
10/10/2025
Iniciativa tem o objetivo de acelerar pesquisas aplicadas à produção, armazenamento, distribuição e o uso do gás sustentável de baixo carbono
O Governo de São Paulo, por meio do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), vinculado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SCTI) do Estado, inaugurou, na quinta-feira (9), o Laboratório de Hidrogênio, denominado LabH2. A iniciativa tem o objetivo de acelerar pesquisas aplicadas à produção, armazenamento, distribuição e uso do hidrogênio de baixo carbono, atuando como plataforma essencial para o avanço da economia verde e da competitividade industrial. A inauguração contou com a presença do vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth, secretários municipais, além de servidores públicos do IPT e integrantes de empresas parceiras no âmbito das pesquisas tecnológicas.
Estratégico para o Estado como mais uma ação para promover o uso de energias renováveis e reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE), o hidrogênio de baixo carbono é considerado uma das grandes apostas para o futuro energético, sendo essencial para o cumprimento das metas de sustentabilidade. A inauguração do LabH2 deve promover atividades científicas e tecnológicas estratégicas para o desenvolvimento econômico e social de São Paulo.
O projeto está alinhado às diretrizes do Plano Estadual de Energia 2050 (PEE 2050) e ao plano decenal da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), que coordena as políticas de transição energética e descarbonização no Estado. O LabH2 integra, portanto, os esforços conjuntos da SCTI e da Semil para consolidar uma economia de baixo carbono, contribuindo para o desenvolvimento da cadeia de valor do hidrogênio e ampliando sua participação na matriz energética paulista.
“Esse laboratório demonstra, de forma concreta, que o governo estadual tem clareza que a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação são pilares essenciais para a transição energética. Daqui deste espaço, sairão as soluções que a gente precisa para o setor de transportes, para a indústria e as demais áreas que veem o hidrogênio de baixo carbono como vetor para a gente vencer os desafios das mudanças climáticas”, explicou Marisa Barros, subsecretária de Energia e Mineração da Semil.
O Laboratório
O LabH2 tem uma área construída total de 1.000 metros quadrados, com dois pontos para abastecimento de hidrogênio de baixo carbono em pressões que permitirão atender tanto automóveis quanto ônibus e caminhões. O espaço conta com laboratórios voltados ao desenvolvimento e à demonstração de soluções, componentes e sistemas para produção, armazenamento, transporte e usos do hidrogênio, além de contribuir para a formação de mão de obra qualificada para aplicação na indústria. É uma infraestrutura completa para dar suporte à cadeia de valor do hidrogênio.
A expectativa é que o laboratório contribua com soluções em cada elo da cadeia produtiva — produção, armazenamento e transporte, usos finais e certificação —, sempre balizadas pela segurança e mitigação de riscos. Para isso, foi necessário viabilizar a cooperação técnica e financeira entre o IPT e demais parceiros para implementar um ambiente multiusuário de desenvolvimento e validação de soluções.
Anderson Ribeiro Correia, diretor-presidente do IPT, destacou a união de agentes para o fomento de investimentos na implementação do espaço. “Ao todo, foram investidos R$ 50 milhões nesse laboratório, que inclui recursos do próprio IPT, do Governo Paulista, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação”, declarou Correia. Outro parceiro importante do IPT nesse cenário é a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU), que cedeu parte do maquinário de sua planta de pesquisa, inativa há anos no município de São Bernardo do Campo (SP).
O laboratório vem na esteira da criação de um Centro de Ciência para o Desenvolvimento (CCD) da Fapesp voltado ao hidrogênio. O Centro de Energias do Futuro (CENF) conta com pesquisadores de alto nível de diversas universidades, instituições científicas e tecnológicas (ICTs), associações e da Subsecretaria de Energia e Mineração do Governo do Estado de São Paulo. “O IPT, como entidade centenária, está sempre na vanguarda do conhecimento e não poderia deixar de participar desse tipo de iniciativa, que diz respeito ao hidrogênio, um desafio ainda maior dentro da agenda de descarbonização”, afirmou Stephanie Costa, secretária executiva da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (SCTI).
Hidrogênio como vetor energético eficiente
O hidrogênio de baixo carbono é tido por especialistas como um vetor energético eficiente para promover a transição para uma economia com menor emissão de gases de efeito estufa (GEE). Sua produção pode envolver processos que utilizam exclusivamente energia renovável ou também fontes de baixa emissão — por exemplo, a partir do aproveitamento de resíduos. Esse gás sustentável pode ser utilizado como combustível no setor de transportes e em diversas indústrias, tais como cimenteiras, siderúrgicas, cerâmicas, de vidro e química, além da produção de derivados e outros combustíveis de baixa intensidade de carbono.