarujá

Localização:
Santos: Praça Almirante Gago Coutinho, s/n
Guarujá: Av. Adhemar de Barros, 3300
Tipo de embarcação: ferryboat
Distância: 450 metros
Tempo de travessia: 5 minutos
Horário de funcionamento: 24 horas

Linha do tempo

1912

Entra em serviço a primeira lancha ligando as ilhas de São Vicente e Santo Amaro, hoje Santos e Guarujá.

1935

O percurso de barco entre o distrito de Itapema, no Guarujá (atualmente Vicente de Carvalho), e Santos, inicialmente muito longo e demorado, foi reduzido para 1.200 metros, com tempo médio de viagem de oito minutos.

1978

Mais uma linha de passageiros foi implantada na Ponta da Praia, ligando as ilhas de São Vicente (Santos) e Santo Amaro (Guarujá).

1979

Lanchas como Piaçaguera, Valongo e Cubatão, com capacidade para transportar 200 passageiros cada, foram incorporadas à travessia.

1982

Seis lanchas, duas com capacidade para 250 passageiros e quatro com capacidade para 110, foram especialmente projetadas para o transporte de passageiros e incorporadas à travessia.

1989

O sistema de travessia passa a ser gerenciado pela DERSA.

2016

A Travessia Santos/Guarujá é considerada a maior travessia do mundo em volume de veículos, com média diária de 23 mil.

2019

O bolsão de veículos do lado de Santos é ampliado com as obras da Nova Ponta da Praia, sob responsabilidade da Prefeitura de Santos, em parceria com a DERSA. O espaço, que antes comportava 60 veículos, passou a comportar 110, ou seja, quase o dobro. Isso garantiu mais conforto aos motoristas, agilidade na operação e fluidez ao tráfego da região. Além disso, os motoristas ganharam duas rotas de saída: uma sentido praia e outra sentido Porto/Centro.

2020

Em 2020, em função do processo de liquidação da DERSA, as Travessias Litorâneas do Estado de São Paulo passam a ser atribuição do Departamento Hidroviário – DH, órgão vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística – SEMIL, e subordinado à Subsecretaria de Logística e Transportes. Em 2025, com a reestruturação organizacional da SEMIL, o DH foi incorporado à estrutura da Subsecretaria de Logística e Transportes, e a gestão do Sistema passou a ser responsabilidade da Coordenadoria de Travessias.

Localização:
Guarujá: Estrada Guarujá-Bertioga, Km 29
Bertioga: Av Vicente de Carvalho, s/n
Tipo de embarcação: ferryboat
Distância: 550 metros
Tempo de travessia: 6 minutos
Horário de funcionamento: 24 horas

Até 1930, quando a Companhia Santense de Navegação começou a operar duas balsas entre Santos e Bertioga, a população local, especialmente trabalhadores da Usina de Itatinga, servia-se apenas das lanchas da Companhia Docas de Santos como meio de transporte.

Na década de 1940, Bertioga começou a se desenvolver como Estância Balneária. Assim, teve início uma grande expansão urbana da vila, com a melhoria das vias de acesso, a construção de estradas e o asfaltamento da via que corta o Guarujá em direção ao ferryboat, que faz a travessia entre a Ilha de Santo Amaro e Bertioga. Em 1944, Bertioga foi transformada oficialmente em distrito de Santos.

A travessia do Canal de Bertioga era bastante demorada, até passar a ser gerenciada pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER). A partir de 1989, foi assumida pela DERSA, que implementou o serviço de balsas e ligou Guarujá a Bertioga.

Bertioga conquistou autonomia em maio de 1991, após dois movimentos pró-emancipação, ocorridos em 1958 e 1979.

Em 2020, em função do processo de liquidação da DERSA, as Travessias Litorâneas do Estado de São Paulo passam a ser atribuição do Departamento Hidroviário – DH, órgão vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística – SEMIL, e subordinado à Subsecretaria de Logística e Transportes. Em 2025, com a reestruturação organizacional da SEMIL, o DH foi incorporado à estrutura da Subsecretaria de Logística e Transportes, e a gestão do Sistema passou a ser responsabilidade da Coordenadoria de Travessias.

Localização:
Iguape: Estrada Vereador Manoel Alves da Silva, s/n
Juréia: Av. Sebastião Marques, 500
Tipo de embarcação: ferryboat
Distância: 800 metros
Tempo de travessia: 6 minutos
Horário de funcionamento: 24 horas

Iguape está localizado no Litoral Sul do Estado, distante cerca de 200 km da capital, e conta com vários atrativos naturais e históricos, como a Praia da Juréia e o casario colonial do Centro Histórico.

