22/06/2015

Recinto da arara-azul-de-lear

Recinto da arara-azul-de-lear em Araçoiaba da Serra

A secretária do Meio Ambiente, Patrícia Iglecias, e o diretor-presidente da Fundação Parque Zoológico, Paulo Magalhães Bressan, inauguraram sexta-feira (19/6) o primeiro Centro de Conservação da Fauna Silvestre do Estado de São Paulo (CECFAU). A unidade ocupa área de 80 mil m² na Estrada do Jundiaquara, 33, em Araçoiaba da Serra-SP. Ali, o Zoo mantém uma fazenda para produção de alimentos para os seus animais.

O objetivo desse importante e pioneiro passo do Zoológico foi dotar o país de um espaço projetado para o desenvolvimento de pesquisas e conservação da fauna silvestre.

Inicialmente, o centro abriga cinco espécies de animais ameaçados de extinção: mico-leão-preto, mico-leão-dourado, mico-leão-da-cara dourada e tamanduá-bandeira, além da arara-azul-de-lear, cujo nascimento do primeiro filhote em cativeiro no Hemisfério Sul ocorreu recentemente no Zoo de São Paulo.

O mico leão dourado também ganhou um amplo espaço

Mico-leão-dourado também ganha um amplo espaço

Na oportunidade, Bressan destacou os novos paradigmas da Fundação. “Nosso objetivo é deixar de ser apenas um parque temático e passar a ser, principalmente, um local de conservação da biodiversidade da fauna. Nesta primeira fase, estamos trabalhando com três espécies: araras, tamanduás e micos, mas no futuro outros animais ameaçados ganharão aqui nossos cuidados”.

Bressan também falou sobre o investimento de R$ 4 milhões, gerado com recursos próprios da Fundação, que recebe anualmente 1,6 milhão com a cobrança de ingressos de visitantes.

O coronel PM Rogério de Oliveira Xavier, comandante da Polícia Ambiental do Estado de São Paulo, afirmou que anualmente são apreendidos cerca de 10 mil animais. Já a prefeita de Araçoiaba da Serra, Mara Melo, disse considerar o CECFAU “um presente para sua cidade pelas lições de educação ambiental que os estudantes da rede escolar recebem quando visitam o local”.

Ao encerrar a cerimônia, Patrícia Iglecias afirmou que o CECFAU é “reflexo de um trabalho inspirador executado com grande empenho pela Fundação Parque Zoológico de São Paulo, e vai ao encontro dos esforços da Secretaria do Meio Ambiente em relação à proteção da fauna silvestre”.

Segundo a secretária, “por ações como essas que o Zoológico é referência mundial e considerado o melhor da América Latina, motivo de orgulho para todos nós”. E completou: “Nossa ambição é aprimorar instrumentos normativos e de gestão relacionados ao tema, além de instituir uma sólida política pública estadual para a conservação de fauna silvestre”.

Missão

O centro nasce com a missão de promover, por meio de pesquisas e programas integrados, a conservação da fauna silvestre “in situ”, no próprio ambiente onde ocorrem, e “ex situ”, fora do ambiente natural, como aconteceu com a arara-azul-de-lear, espécie endêmica da região norte da Bahia, na área de Reserva Ecológica do Raso da Catarina e Reserva Biológica de Canudos.

As espécies transferidas para o CECFAU foram selecionadas pelo corpo técnico, conforme as prioridades da Fundação Parque Zoológico, para atender projetos de reprodução com o objetivo de reforçar populações de espécies ameaçadas na natureza, bem como a construção de banco genético de reserva e de pesquisa.

A infraestrutura do espaço inclui áreas de apoio técnico, integrando medicina veterinária e biologia, com salas de manejo e cirurgia, ambulatório, áreas de internação, laboratórios, berçário e incubação de ovos; de treinamento, para reuniões, cursos e palestras; e de alimentação animal, para preparo, manipulação e distribuição de dietas.

Os recintos para os animais foram projetados segundo as características das espécies. A arara-azul-de-lear, por exemplo, dispõe de oito espaços com paredões cenográficos e complexo de ninhos. As áreas dos tamanduás e primatas contam com particularidades próprias dessas espécies.

A arara-azul-de-lear  dispõe de oito espaços com paredões cenográficos e ninhos

Arara-azul-de-lear dispõe de oito recintos com paredões cenográficos e ninhos

O CECFAU conta com suporte do Departamento de Pesquisa Aplicada (DPA), criado em 2012 pelo Zoológico, para desenvolver trabalhos como o de reprodução assistida.