
08/11/2023
O evento, na Semil, discutiu estratégias que podem ser adotadas para a ampliação da cobertura da vegetação nativa no Estado de São Paulo
Dois macrotemas – desenvolvimento sustentável e conservação dos recursos naturais, por meio do Programa Refloresta-SP, e promoção de produtos e serviços sustentáveis – nortearam as discussões do Encontro Paulista de Biodiversidade (EPBio). O evento, que completa 15 anos, ocorreu, nesta quarta-feira (8), na sede da Secretaria do Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil).
Na abertura, a titular da Semil, Natália Resende, destacou o compromisso firmado pelo Consórcio de Integração Sul e Sudeste (COSUD) de plantar 100 milhões de árvores nativas da Mata Atlântica, em quatro anos, e a meta de superar 37,5 mil hectares de reflorestamento em São Paulo para a descarbonização da economia paulista. “Precisamos pensar além, inovar e, em conjunto com a academia, procurar soluções e ser mais resilientes. Todos juntos, Estado, Municípios e sociedade”.
Nos debates sobre o tema “Refloresta-SP: desenvolvimento sustentável e conservação dos recursos naturais”, os palestrantes apresentaram aspectos operacionais, econômicos e desafios para ganho de escala com florestas multifuncionais, sistemas silvipastoris e agroflorestais, além monitoramento e ferramentas de apoio ao agricultor no planejamento dessas modalidades de uso do solo, como o aplicativo Refloresta e o KESAF.
Pedro Brancalion, da Esalq/USP, discorreu sobre o conceito de multifuncionalidade em duas escalas, paisagens e propriedades. Por meio de florestas com variedade genética e de espécies, há regeneração do solo e proporciona colheitas de diferentes produtos, inclusive de madeira. “É uma ferramenta para maximizar os serviços ecossistêmicos e melhorar a vida das pessoas que moram naquela região”, resumiu Brancalion.
O papel do Refloresta-SP foi destacado pelo especialista ambiental da Semil, Rafael Chaves. “A meta é atingir 700 mil hectares recuperados principalmente em áreas com pastagens de baixa aptidão agrícola. Assim, ocorrerá a mitigação das mudanças climáticas, o aumento da resiliência e a conservação da biodiversidade”, descreveu.
Na parte da tarde, o tema “Bioeconomia: promoção de produtos e serviços sustentáveis” apresentou experiências relacionadas às transações no mercado de carbono, bioeconomia da restauração ecológica, dinâmica do comércio de produtos florestais madeireiros, além das experiências na estruturação na cadeira de valores de frutos do Cerrado e Mata Atlântica. Participaram do Epbio técnicos da Semil e de ONGs, pesquisadores, estudantes e consultores.