13/07/2023

O segundo workshop apontou os cenários de oferta de energia elétrica com diversificação de fontes com menor pegada de carbono

O segundo workshop do Plano Estadual de Energia 2050 realizado na quinta (13/07), promovido pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), reuniu o cenário e os desafios para a evolução da matriz energética paulista, com a participação cada vez maior de biomassa, biometano, energia solar, eólica e hidrogênio. As apresentações os caminhos possíveis e as fontes de energia disponíveis para a consolidação de uma economia circular e de baixo carbono.

O segundo de quatro workshops de um projeto liderado pela subsecretária de Energia e Mineração, Marisa Barros, e executado por pesquisadores do Instituto Politécnico da USP (Poli-USP), sob coordenação do Prof. Dr. Dorel Ramos, trouxe informações relevantes sobre as propostas de estratégias de mitigação de emissões de gases de efeito sob o prisma da oferta de energia elétrica na corrida rumo à sustentabilidade em uma economia de carbono zero.

“Esse encontro mostra que o nosso Plano de Energia, desde a sua concepção, começa a desempenhar o seu papel de construção e planejamento, mostrando a pujança da economia de São Paulo”, afirmou Marisa Barros. “Os dados aqui nos consolidam como um terreno fértil para atração de investimentos em transição energética”, acrescentou, lembrando que só a InvestSP mapeou 21 projetos em transição que somam R$ 700 bilhões. “Isso é melhoria na qualidade do serviço prestado, com geração de emprego e renda por todo o Estado”, completou.

As projeções são otimistas, mas há desafios que precisam ser superados para que a participação dessas fontes progrida com agregação de valor à cadeia. No caso da geração elétrica a partir de biomassa e biometano, por exemplo, a pesquisadora Dra. Margarete Pavan mostrou que a conversão do potencial estadual em ativo ainda exige etapas prévias.

“Há a necessidade de regionalização dos centros de resíduos para obter ganhos de escala, assim como a criação de uma cadeia produtiva associada a essa geração”, prosseguiu Margarete. “Os cromatógrafos, que são importados e desempenham um papel importante, podem ser fabricados nacionalmente, gerando mais desenvolvimento local”, completou, referindo-se a um equipamento essencial para avaliar a qualidade do biometano.

Solar, eólica offshore e hidrogênio

Para as fontes eólica e solar, as projeções trazem um cenário também promissor, em especial, para a possibilidade de implantação híbrida, combinando turbinas eólicas a plantas fotovoltaicas, que compensam um regime de ventos menos constante em comparação ao Nordeste. “O potencial fotovoltaico em São Paulo é maior que o eólico, muito embora esta última, especialmente offshore, possa se beneficiar da cadeia produtiva associada à exploração e produção de petróleo”, acrescentou o pesquisador Dr. Luis Armando Steinle Camargo.

Já o pesquisador Ciro Bocuzzi alertou para a importância do processo de inovação avançar junto com o aumento da oferta. “É preciso considerar o avanço tecnológico nas redes, em cargas cada vez mais controláveis e soluções de inteligência e de gestão de energia”, avaliou. “O desafio é integrar um conjunto complexo de sistemas dentro da malha para viabilizar a transição energética. São Paulo tem papel importante e pode ser protagonista nessa frente por atuar com uma profundidade que outros estados ainda não alcançaram”, acrescentou.

O potencial do hidrogênio foi destacado, embora sua aplicação ainda exija maturidade tecnológica para alcançar viabilidade econômica. “São Paulo possui um potencial de diversidade de fontes para produção de hidrogênio – gás natural, eletricidade da rede, solar fotovoltaica, eólica offshore e biomassa, que permite o Estado produzir hidrogênio com baixa intensidade de carbono”, analisou o Prof. Dr. Ennio Peres, que defendeu um modelo quase customizado para melhor aproveitamento de cada potencial. “Mais lógico é rumar para uma combinação de fontes. Não há uma solução única”, completou, destacando a biomassa com papel estratégico nessa composição.

A série de workshops do Plano Estadual de Energia prossegue na próxima quinta-feira (20/07), com a segunda etapa da apresentação do quadro de oferta de energia elétrica. O último evento, com a consolidação dos resultados e o balanço de emissões, acontecerá no dia 5 de outubro.

Confira as apresentações

WS II – 13-07-Oferta I – 1.Biomassa

WS II – 13-07-Oferta I – 2.Solar e Híbridos

WS II – 13-07-Oferta I – 3.Redes Inteligentes

WS II – 13-07-Oferta I – 4.Hidrogênio