19/11/2025

Encontro reuniu representantes do setor produtivo de 79 municípios para discutir prioridades e soluções logísticas para as próximas décadas

A Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) realizou nesta terça-feira (18/11), em Sorocaba, o segundo dos nove Fóruns Regionais que integram a elaboração do Plano de Logística e Investimentos do Estado de São Paulo (PLI-SP 2050). Com horizonte até 2050, o PLI-SP é um plano de Estado que estrutura a transformação logística paulista, conectando eficiência, sustentabilidade e desenvolvimento regional.

Realizado na sede do Ciesp Sorocaba, o fórum reuniu cerca de 70 participantes, entre eles, empresários, gestores públicos e representantes do setor produtivo dos 79 municípios da Zona Ecológico-Econômica 4 (ZEE 4), que abrange as regiões de Sorocaba e Itapeva. Trata-se de um território de 3,3 milhões de habitantes, com forte produção agrícola e industrial, alta oferta e demanda de cargas e necessidade crescente de capacidade de escoamento. O encontro buscou contribuições técnicas e setoriais que orientarão decisões sobre onde, como e quando investir em infraestrutura logística nas próximas décadas.

Entre os avanços apresentados, a caracterização socioeconômica e de transportes reforçou o peso logístico da região. Na etapa de escuta pública, esses dados ganharam vida: participantes apontaram desafios como ampliar capacidade e confiabilidade no transporte de passageiros e cargas, reduzir tempos de viagem e sustentar a expansão econômica e metropolitana da macrorregião. Também surgiram temas estratégicos, como o potencial de um terminal alfandegado conectado à malha ferroviária ociosa, a retomada do traçado férreo associado ao porto seco e o papel de projetos estruturantes — como o Trem Intercidades Eixo Oeste e o VLT de Sorocaba — para fortalecer a integração multimodal.

A convergência entre diagnóstico técnico e demandas locais reforça o propósito do PLI-SP 2050: transformar conhecimento territorial em decisões de investimento que aumentem a competitividade e impulsionem o desenvolvimento sustentável. Na ZEE 4, essa leitura se organiza em três frentes: intermodalidade, desenvolvimento regional e recuperação de ramais ferroviários com potencial logístico, estruturando uma matriz de transporte mais moderna e sustentável.

Para o subsecretário de Logística e Transportes, Denis Gerage Amorim, o planejamento só se torna efetivo quando combina análise técnica e participação ativa dos setores que movimentam a economia regional. “O PLI-SP é um plano vivo, construído a partir do diálogo. Cada fórum amplia nosso entendimento sobre os desafios reais da região e traz contribuições essenciais para estruturarmos um sistema logístico mais eficiente, sustentável e integrado. Planejar é dar continuidade, propósito e direção ao desenvolvimento do Estado de São Paulo”, afirmou.

A coordenadora de Estudos e Pesquisa do DER-SP, Bruna Donegá Alves, destacou a aplicação de critérios técnicos para priorização de investimentos. Ela apresentou a metodologia de análises de favorabilidade, que integra variáveis ambientais, de conectividade e socioeconômicas. “A malha estadual e as municipais são necessariamente integradas. Não há como o DER projetar investimentos sem considerar as estradas e realidades locais. Na ZEE que abrange Sorocaba, temos um território heterogêneo, com questões ambientais relevantes, o que não inviabiliza projetos, mas exige maior atenção técnica para reduzir impactos”, explicou.

Na ZEE 4, os investimentos do Governo de SP na malha viária municipal e estadual já superam R$ 982 milhões, em mais de 735 km de obras concluídas e em execução — incluindo recuperação funcional, pavimentação e duplicação. Para os próximos anos, estão previstos mais de R$ 932 milhões em licitações voltadas à duplicação, restauração e pavimentação de trechos prioritários.

Para o diretor titular do CIESP Sorocaba, Erly Syllos, a participação ativa do setor produtivo é decisiva para o sucesso do plano. “Quando falamos em planejamento logístico para 2050, falamos de competitividade, eficiência e qualidade de vida. A logística impacta diretamente indústria, agro, serviços e população. Ter um governo disposto a ouvir quem vive essa realidade é decisivo. A partir das contribuições de hoje, aprofundaremos as discussões com os empresários e apresentaremos propostas consistentes à Secretaria”, afirmou.

O evento reuniu representantes do setor produtivo, instituições de ensino, gestores públicos, diretores e conselheiros do Ciesp. O próximo encontro será em dezembro, em Ribeirão Preto, dando continuidade à escuta qualificada dos nove territórios do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE-SP). O primeiro fórum ocorreu em outubro, em Registro, município integrante da ZEE 6, no Vale do Ribeira.

Sobre o PLI-SP 2050

Mais do que um documento técnico, o Plano de Logística e Investimentos do Estado de São Paulo (PLI-SP 2050) é um instrumento de planejamento colaborativo que organiza e prioriza investimentos públicos e privados com base em cenários futuros. Seu objetivo é reduzir custos logísticos, aumentar a eficiência energética, promover a sustentabilidade ambiental e fortalecer a competitividade regional, consolidando São Paulo como um hub moderno, integrado e socialmente equilibrado.

As contribuições ao plano seguem abertas e podem ser enviadas pelo site: http://pli.semil.sp.gov.br