27/03/2024

Unidade de Conservação ganhará quase 400 hectares de floresta. Conselho também apreciou apresentação do projeto do Parque Linear do Tietê

Criado em 2010, o Parque Estadual da Restinga de Bertioga (PERB) vai ganhar um acréscimo importante à sua área atual de 9,3 mil hectares, com mais 399,59 hectares de floresta conservada. A aprovação da proposta de alteração dos limites do PERB foi um dos destaques da pauta da 432ª Reunião do Plenário do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema), realizada nesta quarta-feira (27), na sede da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), na capital. 

A primeira área em estudo para ser incorporada possui 280,85 hectares, é livre de ocupação humana e coberta por vegetação em diferentes estágios de sucessão, com características da Mata Atlântica. Os maiores desafios para a conservação ali são o combate à caça e a extração de espécies vegetais como a palmeira-juçara. Já na segunda área, com estudo para incorporação de outros 118,74 hectares, o objetivo maior é o da proteção da sub-bacia hidrográfica do Rio Itapanhaú – com dois corpos hídricos. 

Com área atual que abrange 19% do total do município de Bertioga, na Baixada Santista, o PERB conta com 18 trilhas mapeadas (6 em operação), quatro rios, e 2 praias protegidas. É o habitat de 1007 espécies da flora nativas, com 34 espécies ou com potencial invasor, bem como de 37 espécies em risco de extinção. Também abriga uma fauna de mais de 1000 espécies. 

O parque tem cinco núcleos comunitários de ocupação anterior à criação da unidade, todos com aproximadamente 230 edificações. Mapeados pelo Plano de Manejo do PERB de 2018, seguiram monitorados para impedimento do avanço urbano. Isso ocorreu ao mesmo tempo em que foram intensificadas ações de conscientização ambiental que buscam apresentar estratégias de comportamento socioeconômico capazes de dialogar com as diretrizes de gestão do PERB. 

Parque Ecológico do Tietê – Outro tema em destaque pelo Consema foi o da apreciação do projeto do Parque Ecológico do Tietê, elaborado pelo arquiteto Ruy Ohtake em 1977. A partir da apresentação feita pelo filho do arquiteto, Rodrigo Ohtake, discutiu-se a continuidade do projeto conforme o original que viabiliza a proteção de várzea ao longo da Marginal Tietê até o município de Barueri. “A apresentação foi importante para trazer à luz a importância do projeto e com isso buscar formas de viabilizar a implantação do projeto, em especial, buscar a implantação de um núcleo em Salesópolis nos próximos anos”, enfatizou Jônatas Trindade, subsecretário de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística. 

Ainda na reunião, o conselho avaliou e aprovou o relatório da Comissão Temática de Políticas Públicas sobre as Recomendações à proposta de Anteprojeto de Lei Específica que cria as Áreas de Proteção e Recuperação de Mananciais do Rio Guaió (APRM-RG) e Cabuçu–Tanque Grande (APRM-CTG).