
10/09/2015

Patrícia Iglecias, Mário Mantovani e Rodrigo Agostinho na assinatura do protocolo. (foto: Dirceu Rodrigues)
Na tarde desta quarta-feira (9/9), a secretária de Meio Ambiente de São Paulo, Patrícia Iglecias, abriu as comemorações da Semana do Cerrado Paulista com a assinatura de dois protocolos para a conservação do bioma. Os protocolos, assinados com a SOS Mata Atlântica, são um marco na proteção do Cerrado no estado, bioma que abrange 267 municípios, mas tem apenas 1% de cobertura florestal remanescente.
O primeiro protocolo foi assinado entre a prefeitura de Bauru e a SOS Mata Atlântica. Trata-se do Plano Municipal de Conservação da Mata Atlântica e do Cerrado de Bauru, o primeiro do país a incluir o bioma Cerrado em um plano de conservação municipal.
“Quando começamos a fazer o nosso plano para a Mata Atlântica, uma obrigação legal de todos os municípios que têm a mata atlântica, não pudemos deixar o Cerrado de fora” –, explicou o prefeito de Bauru, Rodrigo Agostinho.
O município é um dos que mais possuem remanescentes de cerrado no estado. São 8,8% de cobertura florestal, com características únicas, pois estão na área de transição com a Mata Atlântica.
“O Plano Municipal de Conservação da Mata Atlântica e do Cerrado de Bauru é paradigmático, avançando rumo à proteção cada vez maior destes biomas valiosos, que precisam do engajamento efetivo de todos os municípios paulistas” –, disse a secretária Patrícia, durante a cerimônia.
O plano municipal de Bauru segue agora para o Conselho Municipal de Meio Ambiente. O segundo protocolo assinado no Jardim Botânico de Bauru foi entre a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e a SOS Mata Atlântica. O objetivo é promover a colaboração interinstitucional para a preservação ambiental, ajudando inclusive o planejamento de ações municipais.
“Estes protocolos representam a união entre a história da Mata Atlântica com a história do Cerrado. O que estamos fazendo aqui é uma revolução” –, disse o diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani.
Cerrado Paulista
A Mata Atlântica e o Cerrado são os dois biomas predominantes no estado de São Paulo. O Cerrado Paulista se estende por 41% do território, mas encontra-se extremamente fragmentado, com apenas 1% de cobertura vegetal remanescente. Para proteger o Cerrado Paulista, o governo do Estado aprovou em 2009 a Lei do Cerrado, Lei Estadual nº 13.550.
No bioma paulista, ocorrem 5.539 espécies vegetais, mais de 2 mil de insetos, 523 de aves, 350 de peixes, 149 de mamíferos e 81 espécies de répteis. Entre a biodiversidade do cerrado, estão espécies bastante conhecidas, como o lobo-guará, o tamanduá-bandeira e a ema, todos presentes na região de Bauru.
O Jardim Botânico de Bauru desenvolve pesquisas para a preservação de importantes espécies do cerrado paulista sob ameaça de extinção, como o sapo-escavador (Proceratophrys moratoi), espécie endêmica do cerrado e um dos anfíbios mais ameaçados do mundo.
“A produção de conhecimento científico é de extrema valia para guiar nossas políticas públicas. Somente quando entendemos a importância da conservação da biodiversidade é que nos esforçamos para preservá-la, especialmente quando estamos falando do Cerrado” –, conclui a secretária de Meio Ambiente do Estado, Patrícia Iglecias.
Texto: Gisele Neuls