Para debater o potencial de geração de biocombustíveis a partir de fontes alternativas, a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) realizou, nesta terça-feira (18), o seminário “Potencial de Produção e Uso de Biometano e Biogás no Estado de São Paulo”. Foram apresentados os resultados preliminares de cinco estudos de caso – em três estações de tratamento de esgoto (ETEs) e dois aterros sanitários –, para avaliar a substituição de combustíveis poluentes, como óleo diesel, por outros derivados de fontes renováveis, especialmente em mobilidade.

Os estudos de caso dizem respeito às Estações de Tratamento de Água e Esgoto de Barueri, Parque Novo Mundo e Anhumas; e dois aterros sanitários, localizados em Paulínia e Caieiras. A expectativa é que o trabalho seja concluído no segundo semestre deste ano.

As análises apresentadas foram produzidas pela consultoria WSP, por meio de parceria firmada entre a Semil e o Swedfund, instituição financeira sueca de apoio ao desenvolvimento sustentável.

“O biocombustível é solução para reduzirmos as emissões de gases poluentes e fazer a descarbonização do estado. A partir de cinco casos, debatemos diagnóstico, viabilidade econômico-financeira e gargalos.  Precisamos ligar a rede e fazer economia circular, um dos pilares do nosso Plano de Ações Climáticas, um pilar transversal que dialoga com transporte, energia, uso do solo, floresta, indústria e resíduos, por exemplo”, afirmou a secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende.

Entre os pontos que surgiram nesta primeira fase do projeto, foi identificado que é possível o aproveitamento e a produção de biometano para abastecimento de veículos pesados, como os de transporte coletivo. Também para a produção de calor, fertilizantes e energia. Os critérios utilizados para seleção dos cinco estudos de caso foram: local de produção de biogás perto da grande cidade /mercado consumidor, fornecimento contínuo de substrato em grandes quantidades, controle do fornecimento de matérias-primas, disponibilidade de infraestrutura de distribuição e maior impacto ambiental positivo possível.

As conclusões preliminares indicaram como principais gargalos a produção de biogás, a necessidade de infraestrutura e o desenvolvimento de mercado (consumidores) para estes potenciais produtos.

Representante do governo sueco, o cônsul-geral em São Paulo, Renato Pacheco, considerou “importantíssima” a integração com o Estado de São Paulo. “Iniciamos o projeto para analisar conjuntamente quais eram as soluções, e estimular e apontar oportunidades de parcerias com a iniciativa privada. Tenho certeza de que, com a renovação dessa parceria entre o governo de SP e a Suécia, teremos mais uma etapa de sucesso”, afirmou o cônsul-geral.

A partir de agora, na próxima fase da pesquisa, serão aprofundadas as análises em três estudos de caso identificados visando avaliar a viabilidade econômica da utilização do biometano, com o intuito de atrair novos investimentos para a produção do biogás e na geração de riquezas e empregos, além de verificar quais usos apresentam melhor viabilidade financeira. A intenção é que sejam identificados eventuais gargalos a fim de formular políticas públicas que possibilitem parcerias para alavancar o setor, promovendo a introdução deste recurso energético e ampliando a produção de energia com fontes renováveis, além de reduzir as emissões em ETEs e aterros.

“Em São Paulo, é possível a produção de energias renováveis, solar fotovoltaica e eólica, de forma simultânea e complementar, criando condições dentro desse cenário para termos vantagens comparativas naturais para liderarmos em produção e atração de investimentos. O Estado tem um projeto muito ambicioso para os próximos quatro anos, com um portfólio de investimentos em infraestrutura na ordem de R$ 180 bilhões”, apontou o secretário estadual de Negócios Internacionais, Lucas Ferraz.

Acesse os materiais abaixo: 

Seminário Potencial de produção e uso do Biometano e Biogás no Estado de São Paulo