
13/04/2023
Último estudo sobre logística de SP é de 2000; projeto visa, entre outras ações, maior peso de ferrovias e hidrovias na matriz modal; conclusão será em 2025
Mais de duas décadas após o último plano voltado para a logística de São Paulo, o Estado – que detém um terço do PIB, da frota de veículos e das exportações do país – dá a largada na estruturação de um robusto planejamento para o setor. As diretrizes do Plano de Logística e Investimentos de São Paulo foram apresentadas, nesta quinta-feira (13), na Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil).
Entre as propostas a serem estudadas estão a otimização da matriz modal – para maior eficiência no transporte regional – a equidade no acesso ao transporte, a partir da redução das desigualdades regionais, e a melhoria do bem-estar da população, por meio da redução de emissões, tempos de viagem, custos logísticos e de acidentes. O plano será concluído em 2025.
“A logística olha muito a estrutura de redes, nós, gargalos, ofertas e demandas. Precisamos otimizar a nossa matriz, que sabemos ser desbalanceada. Este é um plano de Estado, que será construído com diálogo, característica deste governo”, afirmou a secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende, em alusão à diferença de participação de cada modo de transporte na matriz paulista. Dados mais recentes mostram concentração de 79,6% de participação no rodoviário, contra 12,6% em ferrovias e apenas 0,31% nas hidrovias.
“O investimento na melhoria da navegabilidade da hidrovia Tietê-Paraná é um exemplo de ação estruturante em andamento e, com a participação de todos, queremos chegar a um resultado dinâmico e consistente, com outras medidas de curto, médio e longo prazo”, acrescentou a secretária.
O novo plano terá como insumos os resultados de dois estudos finalizados recentemente na Subsecretaria de Logística e Transportes da Semil.
A partir de uma base de rastreamento de celulares contendo 3 bilhões de deslocamentos registrados ao longo de um período de 12 meses, o Projeto Big Data estimou matrizes de viagens rodoviárias regionais no estado. Foram produzidas matrizes origem-destino de viagens de veículos de passeio, comerciais leves e comerciais pesados.
O segundo estudo é o Inventário de Emissões do Transporte Regional, concluído em 2023, no qual foram obtidos parâmetros para estimativa de emissão dos principais poluentes e gases de efeito estufa, utilizando modelagem de transporte.
O escopo do Inventário de Emissões do Transporte Regional compreendeu também a monetização das emissões, ou seja, a atribuição do custo financeiro decorrente de prejuízos à saúde pública associados às emissões, um parâmetro fundamental para análises de benefício econômico dos projetos. Por exemplo, de acordo com o estudo, cada tonelada de monóxido de carbono emitida pelos veículos tem custo social de R$ 82 mil para a saúde pública e a economia do estado.