
26/10/2015
As potencialidades comerciais das frutas comestíveis da Mata Atlântica, utilizadas na restauração desse bioma, foram discutidas por mais de 180 atores envolvidos nesse processo (academia, institutos de pesquisa, comunidades rurais, agroindústrias, comércio e consumidores), durante o “IV Seminário Frutos da Mata Atlântica – o sabor da biodiversidade”, no último dia 22 de outubro, no auditório do Instituto Florestal (IF), em São Paulo.
O evento foi organizado pelo IF em parceria com a Associação dos Bolsistas da Japan International Cooperation Agency (ABJICA) e a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA), com apoio da Agência de Cooperação japonesa (JICA), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Fundação Florestal (FF) e as comunidades produtoras do Bairro Rio Preto, Guapuvuru e Instituto H&H Fauser.
A divulgação dessas frutas nativas tem, num primeiro momento, o objetivo de abrir mercado e incentivar o cultivo dessas espécies, que geralmente já são utilizadas na restauração e conservação da Mata Atlântica. Entretanto, segundo técnicos e especialistas envolvidos nessa discussão, para alcançar a frutificação satisfatória, é necessário adotar o plantio e manejo apropriado.
Uma das experiências apresentadas foi o desenvolvimento das cadeias produtivas do pinhão, do cambuci, do palmito-juçara e da erva-mate, por meio da parceria entre a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA) e o Instituto Auá. Outros importantes depoimentos foram do agrônomo Kunio Nagai, consultor de agricultura orgânica, que falou sobre o manejo do solo e adubação no cultivo de plantas nativas. O pesquisador do IF, Miguel Luiz Menezes Freitas apresentou seu trabalho de pesquisa sobre a conservação genética do cambucá. E também o projeto de conservação de ucúuba, na Amazônia, foi apresentado pela professora Fátima Conceição, da UFSCar.
O diretor-geral do IF, Edgar Fernando de Luca reforçou que o seminário tornou possível pensar a restauração de forma sustentável, pois no seu entender, é possível utilizar esses produtos da Mata Atlântica de maneira nacional, trazendo bons resultados em termos de comercialização, mas sempre com o olhar na conservação florestal.
Também prestigiaram o evento o vice-cônsul do Japão em São Paulo, Takeshi Aihara, Luis Fernando Rocha, diretor executivo da Fundação Florestal, Clayton Lino, presidente do Conselho Nacional da RBMA e Sergio Ishikawa, presidente da ABJICA.
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