“O Programa Biota-Fapesp teve um papel fundamental no desenvolvimento das políticas públicas ambientais do estado paulista ao longo das últimas duas décadas, e hoje é uma referência para os nossos gestores. Os resultados de suas pesquisas permitiram que São Paulo esteja na vanguarda de políticas de conservação e proteção da biodiversidade”, destacou o subsecretário de Meio Ambiente Eduardo Trani, na abertura do 8º webinar em comemoração aos 20 anos do Programa Fapesp de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Restauração e Uso Sustentável da Biodiversidade (Biota-Fapesp), realizado na terça-feira, 1 de dezembro.
Trani citou alguns exemplos como a criação de áreas protegidas e Unidades de Conservação, o controle do parcelamento de uso do solo, o zoneamento agroambiental sucroalcooleiro, normas sobre restinga e o próprio licenciamento ambiental.
O programa foi criado em março de 1999 para conhecer, mapear e analisar a riqueza de espécies do estado paulista. Com o passar dos anos, ampliou sua atuação, gerando informações que influenciaram políticas públicas de conservação e restauração de áreas vegetadas e passou a desempenhar papel importante em estudos que incorporam a questão da biodiversidade no contexto das mudanças climáticas.
De acordo o presidente da Fapesp Marco Antonio Zago, estudo e preservação da biodiversidade dizem respeito à sobrevivência na Terra. E existem fortes vínculos com preservação da floresta, da água e com as mudanças climáticas. O programa resultou ainda em um banco de dados riquíssimo, gerou conhecimento e rendeu mais de uma centena de reportagens na Agência Fapesp e na revista Pesquisa Fapesp, com grande repercussão na imprensa.
Nestes 20 anos de trabalho, o Biota-Fapesp contabilizou investimento de cerca de U$ 80 milhões de dólares e concedeu 293 auxílios e bolsas. Gerou a publicação de 3.412 artigos científicos e envolveu 1.200 pesquisadores.
Futuro
Para os próximos anos, o coordenador do Programa Biota-Fapesp Carlos Joly, conta que uma das novidades é a criação dos Centros de Síntese, que têm a tarefa de reconhecer padrões de biodiversidade que transcendam as separações entre ecossistemas e as divisões da taxonomia tradicional e identificar as forças naturais responsáveis por tais padrões. A ideia é integrar dados de pesquisa de diferentes Centros para avançar o conhecimento científico e procurar resolver problemas da sociedade.
O Centro de Síntese deve potencializar o trabalho realizado ao longo dos 20 anos do Programa Biota-Fapesp.
Participaram do seminário online os diretores científicos da Fapesp Luiz Eugênio Mello, diretor científico, Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico de 2005 à 2020, José Fernando Perez, diretor científico de 1993 à 2005, Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo e Pedro Passos, do Conselho da Natura.