
24/02/2021
A Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA) e a Fundação Florestal (FF) receberam a doação de 10 mil mudas de plantas nativas da Companhia Energética de São Paulo (CESP). As espécies foram entregues para agricultores atendidos pelo projeto Conexão Mata Atlântica, que visa o aumento da proteção da biodiversidade e da água e o combate às mudanças climáticas.
A ação incentiva a implantação de florestas multifuncionais, que contribuem para a conservação da biodiversidade e da água e geração de renda.
Entre as 64 espécies entregues aos produtores estão pitanga, pau-brasil, ipê, goiaba e cambuci. As mudas estão sendo plantadas em áreas de instalação de sistemas agroflorestais nas propriedades rurais dos municípios atendidos: Peruíbe, Itariri, Pedro de Toledo e Miracatu.
Ao todo, 100 produtores receberam as espécies e as orientações para plantio por meio da assistência técnica do Instituto BioSistêmico (IBS), que atua no projeto. “Ações como essa contribuem para o fomento das cadeias produtivas, valorizando as espécies nativas da região, além de possibilitar a recuperação de algumas áreas de preservação permanentes degradadas”, destaca a engenheira florestal Thais Lima, coordenadora das atividades do IBS no Conexão Mata Atlântica.
O transporte das mudas, do viveiro da CESP em Paraibuna, contou com o esforço coletivo dos próprios agricultores beneficiários do projeto e da colaboração de instituições parceiras.
De acordo com o agroécologo Humberto Munareti, que atua no projeto pelo IBS, “a doação de mudas aos agricultores foi de extrema importância, já que existe uma carência de acesso às espécies nativas da região, nos viveiros mais próximos, tanto pelo custo das mudas como pela falta de disponibilidade dessas espécies”.
A agricultora Silvana Pereira, atendida pelo projeto no município de Itariri, confirma a dificuldade em encontrar as espécies e ressalta a importância do recebimento das mudas: “A doação veio em bom tempo, pois não tinha expectativa de receber as mudas de frutíferas, madeireiras e floríferas para a produção de mel”, destaca. Ela acrescenta ainda que o plantio dessas mudas vai contribuir para cumprir as metas do seu plano de ação de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), que é a alteração de uso do solo das culturas perenes para o Sistema Agroflorestal.
As mudas foram entregues em dezembro na sede do PESM- Núcleo Itariru, envolveu monitores ambientais e aproximou os beneficiários da Conexão Mata Atlântica com a Unidade de Conservação.
“A doação das mudas nativas contribui para o esforço no processo de restauração de áreas impactadas na região, ação que também vem sendo realizada no interior da Unidade de Conservação”, destaca Joaquim do Marco Neto, gestor do parque.
A partir de agora o projeto Conexão Mata Atlântica acompanha o plantio, a manutenção e o manejo para a coleta de dados referentes produção dessas espécies em campo para subsidiar políticas públicas.
Sobre o Conexão Mata Atlântica
O Projeto “Recuperação de Serviços de Clima e Biodiversidade no Corredor Sudeste da Mata Atlântica Brasileira” – Conexão Mata Atlântica tem o objetivo de aumentar a proteção da biodiversidade e da água e combater mudanças climáticas. Para isso, promove atividades de conservação da vegetação nativa, adoção de sistemas mais produtivos e melhoramento da gestão de unidades de conservação.
Até o momento, o projeto celebrou mais de 1.400 contratos com produtores rurais no Estado de São Paulo, resultando no fomento à conservação de cerca de dez mil hectares de vegetação nativa e na restauração de 739 hectares de vegetação, com o PSA Proteção. Ainda, uma das ferramentas do projeto, o PSA Uso Múltiplo promove ações para manejo da pastagem em mais de 1.500 hectares.
Por sua vez, a Fundação Florestal já firmou 267 contratos de PSA Uso Múltiplo que correspondem a conservação de 7.579 hectares de Mata Atlântica e 476 hectares manejados. Esses provedores de serviços ambientais recebem assistência técnica e estão compromissados com práticas conservacionistas, tais como saneamento, conservação de solo e da água, criação de abelhas nativas, entre outras. Há também 160 produtores sendo preparados para obter certificação que em sua maioria optaram pela transição agroecológica e certificação orgânica. Há ainda cerca de 200 produtores recebendo apoio técnico e financeiro para o desenvolvimento de cadeias de valor sustentável, produzindo e beneficiando produtos que geram renda com menor impacto ambiental, cada qual com o seu próprio plano de negócio.