
14/06/2021
As principais tendências quanto ao uso de novas ferramentas disponíveis para a elaboração de projetos de restauração de áreas degradadas e a evolução das pesquisas científicas foram destaque no evento online, promovido pelo Instituto de Botânica da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, na última quarta-feira 09.
Entre os principais projetos de políticas públicas, desenvolvidos pelo IBT estão os modelos de repovoamento vegetal para proteção de recursos hídricos em áreas degradadas dos diversos biomas no estado de São Paulo, o estabelecimento de parâmetros de avaliação e monitoramento para reflorestamentos induzidos visando ao licenciamento ambiental, os estudos sobre a flora e restauração florestal nas áreas diretamente afetadas pelo projeto Rodoanel Mario Covas- trechos norte e sul e a regeneração natural de um plantio com alta diversidade no Parque Estadual das Fontes do Ipiranga.
O Diretor do IBT, Luiz Mauro Barbosa, mostrou os principais avanços do órgão: “Desde o 1º Simpósio de Mata Ciliar, em abril de 1989, já foram realizados mais de 20 eventos com as comunidades científicas, academias e produtores, além de diversos cursos de capacitação, abrangendo aspectos da restauração ecológica de áreas degradadas. Esses eventos promovem a atualização e a troca de experiências sobre restauração ecológica, nos âmbitos nacional e internacional, demonstram nossa preocupação com as espécies, matas e recursos. A partir deles, elaboramos também as iniciativas para as propostas de formatação de políticas públicas’, apontou.
Já a pesquisadora do instituto, Katia Mazzei, falou um pouco sobre a modernização do laboratório de geoprocessamento, outra ação que está sendo desenvolvida pelo IBT, e afirmou que, “as políticas públicas de hoje, serão condicionantes e colaboradoras das políticas públicas do futuro, esses dados que estão sendo registrados, serão de altíssimo valor para as tomadas de decisão posteriores”.
Finalizando as apresentações, a Ms. Regina T. Shirasuna, assistente de pesquisa do IBT, explicou a importância de se reconhecer um campo natural, respeitando a fisionomia original, não reflorestando essas áreas. Apresentou alguns exemplos de espécies raras e ameaçadas de extinção resgatadas do projeto Rodoanel Mario Covas, que estão sendo cultivadas no viveiro Tamboril, utilizadas em projetos de restauração e conservação da biodiversidade. Também explicou como foi elaborada a importante lista de espécies indicadas para restauração ecológica para diversas regiões do estado de São Paulo (Barbosa et al. 2017). “Essa é uma “ferramenta” indispensável para reflorestamentos qualificados, a partir de uma listagem exemplificada de espécies vegetais nativas regionais, de ocorrência em ambientes florestais, campestres e paludosos, indicadas para plantio em todas as regiões do estado de SP”, acrescentou.
Na primeira edição desta lista (Barbosa & Martins 2001), constavam 247 espécies arbóreas recomendadas para produção de mudas. Depois de um levantamento amplo e criterioso, chegou-se ao resultado atual: uma lista que contemplou 939 espécies arbóreas, 175 arvoretas, 448 arbustos, 218 subarbustos, 484 ervas, 167 lianas, 242 epífitas, 145 aquáticas e paludosas e 133 pteridófitas, totalizando 2.951 espécies. Nesta nova revisão, foram destacadas 678 espécies da flora ameaçada de extinção do estado de São Paulo. Também foram contemplados outros aspectos relevantes sobre as plantas, como porte, grupo funcional e fitofisionomia, visando a apoiar propostas de restauração ecológica.
Para rever o evento acesse: