O Zoneamento Ecológico-Econômico do estado de São Paulo, política pública para o desenvolvimento sustentável do estado, foi instituído por meio do Decreto Estadual nº 67.430, de 30 de dezembro de 2022.
Trata-se de um instrumento de planejamento e gestão do território, que tem como objetivo orientar o desenvolvimento ambiental, social e econômico do estado, considerando suas potencialidades e vulnerabilidades naturais e socioeconômicas.
Para isso, o ZEE-SP trabalha com uma amplitude de informações multitemáticas, compiladas em uma plataforma integrada de compartilhamento e gestão de informações, a RedeZEE-SP. Essas informações embasaram o diagnóstico e o prognóstico das regiões do estado e, como resultado, a subdivisão do território em nove zonas com características similares, para as quais foram endereçadas diretrizes aplicáveis para o alcance de seus objetivos.
A construção do ZEE-SP foi coordenada pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (SEMIL) e se deu em bases participativas, com o envolvimento de extensa gama de agentes governamentais e não governamentais. A Comissão Estadual do ZEE-SP (CEZEE-SP), composta por quinze pastas da administração pública estadual, acompanhou a construção e referendou a proposta aprovada no Consema.
Com o ZEE-SP instituído por Decreto, deu-se início à etapa de implementação do instrumento, fundamental para viabilizar o alcance das diretrizes estratégicas e das diretrizes aplicáveis propostas para as zonas ecológico-econômicas. Para isso, são previstas estratégias de articulação institucional e de disseminação de conhecimento, para que o ZEE-SP seja apropriado por agentes de diferentes setores e esferas, e possa, assim, cumprir seu propósito de apoiar e subsidiar políticas públicas setoriais em diferentes escalas, o planejamento de investimentos públicos e privados, e a execução das políticas ambientais no estado de São Paulo.
Todos os produtos que compõem o ZEE-SP estão disponíveis neste site, além de outras informações como sua metodologia de elaboração, o histórico da construção do ZEE-SP e um vasto conjunto de referências para aprofundamento sobre o tema. O Resumo Executivo traz o conteúdo mais importante sobre o rico processo de elaboração do ZEE-SP e seus resultados.
O que é Zoneamento Ecológico-Econômico e quais são seus objetivos?
O ZEE-SP tem como principais objetivos e aplicações:
- subsidiar a formulação de políticas públicas e dar suporte à integração de políticas setoriais;
- orientar investimentos públicos e privados em consonância com diretrizes estratégicas de desenvolvimento sustentável;
- fortalecer a adoção de medidas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas;
- disponibilizar Plataforma Integrada de Planejamento e Gestão do Território (RedeZEE-SP), composta por base de informação territorial atualizada e compartilhada em ambiente virtual para análises e discussões espaciais estratégicas;
- propiciar maior eficiência aos processos de fiscalização, compensação, recuperação, restauração e licenciamento ambientais;
- promover maior eficácia nos processos de tomada de decisão e na aplicação de investimentos públicos e privados;
- garantir transparência da administração pública no processo de planejamento e gestão territorial.
Quais são as diretrizes estratégicas do ZEE-SP?
O ZEE-SP está estruturado em diagnóstico e prognóstico de dados socioeconômicos e ambientais e no zoneamento com nove zonas de gestão, para as quais são definidas diretrizes aplicáveis para redução das vulnerabilidades e desenvolvimento das potencialidades do território. Essas análises compreendem relatórios e notas técnicas, que juntamente com a RedeZEE-SP, constituem os produtos do ZEE-SP.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico do ZEE-SP partiu do levantamento e da sistematização de dados, indicadores e informações em três dimensões (meio físico-biótico, socioeconomia e aspectos jurídico-institucionais), para caracterizar as potencialidades e as vulnerabilidades ambientais e socioeconômicas do estado.
Essa caracterização resultou em cartas-síntese para as Diretrizes 1 – Resiliência às Mudanças Climáticas, 2 – Segurança Hídrica, 3 – Salvaguarda da Biodiversidade e 5 – Redução das Desigualdades Regionais, bem como um relatório técnico para a Diretriz 4 – Economia Competitiva e Sustentável.
Cartas síntese
As cartas síntese são resultado do cruzamento espacial de indicadores representados cartograficamente, buscando retratar a situação do estado de São Paulo em termos do alcance das diretrizes estratégicas do ZEE-SP. A representação é feita em cinco classes, sendo 1 a mais crítica (vermelho) e 5 a mais favorável (verde escuro). Nos vídeos a seguir, os coordenadores temáticos apresentam o processo de elaboração das cartas síntese.