A Praia da Juréia fica a cerca de 20 km do Centro, mais 10 minutos de balsa. Nessa praia, está o bairro Barra do Ribeira, uma vila de pescadores que tem estrutura bastante simples. No canto esquerdo da praia, fica o Costão da Juréia, local da entrada da Estação Ecológica Juréia-Itatins. Cerca de 85% da área da Estação Ecológica Juréia-Itatins estão na cidade. A estação, considerada um dos cinco principais estuários do mundo pela UNESCO, tem cerca de 80 mil hectares com grande diversidade de fauna e flora da Mata Atlântica, além de grande variedade de ecossistemas. O acesso é proibido em sua maior parte.

Outra praia de Iguape é a Praia de Icapara, na Estrada do Icapara. Ela é banhada pelo Canal do Mar Pequeno.

Localização:
Cananéia: Av. Washington Luiz, 300 - Cananéia
Continente: Estrada Estadual Porto de Cubatão, 01 - Cananéia
Tipo de embarcação: ferryboat
Distância: 1.100 metros
Tempo de travessia: 6 minutos
Horário de funcionamento: 6h às 24 horas

A Travessia Cananéia/Continente fica localizada no município de Cananéia, e liga o continente à ilha de Cananéia, onde fica o centro da cidade.

Cananéia está localizada no extremo sul do Litoral Paulista. Conhecida pela exuberante Mata Atlântica quase intocada pelo homem e por reunir um dos maiores berços da vida marinha, a cidade é reduto de visitantes que vêm de várias partes do país e do exterior para experimentar esse contato com a natureza.

Não é para menos. A região, situada no Vale do Ribeira, foi tombada pela UNESCO como Patrimônio Natural da Humanidade e apontada como um dos melhores roteiros ecológicos do planeta por reunir quatro ecossistemas: mangues, dunas, restingas e Mata Atlântica. São 110 quilômetros de costa desde a foz do Rio Ribeira, em Iguape (SP), até a Baía de Paranaguá (PR), onde ficam as ilhas de Cananéia, Cardoso, Bom Abrigo, Filhote, Cambriú, Castilho, Figueira, Casca e Pai do Mato.

Localização:
Cananéia: R. Dr. Alco Forado, 52
Ilha Comprida: Av. Intermares, 01
Tipo de embarcação: ferryboat
Distância: 940 metros
Tempo de travessia: 8 minutos
Horário de funcionamento: 24 horas

A Travessia Cananéia/Ilha Comprida tem como característica principal a grande procura nos fins de semana e feriados, sendo utilizada, principalmente, por turistas que buscam as praias de Ilha Comprida e suas belezas naturais. Operam na travessia, os ferryboats FB-12 e FB-16, com capacidade total para o transporte de 43 veículos. O tempo de deslocamento é de no máximo 10 minutos.

Situado no Litoral Sul do Estado de São Paulo, o município de Ilha Comprida é uma faixa insular de 74 km de extensão, separada do continente por um estreito canal de 1 km de largura.

O local abriga sete biomas diferentes, do mangue à restinga, e serve de morada para uma fauna rica e variada, que podem ser facilmente observada pelos visitantes. Isso tudo faz do local um importante reduto ecológico, que atrai turistas pela diversidade de seus atrativos naturais e culturais.

Localização:
Cananéia: Av. Washington Luiz, 300
Ariri: Estrada Municipal Ariri, s/n
Tipo de embarcação: lancha
Distância: 37.600 metros
Tempo de travessia: 3 horas e 30 minutos
Horário de funcionamento: Uma viagem por dia, com saídas de Cananéia às segundas, quartas e quintas-feiras, com retorno saindo de Ariri às terças, quartas e sextas-feiras. Às quartas o percurso é ida e volta.

Bastante utilizada por moradores de comunidades ribeirinhas, a lancha Canéu é, muitas vezes, a única alternativa para transportar compras de supermercado ou chegar, por exemplo, à escola e à farmácia. O percurso, que corta a região conhecida como Mar Pequeno, conta com três paradas regulares: Marujá, Pontal do Leste e Ariri.

Contudo, sempre que solicitado pelos moradores da região, a embarcação também faz paradas excepcionais em outros pontos localizados ao longo do seu trajeto. A Travessia Cananéia/Ariri também é muito procurada pelos amantes do turismo ecológico. A região é tombada pela Unesco como patrimônio natural da humanidade. Por ser uma travessia com viés social importante, a tarifa para moradores locais é reduzida.