
09/12/2025
Encontro teve como objetivo tratar questões relacionadas às ações voltadas à resiliência dos municípios paulistas no âmbito do planejamento urbano sustentável frente às mudanças climáticas
Representantes do Conselho Estadual de Mudanças Climáticas (CEMC) se reuniram nesta segunda-feira (08), na sede da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), em São Paulo, para a 3ª Reunião Extraordinária — a última do grupo neste ano. O encontro teve como objetivo discutir ações voltadas à resiliência das cidades paulistas no contexto do planejamento urbano sustentável frente às mudanças climáticas.
Cidades resilientes são aquelas que desenvolvem a capacidade de resistir, absorver, se adaptar e se recuperar dos efeitos de eventos extremos – como enchentes, secas, deslizamentos e ondas de calor – preservando vidas, infraestrutura e serviços essenciais. Essa resiliência exige planejamento urbano sustentável, participação social, gestão de riscos e ações baseadas em evidências.
Realizado em formato híbrido, o encontro teve a mediação do coordenador e titular do CEMC, Mauro Benedito de Santana Filho, com apoio do suplente Carlos Roberto Junqueira Cardozo, ambos da Casa Civil. A secretária da Semil, Natália Resende, foi representada pelo subsecretário de Meio Ambiente, Jônatas Trindade, que destacou a importância do encontro no contexto dos desafios climáticos enfrentados pelo estado. “Aqui neste espaço trabalhamos de forma mais efetiva em prol da sociedade paulista para trazer a resiliência climática aos municípios, dentro dos vários projetos que temos desenvolvido nos últimos anos. E a gente já consegue enxergar que cada vez mais o Estado está preparado para as diversas situações que enfrentamos, não só em relação à escassez hídrica, mas também sobre os diferentes riscos climáticos. Temos um caminho planejado e uma experiência de alguns anos que torna São Paulo o estado mais preparado do que a maior parte dos estados da federação”, pontuou Jônatas Trindade.
Na sequência, a Defesa Civil apresentou um panorama de ações e iniciativas de modernização tecnológica, reforço direto aos municípios e aquisição de equipamentos, entre outras medidas de resiliência climática no âmbito da operação SP Sempre Alerta — programa estadual criado para prevenir e reduzir impactos de desastres causados por chuvas extremas e incêndios, além de promover conscientização da população.
SP Sempre Alerta
A major Lidiara Beatriz Kurachi Lenarduzzi, da Defesa Civil Estadual, apresentou o Painel de Inteligência SP Sempre Alerta, plataforma que integra todos os dados utilizados para emissão de alertas. “Antes, as informações eram coletadas em fontes diversas de consulta. Agora, temos uma plataforma integrada, com uso de algoritmos e inteligência artificial que seleciona e filtra dados, apresentando apenas em uma única tela tudo que o meteorologista precisa para tomadas de decisão”, explicou.
Segundo ela, até pouco tempo atrás, os meteorologistas levavam em média quatro minutos para acessar, coletar os dados e decidir sobre o envio do alerta. Com a nova plataforma, o processo passou a levar menos de um minuto, reduzindo em 80% o tempo para a tomada de decisão. “Isso significa mais agilidade, alertas mais precisos e maior capacidade de salvar vidas durante eventos extremos deste verão”, afirmou.
Representantes do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), braço tecnológico do Governo de São Paulo, apresentaram políticas públicas e o andamento de soluções para que as cidades possam resistir, absorver e se recuperar de desastres naturais, como inundações e deslizamentos. Entre os destaques, está o desenvolvimento da aplicação de Gêmeos Digitais (Digital Twins) para criar cidades mais resilientes e sustentáveis, usando simulações para planejar e gerenciar riscos climáticos, trânsito e recursos, com foco inicial na Bacia do Alto Tietê, integrando tecnologias como IA (Inteligência Artificial) e IoT (Internet das Coisas).
Trilha de aprendizagem em Ensino a Distância
Marco Aurélio Nalon, diretor do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA), apresentou a trilha de aprendizagem em Ensino a Distância (EaD) “Como Elaborar Planos de Adaptação à Mudança do Clima”, iniciativa que visa apoiar gestores públicos de todo o país na construção de estratégias locais de adaptação frente às mudanças climáticas. “Os gestores terão acesso a conteúdos e ferramentas para elaborar planos de adaptação e obter certificação oficial. Na prática, a formação vai ampliar o número de municípios preparados para enfrentar eventos climáticos extremos. Isso significa mais cidades capacitadas para reduzir riscos, proteger populações vulneráveis e orientar investimentos públicos de forma segura e sustentável”, destacou.
Por fim, representantes da Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente (ANAMA) destacaram as ações de São José dos Campos, que recebeu os certificados de Cidade Inteligente, Sustentável e Resiliente concedidos pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), conforme a norma internacional ISO 37125. Outro destaque apontado foi o Parque de Inovação Tecnológica (PIT), ecossistema dedicado à tecnologia, ciência, empreendedorismo e inovação, reunindo empresas, startups, universidades e instituições para geração de soluções e desenvolvimento tecnológico.