Proprietários rurais paulistas participantes do projeto Conexão Mata Atlântica foram reconhecidos pelo esforço em adotar boas práticas ambientais para garantir a prestação de serviços ecossistêmicos. Os certificados de “Prestador de Serviços Ambientais” foram entregues pelo subsecretário de Meio Ambiente Eduardo Trani. Durante o evento, realizado no sábado, 14 de março, em São Luiz do Paraitinga, também foram entregues placas para identificar propriedades.

Ao todo, aproximadamente 200 produtores selecionados na modalidade Pagamento por Serviços Ambientais Uso Múltiplo (PSA) dos municípios de Bananal, Natividade da Serra, São Luiz do Paraitinga, São José dos Campos, Peruíbe, Itariri, Pedro de Toledo e Miracatu receberão os certificados.

“O estado incentiva os pequenos produtores a preservar a cobertura vegetal, com possibilidade de geração de renda. É a visão de que meio ambiente e agricultura caminham juntos, em parceria. E o Conexão é um piloto de política pública que deve ser levado para todo o estado de São Paulo”, ressaltou Eduardo Trani.

Cercamento de mata ciliar e nascentes, manejo adequado da pastagem e instalação de bebedouros nos piquetes são algumas das ações do projeto Conexão Mata Atlântica para aumentar a quantidade de água, melhorar a qualidade do pasto, controla a erosão do solo e, consequentemente, incrementar a produtividade, seja do leite ou do gado de corte e da agrofloresta.

Para por em prática essas ações, o Conexão usa instrumentos como Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) em duas modalidades. A categoria Uso Múltiplo, estimula tanto atividades de conservação da vegetação nativa como a adoção de sistemas mais produtivos, por meio da remuneração dos proprietários rurais pela execução de ações mais sustentáveis na gestão do imóvel rural, para fomentar os serviços ecossistêmicos. A outra modalidade de PSA é o Proteção, que apoia a conservação de fragmentos vegetais, bem como incentiva os proprietários rurais a promoverem a regeneração natural em suas propriedades.

“As técnicas do projeto funcionam mesmo. No início, aos poucos, segui as orientações para o correto manejo do pasto e os resultados surpreenderam. O Projeto mostrou o caminho para melhorar a efetividade do trabalho que fazemos na propriedade”, ressaltou o produtor Marcio André, um dos certificados pelo Conexão.

A dúvida quanto aos resultados do projeto também rondou a produtora Maria Minilda. Mas, como gosta de desafios, seguiu as recomendações e cercou a área. Logo percebeu que a vegetação voltou a crescer, se entusiasmou e agora participa de outros instrumentos do Conexão.

Até o momento, há cerca de 250 proprietários com planos de ação elaborados na modalidade PSA Uso Múltiplo, com uma área já contratada superior a 2.600 hectares.

Com as intervenções planejadas a área com uso considerado sustentável passará de 30% dos imóveis para 70% dos imóveis em média, com grande benefício para a produtividade e renda e para a conservação ambiental. “O produtor se torna um prestador de serviços ecossistêmicos e pode ainda receber apoio técnico e financeiro para certificação da produção e desenvolvimento de cadeias de valor sustentável. São oportunidades de melhorar a renda da família e as condições de suas propriedades”, explicou a coordenadora do projeto Luiza Saito.

As atividades de pagamentos por serviços ambientais do projeto dependem da participação e envolvimento dos produtores. Eles são selecionados por meio de edital e devem elaborar um plano de ação para ser executado em sua propriedade. Os pagamentos são feitos mediante o cumprimento das etapas dos planos de ação.

Além do PSA, o Conexão Mata Atlântica utiliza outros instrumentos, como Certificação e Cadeia de Valor Sustentável.

Presente ao evento, o coordenador de Fiscalização e Biodiversidade Sérgio Marçon e a prefeita de São Luiz do Paraitinga Ana Lucia Bilard Sicherle, os prefeitos de Paraibuna e Lagoinha, Victor de Cássio Miranda e Tiago Magno de Oliveira, respectivamente, e o vice-prefeito de Natividade da Serra Miron Danvers Fernandes.

Projeto Conexão Mata Atlântica
O projeto Conexão Mata Atlântica tem o objetivo de aumentar a proteção da biodiversidade e da água e fixar carbono em zonas prioritárias da Bacia do Paraíba do Sul e Corredor Sudeste da Mata Atlântica brasileira, com atividades nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

No território paulista, a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA) e a Fundação Florestal (FF) são responsáveis por executar ações do projeto.

Com apoio do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e Banco Americano de Desenvolvimento (BID), o projeto é coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (MCTIC), e executado pelo MCTIC, Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais e a Finatec.