
25/08/2015
A interação entre florestas e clima foi o fio condutor dos debates realizados na segunda-feira, 24/8, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, com a participação da secretária do Meio Ambiente, Patrícia Iglecias, ao lado de parlamentares e representantes de entidades ambientalistas do país
Denominado Evento Preparatório para a 21ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – COP 21, marcado para o final deste ano em Paris, os debates foram organizados pela Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com a Frente Parlamentar Ambientalista do Congresso Nacional e da Assembleia Legislativa de São Paulo.
Segundo Mário Mantovani, diretor da SOS Mata Atlântica, que conduziu os trabalhos do encontro, as contribuições oferecidas pelos participantes serão compiladas em um documento a ser encaminhado no dia 29 de agosto, em Brasília, para a representação brasileira na COP 21, tratando de questões relativas aos biomas como Amazônia, Cerrado, Pantanal e Mata Atlântica e sua interação com o clima.
A secretária Patrícia Iglecias reiterou a defesa da integração das três convenções das Nações Unidas, que tratam do clima, biodiversidade e desertificação. “Precisamos deixar para trás a falsa dicotomia, que coloca em oposição as duas dimensões do combate às modificações no clima, na qual a ênfase na adaptação significaria renunciar a ações estruturais de redução das emissões”, explicou.
Disse estar convicta de que “a integração de ações nas áreas do clima e da biodiversidade não apenas trará maior eficiência e racionalidade ao gerenciamento de projetos, como também irá preparar o Estado de São Paulo para enfrentar cenários climáticos bastante preocupantes no futuro próximo”.
Esclareceu que a sua gestão na Secretaria do Meio Ambiente estabeleceu cinco diretrizes, duas das quais propõem fomentar sinergias entre projetos nas áreas de conservação ambiental e restauração ecológica, vulnerabilidade ambiental e mudanças climáticas.
Um dos objetivos é alcançar as Metas de Aichi adotadas na Conferência sobre Biodiversidade, realizada em 2010, em Nagoya, no Japão, como a de recuperar, até 2020, pelo menos 15% dos ecossistemas degradados contribuindo para a mitigação e a adaptação às mudanças climáticas.
“As ações de conservação e restauração florestal promovidas pelos setores público, privado e não governamental em nosso Estado já estão resultando em aumento nos estoques de carbono”, afirmou. Citou o inventário de emissões de gases de efeito estufa do setor de uso da terra em São Paulo, que identificou uma remoção líquida de 25 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) no período entre 2008 e 2011, superando o deficit registrado no período anterior.
Iglecias falou do trabalho que está sendo desenvolvido para ampliar a contribuição da agricultura e das florestas na mitigação dos gases de efeito estufa e na adaptação do Estado às mudanças climáticas. A meta é de restaurar 300 mil hectares de florestas, dentro do Plano Plurianual 2016-2019, contra os 78 mil hectares recuperados no atual plano que compreende o período 2012-2015.
Com essa finalidade, a Secretaria do Meio Ambiente desenvolveu o Programa Nascentes, integrando políticas públicas nas áreas do clima, biodiversidade, recursos hídricos e agricultura, tornando compulsória a adesão dos proprietários rurais ao Cadastro Ambiental Rural (CAR), um pré-requisito para ingressar no Programa de Regularização Ambiental (PRA). O Programa Nascentes planeja recuperar 20 mil hectares de matas ciliares de propriedades rurais até 2019, protegendo 6.000 km de cursos-d’água.
O deputado federal Sarney Filho (PV-MA) falou do problema da falta de água na região sudeste do país, lembrando que “se tivéssemos cuidado da cobertura vegetal, reflorestando as áreas de preservação permanente, talvez o impacto da longa estiagem em São Paulo fosse de menor proporção”.
Ivan Valente, deputado federal pelo PSOL-SP, cobrou maior protagonismo brasileiro nas questões relativas às mudanças climáticas, reassumindo a posição de vanguarda que desempenhou no passado. “Até avançamos na questão da redução do desmatamento, mas não nas práticas agrícolas ou na ocupação de terras indígenas, e continuamos campeões no uso de agrotóxicos, consumindo cerca de 20% do total produzido no planeta”, disse.
O evento contou ainda com as presenças do deputado federal Ricardo Trípoli, do consultor ambiental Fábio Feldmann e de representantes de entidades ambientalistas que falaram de questões relativas aos diversos biomas brasileiros.
