07/12/2018

Agora é oficial. Está criado o Mosaico de Unidades de Conservação do Cerrado Paulista, que abrange o Refúgio de Vida Silvestre (RVS) Aimorés e a Área de Relevante Interessante Ecológico (ARIE) Leopoldo Coutinho, localizado os municípios de Bauru, Pederneiras e Agudos, no centro-oeste paulista.

O Decreto (63.893) foi publicado do Diário Oficial na quinta-feira, 6 de dezembro. A criação do Mosaico, que será administrado pela Fundação Florestal, é importante para blindar o Cerrado, um dos biomas mais ameaçados. O Mosaico é agora o segundo maior conjunto protegido do cerrado paulista em termos de área, com 4.035 hectares, sendo o RVS Aimorés, unidade de proteção integral, com 1.724,237 ha e a ARIE Leopoldo Coutinho, de uso sustentável, com 2.310,495 ha.

O Refúgio de Vida Silvestre tem como objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades de flora local e da fauna residente migratória. Já a ARIE visa manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas com a conservação da natureza.

O Mosaico vai proteger a diversidade biológica e contribuir para o cumprimento de compromissos nacionais e internacionais de conservação ambiental assumidos pelo Estado de São Paulo, como as Metas de Aichi, no âmbito da Conversão da Diversidade Biológica.

O bioma cerrado é uma das áreas que abriga a maior diversidade biológica do planeta, considerado um “hotspot” mundial de biodiversidade em razão das ameaças sobre ele incidentes e por configurar prioridade para conservação ambiental.

A nova UC abriga 35 espécies de anfíbios, 27 de mamíferos e 183 aves. E dez espécies são consideradas ameaçadas de extinção, nove vulneráveis e uma em perigo. Quanto à vegetação, há 572 espécies, pertencentes a 100 famílias de plantas vasculares e 11 constam na lista de espécies ameaçadas no Estado de São Paulo. Esses números mostram a riqueza da fauna e da flora e reforçam a necessidade de protegê-las.

No estado de São Paulo, a área remanescente de cerrado corresponde a apenas 8,5% de sua superfície original. E do conjunto das unidades de conservação estaduais paulistas de proteção integral, apenas 2% aproximadamente correspondem a fisionomias do cerrado.

Texto/edição: Luciana Reis
Fotos: divulgação
Revisão: Cris Leite