Com o intuito de aproximar pesquisadores e gestores públicos, fortalecendo as ações da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (SEMIL), a Subsecretaria do Meio Ambiente realiza entre os dias 13 e 15 de março o “I Workshop de Pesquisas em Interface com Projeto Conexão Mata Atlântica no Estado de São Paulo”. A abertura dos trabalhos nesta segunda-feira (13) contou com a presença do Subsecretário do Meio Ambiente, Jonatas Trindade.

A partir da apresentação de resultados alcançados até aqui por sete projetos de pesquisa financiados pela FAPESP por meio de editais específicos no âmbito do Conexão Mata Atlântica, além de outros projetos relacionados aos temas e territórios por ele abrangidos, a iniciativa pretende ampliar o intercâmbio entre as pesquisas e os responsáveis pela gestão. A ideia é sistematizar as informações e adotar novos instrumentos gerenciais, além de apontar rumos para futuros projetos.

“As políticas públicas da Secretaria devem ter base técnica sólida. E um dos desafios a serem enfrentados é dar escala ao Projeto, garantindo sua sustentabilidade do ponto de vista local, especialmente sob o enfoque social, ambiental e econômico. O propósito é fortalecer as políticas públicas”, explicou Jonatas.

Com programação para os dias 13, 14 e 15, o workshop contará com apresentações de técnicos ligados ao Projeto Conexão Mata Atlântica e acadêmicos, com objetivo de formar grupos de trabalho para aprofundar e sistematizar os aprendizados, a partir de quatro eixos temáticos: serviços ecossistêmicos, biodiversidade, socioeconomia e governança.

O subsecretário Jonatas Trindade ressaltou ainda a relevância das parcerias e cooperação envolvendo o corpo técnico da pasta, extremamente qualificado, e profissionais ligados à pesquisa e ensino como de “suma importância aos trabalhos a serem desenvolvidos na área ambiental”.

A sistematização e as reflexões necessárias para propostas e fornecimento de subsídios para projetos futuros e o fortalecimento de políticas públicas, como o Programa Refloresta-SP, que tem como um de seus principais instrumentos o Pagamento por Serviços Ambientais, serão realizadas em parceria com o Projeto Biota Síntese – Núcleo de Análise e Síntese de Soluções Baseadas na Natureza, que visa aplicar o conceito de ciência de síntese para apoiar as políticas públicas, agregando os esforços de 27 instituições.

A coordenadora geral do Programa Conexão Mata Atlântica, Luiza Saito, e as coordenadoras técnicas Helena Carrascosa (Componente 2) e Claudette Hann (Componente 3) apresentaram as atividades desenvolvidas, as metas e ressaltaram a importância das pesquisas e do monitoramento para avaliar os resultados e fornecer subsídios para novas iniciativas.

Rafael Chaves, especialista ambiental e vice-diretor do Projeto Biota Síntese, ressaltou a importância dos trabalhos conjuntos entre gestores públicos, academia e sociedade civil envolverem as equipes técnicas da SEMIL em todas as etapas da coprodução do conhecimento, internalizando novos instrumentos para formular políticas ambientais baseadas em evidências. Jean Paul Metzger, professor da USP e diretor do Biota Síntese, detalhou o conceito de Ciência de Síntese e seu potencial para o desenvolvimento de Soluções Baseadas na Natureza de modo inovador no estado de São Paulo.

Projeto Conexão Mata Atlântica

Com recursos do Fundo Global do Meio Ambiente, o Programa Conexão Mata Atlântica é executado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (SEMIL) e da Fundação Florestal; e ainda pelos governos de Minas Gerais e Rio de Janeiro. O objetivo é fomentar serviços ecossistêmicos de clima e biodiversidade na Bacia do Rio Paraíba do Sul e no Corredor Sudeste da Mata Atlântica.

Em São Paulo, as atividades consistem no pagamento por serviços ambientais, apoio à certificação e a cadeias de valor sustentável, além da melhoria de gestão de quatro Unidades de Conservação.

Projeto Biota Síntese

O “Núcleo de Análise e Síntese de Soluções Baseadas na Natureza” (Biota Síntese) tem como objetivo apoiar o estado de São Paulo no desenvolvimento de políticas públicas socioambientais considerando soluções essencialmente baseadas na natureza.

O Núcleo é coordenado conjuntamente entre IEA-USP e SEMIL-SP e reúne pesquisadores, Institutos de Pesquisa e Organizações não Governamentais, além de técnicos e tomadores de decisão das Secretarias Estaduais de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Saúde Pública, e Agricultura e Abastecimento. O Núcleo fica sediado no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, e é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, FAPESP de 2022 a 2026.