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25/08/2015
A interação entre florestas e clima foi o fio condutor dos debates realizados na segunda-feira, 24/8, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, com a participação da secretária do Meio Ambiente, Patrícia Iglecias, ao lado de parlamentares e representantes de entidades ambientalistas do país
Denominado Evento Preparatório para a 21ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – COP 21, marcado para o final deste ano em Paris, os debates foram organizados pela Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com a Frente Parlamentar Ambientalista do Congresso Nacional e da Assembleia Legislativa de São Paulo.
Segundo Mário Mantovani, diretor da SOS Mata Atlântica, que conduziu os trabalhos do encontro, as contribuições oferecidas pelos participantes serão compiladas em um documento a ser encaminhado no dia 29 de agosto, em Brasília, para a representação brasileira na COP 21, tratando de questões relativas aos biomas como Amazônia, Cerrado, Pantanal e Mata Atlântica e sua interação com o clima.
A secretária Patrícia Iglecias reiterou a defesa da integração das três convenções das Nações Unidas, que tratam do clima, biodiversidade e desertificação. “Precisamos deixar para trás a falsa dicotomia, que coloca em oposição as duas dimensões do combate às modificações no clima, na qual a ênfase na adaptação significaria renunciar a ações estruturais de redução das emissões”, explicou.
Disse estar convicta de que “a integração de ações nas áreas do clima e da biodiversidade não apenas trará maior eficiência e racionalidade ao gerenciamento de projetos, como também irá preparar o Estado de São Paulo para enfrentar cenários climáticos bastante preocupantes no futuro próximo”.
Esclareceu que a sua gestão na Secretaria do Meio Ambiente estabeleceu cinco diretrizes, duas das quais propõem fomentar sinergias entre projetos nas áreas de conservação ambiental e restauração ecológica, vulnerabilidade ambiental e mudanças climáticas.
Um dos objetivos é alcançar as Metas de Aichi adotadas na Conferência sobre Biodiversidade, realizada em 2010, em Nagoya, no Japão, como a de recuperar, até 2020, pelo menos 15% dos ecossistemas degradados contribuindo para a mitigação e a adaptação às mudanças climáticas.
“As ações de conservação e restauração florestal promovidas pelos setores público, privado e não governamental em nosso Estado já estão resultando em aumento nos estoques de carbono”, afirmou. Citou o inventário de emissões de gases de efeito estufa do setor de uso da terra em São Paulo, que identificou uma remoção líquida de 25 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) no período entre 2008 e 2011, superando o deficit registrado no período anterior.
Iglecias falou do trabalho que está sendo desenvolvido para ampliar a contribuição da agricultura e das florestas na mitigação dos gases de efeito estufa e na adaptação do Estado às mudanças climáticas. A meta é de restaurar 300 mil hectares de florestas, dentro do Plano Plurianual 2016-2019, contra os 78 mil hectares recuperados no atual plano que compreende o período 2012-2015.
Com essa finalidade, a Secretaria do Meio Ambiente desenvolveu o Programa Nascentes, integrando políticas públicas nas áreas do clima, biodiversidade, recursos hídricos e agricultura, tornando compulsória a adesão dos proprietários rurais ao Cadastro Ambiental Rural (CAR), um pré-requisito para ingressar no Programa de Regularização Ambiental (PRA). O Programa Nascentes planeja recuperar 20 mil hectares de matas ciliares de propriedades rurais até 2019, protegendo 6.000 km de cursos-d’água.
O deputado federal Sarney Filho (PV-MA) falou do problema da falta de água na região sudeste do país, lembrando que “se tivéssemos cuidado da cobertura vegetal, reflorestando as áreas de preservação permanente, talvez o impacto da longa estiagem em São Paulo fosse de menor proporção”.
Ivan Valente, deputado federal pelo PSOL-SP, cobrou maior protagonismo brasileiro nas questões relativas às mudanças climáticas, reassumindo a posição de vanguarda que desempenhou no passado. “Até avançamos na questão da redução do desmatamento, mas não nas práticas agrícolas ou na ocupação de terras indígenas, e continuamos campeões no uso de agrotóxicos, consumindo cerca de 20% do total produzido no planeta”, disse.
O evento contou ainda com as presenças do deputado federal Ricardo Trípoli, do consultor ambiental Fábio Feldmann e de representantes de entidades ambientalistas que falaram de questões relativas aos diversos biomas brasileiros.