
02/06/2021
Os motivos que favorecem a atração de animais silvestres para áreas ocupadas pela população humana foram alguns dos tópicos abordados no webinar A casa é de quem? Compartilhando o ambiente com a fauna silvestre, realizado nesta terça-feira (1º).
Promovido pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado (SIMA), por meio do Departamento de Fauna (DeFau) da Coordenadoria de Fiscalização e Biodiversidade (CFB), o evento on-line faz parte da programação especial em alusão ao Dia do Meio Ambiente, comemorado no próximo sábado (5 de junho).
O webinar contou com profissionais que exemplificaram como lidar em diferentes situações em que seres humanos ou mamíferos carnívoros, animais peçonhentos, aves e insetos precisam coexistir.
A diretora de DeFau, Vilma Clarice Geraldi, destacou a importância do compartilhamento de conhecimento, inclusive com viés educativo para que as pessoas lidem melhor com as situações diante desses e outros bichos. “Muitas vezes não é fácil para o ser humano e para os animais, que, por sua vez, perdem os habitats. Mas cabe a nós fazermos essa reflexão e acomodar a nossa vida com a de outros seres”.
Já o especialista Paulo Roberto Amaral, do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (CENAP) do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), disse que a onça-parda – motivo de grande preocupação por parte da população quando do seu encontro tanto em ambientes rurais como urbanos – pode ser atraída para áreas periféricas em virtude da presença de galinhas, aves e outros animais de criação vulneráveis disponíveis, como gatos e cachorros sem dono.
“Mesmo a dispensa de lixo orgânico de forma errada atrai a onça” completou, referindo-se que a própria presa irá procurar por estes restos de alimentos. “Então, essa é uma oportunidade para a fauna carnívora se alimentar”, reforçou Amaral, observando que estes animais são, além de assustadiços, oportunistas.
Também do CENAP/ICMBio, Rogério Cunha de Paula, indicou outro fator para a aparecimento de fauna carnívora nas proximidades do ser humano: a conversão de habitats em favorecimento de atividades humanas, como criação de áreas para mineração, represas, plantio, pastagem etc. “Tudo isso faz com que os animais tenham que se ajustar”, disse, mencionando quatis, cachorros do mato, mão-pelada como alguns dos mais comuns avistados.
E, segundo o especialista, engana-se quem acredita que os animais, como lobos, se aproximam das áreas urbanas porque estão à procura de um novo território para se estabelecerem. “Eles chegam porque estão explorando periferias. E, ao se dispersarem, acabam perdendo a noção de onde estão e acabam entrando cada vez mais no centro das cidades”.
Para conferir o evento completo, com os demais temas abordados, como aves, serpentes, escorpiões, primatas, abelhas nativas sem ferrão e outros, acesse aqui.
Confira também a playlist com os vídeos de especialistas apresentados no webinar: https://youtube.com/playlist?list=PLIcQ1GPsdUfXWrgm48yyp-I8lT3RnsMSP