A Comissão Pró-Primatas Paulistas em parceria com diversas instituições de referência nacional, contribuiu na elaboração de recomendações técnicas para atividades em unidades de conservação e atividades ex situ, visando evitar a transmissão do vírus SARS-CoV-2 entre funcionários, visitantes, comunidades tradicionais, pesquisadores e usuários, assim como a redução do risco de contaminação de mamíferos selvagens pelo vírus SARS-CoV-2. Trata-se de uma ferramenta que contribui para a implementação de soluções integrativas de saúde das pessoas, dos animais e do meio ambiente.

Baixe o documento: Recomendações Biodiversidade e Covid-19 – Orientações sobre uso público e pesquisa científica em unidades de conservação e outros ambientes naturais.

Comunicado sobre Primatas, COVID-19 e a SARS-CoV-2

Orientações para profissionais que lidam com primatas não-humanos em cativeiro ou vida livre.

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Sobre Pró-Primatas Paulistas

A Comissão Permanente de Proteção dos Primatas Nativos do Estado de São Paulo – PRÓ-PRIMATAS PAULISTAS – foi criada pelo Governo de São Paulo em 2014, para promover o respeito, o conhecimento científico, a conservação, a recuperação dessas espécies em seu habitat natural e a educação ambiental.

PRÓ-PRIMATAS PAULISTAS une governo, comunidade científica e sociedade civil para concretizar medidas de sua proteção.

No âmbito estadual, são consideradas ações globais estabelecidas pela União Internacional para Conservação da Natureza – UICN, em seu plano estratégico para a conservação da biodiversidade.

Sauá ou Guigó - <em>Callicebus nigrifrons</em> Sauá ou Guigó
Callicebus nigrifrons
Espécie endêmica da Mata Atlântica, com distribuição limitada ao sul pelo rio Tietê e a oeste pelos rios Paraná e Paranaíba, está quase ameaçada de extinção.
As maiores ameaças são a destruição e fragmentação do habitat natural, o isolamento de populações,riscos de atropelamentos e os incêndios dos fragmentos de florestas próximas a plantações de cana-de-açúcar.
Sapajus_nigritus-1024 Macaco-prego
Sapajus nigritus
Quase ameaçado de extinção, ocorre nas florestas das Serras da Mantiqueira, do Mar e da Cantareira, incluindo o contínuo de Paranapiacaba, e em fragmentos de floresta da porção planáltica de mata atlântica.
Apesar de tolerar a fragmentação do habitat, graças a sua capacidade de adaptação e dieta variada, danificam plantações nas áreas de entorno das florestas, gerando conflitos com agricultores.
Sagui-de Tufos-Pretos - Callithrix penicillata Sagui-de-tufos-pretos
Callithrix penicillata
Ocorre em áreas de vegetação de cerrado no nordeste do estado.
Como sua área original foi muito fragmentada, hoje também é encontrado em outras regiões do estado – sinalizando soltura indevida ou possível necessidade de expansão territorial –, competindo por recursos com outra espécie muito ameaçada, o Callitrhix aurita, espécie endêmico com a qual a hibridação também pode acontecer.
Macaco-prego_Sapajus_libidinosus Macaco-prego
Sapajus libidinosus
Encontrado na vegetação de cerrado da região do nordeste do estado na margem direita do rio Tietê, uma das paisagens naturais mais alteradas do estado de São Paulo.
A lista de fauna ameaçada de extinção do estado aponta a falta de informação sobre a ocorrência da espécie, indicando a necessidade de pesquisas.

Ameaçados de extinção

Alouatta_caraya_male Bugio-preto
Alouatta caraya
Ocorre nos cerradões densos e matas ciliares no norte e nordeste do estado de São Paulo; podem ser encontrados também nas florestas de Mata Atlântica do Interior no oeste do estado. A principal ameaça é a destruição e fragmentação do habitat, uma vez que só resta 1% da cobertura vegetal de cerrado no território paulista.
Muriqui do sul - Brachyteles arachnoides Muriqui-do-sul
Brachyteles arachnoides
Primatas de maior tamanho corporal da região Neotropical, ocorrem nas florestas costeiras das Serras do Mar, Paranapiacaba e Mantiqueira.
Criticamente em perigo de extinção, estima-se menos de 1.200 indivíduos na natureza. As principais ameaças são a perda e a degradação do habitat, além da caça ilegal, com uma redução de 60% de sua população nos últimos 20 anos.
Bugio-Ruivo - Alouatta clamitans Bugio-ruivo
Alouatta guariba clamitans
Ocorre na Mata Atlântica da Serra do Mar e também do interior do estado, a partir da margem esquerda do rio Tietê. É considerado Vulnerável, tendo como principais ameaças a destruição e fragmentação do habitat natural, a vulnerabilidade ao flavivírus (febre amarela), além dos riscos iminentes de eletrocussão e atropelamentos das populações que sobrevivem em pequenos fragmentos urbanos próximos à metrópole São Paulo.
Sagui da serra escuro - Callithrix aurita Sagui-da-serra-escuro
Callitrhix aurita
Endêmico da Mata Atlântica em São Paulo, ocorre nas florestas do Vale do Paraíba, da Serra do Mar e em algumas áreas de transição com o Cerrado. Em perigo de extinção, tem como principais ameaças a destruição do habitat natural pela agricultura, além do risco de hibridação por causa da introdução de espécies exóticas na sua área de ocorrência.
Leontopithecus-chrysopygus Mico-leão-preto
Leontopithecus chrysopygus
Único primata endêmico do estado de São Paulo, já foi considerado extinto na natureza até sua redescoberta em 1970. Ocorre nos fragmentos de floresta atlântica do interior, no oeste do estado. Encontra-se em perigo de extinção, com uma população estimada em pouco mais de mil indivíduos distribuídos em fragmentos isolados.
mico-leao-de-cara-preta-Leontopithecus_caissara Mico-leão-de-cara-preta
Leontopithecus caissara
Criticamente em perigo, o tamanho reduzido das populações e a distribuição geográfica restrita (Ilha de Superagui no Paraná e na região do rio Ariri em Cananéia/SP) podem levá-lo à extinção por problemas genéticos e demográficos. Estima-se cerca de apenas 600 indivíduos na natureza. A caça e captura ilegal de animais, a destruição do habitat por desmatamento, o turismo desordenado e a especulação imobiliária, são as principais ameaças.

Espécie Invasora

Callithrix jacchus Sagui-de-Tufos-Brancos
Callithrix jacchus
Originário do Nordeste, foi introduzido nas regiões sudeste e sul, por meio do comércio ilegal. Comprados como pets, eles podem se tornar agressivos quando adultos e são soltos ou fogem para as matas e parques das cidades. O aumento desta população em São Paulo representa grande ameaça para a conservação do Sagui-da-Serra-Escuro (Callithrix aurita) pois competem por recursos alimentares, principalmente durante o inverno quando há escassez. Por isso causam um grande desequilíbrio no ecossistema e em diferentes populações de diversas espécies.

Este Plano de Ação, da Comissão Permanente dos Primatas Paulistas, denominada Pró-Primatas Paulistas, é o primeiro documento produzido no Estado de São Paulo voltado para a proteção de uma família específica de animais. Resultou do esforço dessa Comissão que, ao completar um ano, tem produzido resultados relevantes para a conservação desses que são os animais mais próximos de nós humanos. Acesse o documento em: Plano de Ação Pró-Primatas.