14/01/2022

Evento contou com a participação de diversas autoridades e lançamentos de metas para o futuro da cidade

O subsecretário de Meio Ambiente da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA), Eduardo Trani, participou nessa quinta-feira (13) do “Dia de Adaptação e Resiliência Urbana Santista”. O evento promovido pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Santos (Semam), em parceria com a Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável (GIZ), apresentou o Plano de Ação Climática de Santos (PACs), o Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica (PMMA), o projeto de Adaptação Baseada em Ecossistemas (ABE) do Monte Serrat e o projeto de Governança Climática Local para o Avanço da Adaptação.

“Santos sempre esteve à frente dessas iniciativas e aqui é o primeiro passo de um grande trabalho que poderá ser ampliado. Ficou demostrado a necessidade da integração entre o Estado, município, Governo Federal, universidade e apoiadores internacionais na entrega desse Plano que poderá ser ampliado devido a sua metodologia”, disse Trani.

O PACS coloca em marcha a implementação de estratégias, diretrizes e metas de adaptação e mitigação para fazer frente à crise climática e às vulnerabilidades socioambientais presentes no município, considerando o cenário de intensificação das mudanças climáticas apontado nos últimos estudos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e confirmado no Sexto Relatório de Avaliação (AR6).

“Aqui em Santos estamos investindo muitos recursos em obras visando as questões de defesa civil e urbana para o enfrentamento das mudanças climáticas, aprovo o Plano Municipal, uma grande conquista que nos ajuda e firmar um compromisso com meio ambiente e com a ciência”, comentou o prefeito Rogério Santos durante assinatura do Decreto.

O documento contém 50 metas para serem cumpridas entre 2025 e 2050. Entre os objetivos estabelecidos estão a revisão do Plano Diretor e da Lei do Uso e Ocupação do Solo, levando em consideração as questões climáticas; criação e implementação do sistema de Índice de Risco Climático e Vulnerabilidade Socioambiental (ICVS) e mapeamento das áreas de risco; elaboração do plano habitacional para áreas de risco, cultivo de 10 mil árvores, e substituição de, pelo menos, 20% da frota do serviço público de transporte de passageiros por veículos não emissores, reduzindo a emanação de poluentes e de ruídos urbanos.

Para a diretora do ProAdapta, Ana Carolina Câmara, o sucesso da cooperação entre o município e a GIZ é fruto do pioneirismo de Santos e sua abertura para a inovação com comprometimento técnico-político de todos. “O que diferenciou foi a vontade fazer, de concretizar, esses resultados refletem os avanços nas medidas de adaptação e resiliência que fortalece uma agenda do clima em toda região”, destacou.

“Esse resultado só foi possível graças a dedicação, engajamento de todos. Somos uma comunidade global, temos que agir agora e essa temática vai cada vez mais constar na agenda governamental”, complementou o Cônsul Geral Adjunto da Alemanha em São Paulo, Joseph Weiß.

O chefe do Escritório Regional das Nações Unidas para a Redução de Riscos de Desastres (UNDRR) para as Américas e o Caribe, Raul Salazar, destacou que os desafios climáticos são cada vez mais frequentes, “os desastres não são naturais, são resultados de processos humanos e os governos são responsáveis pela redução desses acidentes, esse é um exemplo claro que é possível”.

“A agenda de adaptação tomou dimensão crescente na COP26 é ela que vai garantir a nossa espécie no planeta”, concluiu o diretor do Departamento de Clima, Secretaria de Clima e Relações Internacionais (SCRI), Ministério do Meio Ambiente (MMA), Paulo Alexandre de Toledo Alves.

Participaram ainda da abertura do evento, o secretário Municipal de Meio Ambiente de Santos, Márcio Gonçalves Paulo; o presidente da Low Emission Development Strategies Global Partnership (LEDS GP), Francisco Maciel; e o chefe da Divisão de Projetos Estratégicos (DIP 3) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Jean Pierre Henry Balbaud Ometto.

“Hoje, Santos ganha mais espaço e peso nas agenda de adaptação e resiliência na Região Metropolitana da Baixada Santista e também no nível estadual. Lembrando que, em 2020, Santos teve um papel chave na articulação e consolidação da parceria entre o projeto Proadapta com a SIMA com vistas ao escalonamento da agenda de adaptação e resiliência. Agora para 2022, cabe a Santos cumprir sua função de município polo da região para compartilhar seus aprendizados e impulsionar a elaboração do plano de adaptação e resiliência regional”, comenta a assessora técnica do ProAdapta, Paula Moreira.

O evento durou o dia todo com mesas debatedoras e contou com a participação de diversos técnicos da prefeitura de Santos, da GIZ e convidados. Durante o encontro houve ainda o lançamento do livro Governança Climática Local para o Avanço da Adaptação + Guia para o Desenho de Arranjos Institucionais Locais – uma ferramenta prática para auxiliar outros municípios no desenvolvimento de estratégias de adaptação ao clima. O livro também ficará à disposição do público no site da Prefeitura.