
07/03/2016
No dia 6 de março, quando foram completados 15 anos da morte de Mario Covas, São Paulo ganhou um novo marco: a escultura “Sonho de Liberdade”, instalada no Parque da Juventude, zona norte da cidade. Um culto ecumênico em memória do ex-governador, que reuniu um padre, um pastor evangélico, um rabino e um representante de religiões afros, marcou a cerimônia de lançamento da escultura.
Ela foi concebida pelo artista italiano Domenico Calabrone (1928-2000). A família do escultor a doou à Fundação Mario Covas, que encomendou uma réplica ampliada para homenagear Covas. A versão foi feita em bronze e mede seis 6 metros de altura.
O Parque da Juventude foi o local escolhido por ser um símbolo da transformação de São Paulo. Até 2002, o espaço era ocupado pela Casa de Detenção – conhecida como Carandiru. A decisão de desativar o complexo foi de Mario Covas, quando governador do Estado de São Paulo. Hoje, além do parque, o local também abriga a Escola Técnica de São Paulo e a Biblioteca de São Paulo e recebe uma média de 200 mil frequentadores por mês.
A secretária Patrícia Iglecias acompanhou o governador Geraldo Alckmin na cerimônia e falou sobre os avanços na agenda ambiental no Estado de São Paulo, promovidos por Mario Covas. “Seu período como governador se viu marcado por grandes debates e avanços na agenda ambiental. Foi em sua gestão que São Paulo deu início a programas pioneiros de gestão ambiental, que permitiram a elaboração da Política Estadual de Meio Ambiente, em lei promulgada por ele em 1997 (Lei Estadual nº 9.509/97). A política é um marco legal para a gestão ambiental em São Paulo, tendo criado o Sistema Estadual de Administração da Qualidade Ambiental, Proteção, Controle e Desenvolvimento do Meio Ambiente e Uso Adequado dos Recursos Naturais.”
Patrícia Iglecias lembrou também que na gestão de Covas, o Estado deu, também, passos firmes em direção ao combate à poluição. “Em seu governo foi criado o programa de rodízio de veículos na RMSP. Somente um líder corajoso enfrentaria a polêmica proposta de reduzir a circulação de veículos, medida fundamental para a melhoria da qualidade do ar.” Completou dizendo que “ também na gestão de Covas, foi criado o primeiro programa estadual de mudanças climáticas de que se tem notícia. O Pró-Clima, de 1995, colocou o Estado de São Paulo na vanguarda da atuação dos governos subnacionais para enfrentar as mudanças no clima.”
Domenico Calabrone, um artista da forma
Autor da peça original do monumento “Sonho de Liberdade”, em homenagem a Mario Covas, Domenico Calabrone (1928/2000) foi escultor, pintor, gravador, cenógrafo e designer de joias. Nascido em Alieta, Itália, cursou o Liceu Clássico, em Roma (com especialização em técnicas de fundição, mosaico e cerâmica) entre os anos de 1948 e 1951. Três anos mais tarde desembarcou no Brasil, onde se integraria ao meio artístico.
Calabrone foi aluno da escola de arte do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), e já em 1963 teve obras na 1ª Exposição do Jovem Desenho Nacional, em São Paulo. Dedicado ao estudo da técnica, da expressão artística, Calabrone foi consolidando seu trabalho e ganhando visibilidade. Como no 1° Salão Esso de Artistas Jovens, sediado no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP) e no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP), em 1975 e 1978.
Pietro Maria Bardi, o fundador do Museu de Arte de São Paulo (MASP), disse certa vez que, dos poucos artistas-artesãos que conhecia, Calabrone lhe parecia o mais tradicional: “Um escultor consistente e vivo ceramista e ourives, fascinado pelo interesse da forma”.
O reconhecimento de uma vida dedicada à arte pode ser visto nas várias premiações. Em 1986, levou o Prêmio Internacional da Escultura Contemporânea em Cassano Jonio, Itália; em 1990, recebeu o Prêmio Aquisição do Salão de Arte Contemporânea de Santo André; em 1991, ganhou Sala Especial no Salão Paulista de Arte Contemporânea; em 1994, recebeu o 41° Premio Internazionale di Pinttura di Pizzo, na Itália.