04/04/2017

O número de focos de incêndio registrados no estado de São Paulo em 2016 aumentou 63% na comparação com 2015. É o que mostra balanço da Operação Corta Fogo divulgado nesta quarta-feira, 29, pela Secretaria do Meio Ambiente. Essa operação é uma iniciativa da pasta para combater os incêndios florestais.

Foram registrados 3.149 focos de calor contra 1.984 em 2015. Maior refinamento nos dados de monitoramento e fiscalização, distribuição irregular das chuvas, um primeiro trimestre de 2016, considerado o mais quente dos últimos anos, e maior ocorrência de balões, estão entre as causas desse acréscimo.

Em 2016, a Operação Corta Fogo precisou ser antecipada – para maio -, devido à ocorrência de graves incêndios que assolou diversas regiões do estado de São Paulo desde abril. No ano passado, a Polícia Militar Ambiental apreendeu 118 balões, um aumento de mais de 50% em relação a 2015 com 63 apreensões.

A região metropolitana de São Paulo (RMSP) foi a que mais registrou aumento dos focos de incêndios: 173% (de 60 para 164 focos). O tempo esquentou também na região de Campinas, com 548 focos de incêndio, seguida por Bauru (299) e São José do Rio Preto (286).

As Unidades de Conservação também sofreram bastante com os incêndios, com 2.714 hectares atingidos pelo fogo, contra 1.948 no ano anterior, um aumento de 39%.

Quanto às autorizações de queima da palha da cana-de-açúcar, a queda foi de 187.192, em 2015, para 122.339, em 2016. Em hectares, a redução se deu de 31.229, em 2015, para 20.228 hectares.

A fiscalização pela Coordenadoria de Fiscalização Ambiental (CFA), Cetesb e Polícia Militar Ambiental foi bastante atuante. Lavrou 535 autos de infração por uso irregular do fogo, sendo 517 pela Polícia Militar Ambiental e 18 aplicados pela Cetesb, em 25.074 hectares. Em 2015, foram aplicados 271 autos de infração ambiental pela Polícia Ambiental e 42 pela Cetesb, totalizando  313 autuações em 7.522 hectares.

“Esse aumento no registro de focos também é resultado de um aperfeiçoamento das ferramentas da Operação Corta Fogo para fazer frente às ameaças de incêndios, principalmente em unidades de conservação”, destacou o coordenador de   fiscalização ambiental Sérgio Marçon.

Estratégias

Para 2016, a Secretaria do Meio Ambiente intensificou as ações para combater os incêndios florestais. Implantou três polos da Operação Corta Fogo nos parques estaduais Campos do Jordão, Juquery e Porto Ferreira, que abrangem 14 unidades de conservação.

O objetivo é prover estrutura e procedimentos para respostas rápidas a incêndios florestais nas áreas protegidas estrategicamente localizadas em regiões de maior risco a incêndios, bem como aquelas com histórico significativo de ocorrências.

Os treinamentos também contribuem para o combate a incêndios. Foram realizadas Oficinas Regionais para Redução de Riscos – Estiagem 2016, com treinamento de brigadistas municipais, que capacitaram 2.513 pessoas em 434 munícipios. E outra de “Boas Práticas de Prevenção e Combate a incêndios: fortalecendo a articulação e a proteção das RPPN Paulistas”, que contou com a participação de 20 RPPN.

Outra estratégia utilizada pela primeira vez em 2013 foi o uso de aeronaves. Para esta ação, foram treinados 120 profissionais no ano passado. Além dessas, a Operação Corta Fogopromoveu campanha de prevenção em rodovias, com mensagens nos painéis fixos e móveis, distribuição de folhetos e ações nas redes sociais e internet.

A Operação Corta Fogo, instituída em 2011, é coordenada pela Secretaria do Meio Ambiente (SMA), que articula as ações de órgãos como o Corpo de Bombeiros, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de São Paulo, a Polícia Militar Ambiental (PAmb), a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), a Fundação para a Conservação e a Produção Florestal do Estado de São Paulo (FF) e o Instituto Florestal (IF). Quatro programas integrados e complementares são desenvolvidos pela Corta Fogo, envolvendo prevenção, controle, monitoramento e combate a incêndios florestais.