Representantes de entidades climáticas, acadêmicos, membros do Governo do Estado de São Paulo e sociedade civil reuniram-se, nesta quinta-feira (20), para debater pontos do Plano Estadual de Energia 2050 (PEE), lançado em 19 de maio. O terceiro workshop sobre ‘Oferta II’, promovido pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), teve, entre seus temas principais, as indicações sobre o impacto das mudanças climáticas na disponibilidade dos recursos hídricos, o balanço de energia elétrica e o uso do gás natural e do biometano na matriz energética paulista. 

Durante a abertura do evento, a subsecretária de Energia e Mineração, Marisa Barros, afirmou a importância de entregar para a sociedade um instrumento sólido de política pública, construído com técnica e qualidade. “Desde a sua concepção, o Plano Estadual de Energia 2050 vem sendo um instrumento para a construção e planejamento de onde queremos chegar. Os caminhos que nós vamos perseguir para alcançar o carbono zero estão dentro de um contexto maior de mudanças climáticas e transição energética no Estado de São Paulo, guiados pelo Plano de Ação Climática 2050”, ressaltou. A Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (POLI/USP) é a executora do Plano, sob coordenação do Prof. Dorel Ramos. 

A discussão envolvendo projeções climáticas foi apresentada pelo Prof. Dr. José Wanderley Marangon (POLI/USP), indicando que a variável climática afeta diretamente o panorama energético. O professor também explanou sobre a importância da descarbonização para contribuir com a mitigação do aquecimento global. Como exemplo, citou que o aumento dos gases de efeito estufa está alterando a composição química da atmosfera e as consequências dessa situação incluem a modificação da biodiversidade, o aumento do nível do mar e a alteração nas precipitações, que podem levar a uma emergência hídrica se nada for feito. 

O workshop contou, também, com a participação da  Prof. Dra. Michelle Reboita (POLI/USP), atualmente representante do Brasil no World Climate Research Programme – programa internacional que coordena pesquisas relativas ao clima, que compartilhou seu conhecimento e apresentou cenários, variáveis e projeções sobre as mudanças climáticas. Questionada se a sociedade será mais sustentável no futuro, a acadêmica utilizou projeções e dados para indicar cenários com modelos climáticos globais até 2050.

Questões ligadas ao gás natural, e busca da mitigação sobre incertezas climáticas, foram o foco da explanação do Prof. Dr. Edmilson Moutinho dos Santos (POLI/USP). O mercado global de Gás Natural Liquefeito (GNL), segundo ele, foi um dos principais responsáveis pela diversificação da matriz elétrica brasileira entre 2001 e 2021. Ele destacou o enorme potencial de biometano a partir do setor sucroalcooleiro que pode descarbonizar a matriz energética. “O Estado de São Paulo tem enorme vocação eletrotérmica, sendo possível usar e investir em gases combustíveis e biometano, que é o futuro”, reforçou. 

Por fim, projetando um crescimento de 94% na geração de energia até 2050, o Prof. Mateus Henrique Balan (POLI/USP) apresentou o balanço estático de energia do Estado e trouxe uma revisão otimista do cenário de eficiência energética paulista. 

No encerramento, a Subsecretária de Energia e Mineração, Marisa Barros, convidou para o 4º workshop, a ser realizado em 05 de outubro, que irá consolidar as discussões envolvendo o Plano Estadual de Energia, e apresentar a matriz energética que o Estado de São Paulo pretende alcançar em 2050. Após esse encontro final, o trabalho será submetido ao Conselho Estadual de Política Energética (CEPE) e, posteriormente, irá para consulta pública ainda esse ano.

Confira as apresentações

WS III – 20-07-Oferta II – 1. Mudanças Climáticas

WS III – 20-07-Oferta II – 2. Gás Natural

WS III – 20-07-Oferta II – 3. Balanço de Energia Elétrica

Para rever o 3º workshop do Plano Estadual de Energia 2050, acesse aqui: https://www.youtube.com/watch?v=lA3X9mF6dnE