Diretriz 1 – Resiliência às Mudanças Climáticas
Carta Síntese da Diretriz 1 – Resiliência às Mudanças Climáticas
Acesse aqui as informações que compõem a carta síntese da Diretriz 1
Diretriz 2 – Segurança Hídrica
Carta Síntese da Diretriz 2 – Segurança Hídrica
Acesse aqui as informações que compõem a carta síntese da Diretriz 2
Diretriz 3 – Salvaguarda da Biodiversidade
Carta Síntese da Diretriz 3 – Salvaguarda da Biodiversidade
Acesse aqui as informações que compõem a carta síntese da Diretriz 3
Diretriz 5 – Redução das Desigualdades Regionais
Carta Síntese da Diretriz 5 – Redução das Desigualdades Regionais
Acesse aqui as informações que compõem a carta síntese da Diretriz 5
Relatório técnico da Diretriz 4 – Economia Competitiva e Sustentável
Para o diagnóstico da diretriz estratégica de Economia Competitiva e Sustentável, optou-se pela elaboração de um relatório, em vez de carta síntese, pela limitação que esta traz para representar e sintetizar a economia diversa do estado de São Paulo e suas condições de competitividade e de sustentabilidade. Por meio da abordagem de temas relevantes, ou fatores críticos de análise, o relatório apresenta uma caracterização socioeconômica das diferentes regiões do estado e uma descrição das principais atividades econômicas das suas 16 Regiões Administrativas (RAs).
Acesse aqui as informações presentes no relatório técnico da Diretriz 4 – Economia Competitiva e Sustentável
PROGNÓSTICO
A etapa de prognóstico identificou tendências de dinâmicas territoriais em longo prazo, a partir da elaboração de dois produtos distintos: os cenários e as projeções climáticas.
Cenários
Os cenários foram elaborados para as mesmas diretrizes estratégicas mapeadas nas cartas síntese, D1, D2, D3 e D5, e retratam a evolução tendencial de variáveis-chave para cada uma das diretrizes analisadas, no horizonte temporal de 2040.
O que são cenários e como estão inseridos no Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado de São Paulo?
A metodologia e a estratégia para a construção de cenários no Zoneamento Ecológico-Econômico de SP
Cenário da Diretriz 1 – Resiliência às Mudanças Climáticas
Cenário da Diretriz 2 – Segurança Hídrica
Cenário da Diretriz 3 – Salvaguarda da Biodiversidade
Cenário da Diretriz 5 – Redução das Desigualdades Regionais
Acesse aqui as informações que compõem os Cenários da Diretriz 1 – Resiliência às Mudanças Climáticas, Diretriz 2 – Segurança Hídrica, Diretriz 3 – Salvaguarda da Biodiversidade e Diretriz 5 – Redução das Desigualdades Regionais.
Projeções climáticas
As projeções climáticas, realizadas em parceria com o CPTEC/INPE, analisam dez fatores ou elementos climáticos relacionados à temperatura e à precipitação no horizonte de 2020 a 2050, considerando o Representative Concentration Pathways 8.5 (RCPs ou “Caminhos de Concentração Representativa”).
Projeções climáticas no Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado de São Paulo
As projeções climáticas constituem uma grande inovação do estado de São Paulo em relação ao tema e, juntamente com os cenários, constituem a lente de futuro do ZEE-SP.
Acesse aqui as projeções climáticas para 2050
O prognóstico complementou as bases de planejamento para a atuação da gestão pública no território paulista e, como lente de análise, subsidiou as etapas finais da elaboração do ZEE-SP, com o estabelecimento do zoneamento e de diretrizes gerais e aplicáveis, instrumentos de apoio à gestão e ao monitoramento, em consonância com os pressupostos do instrumento.
ZONEAMENTO
O zoneamento é conformado por nove zonas de gestão, constituídas por regiões administrativas (RA) ou grupos de regiões administrativas com similaridades ambientais e socioeconômicas, para as quais são recomendadas diretrizes gerais e aplicáveis.
Foi construído a partir da análise territorial integrada dos produtos de diagnóstico e prognóstico concebidos nas etapas anteriores de elaboração do ZEE-SP (cartas-síntese, relatório socioeconômico, cenários e projeções climáticas). Essa análise permitiu a identificação das RAs ou grupos delas com similaridades ambientais e socioeconômicas, bem como os principais desafios enfrentados por cada uma delas, dando suporte à proposição do zoneamento e das diretrizes gerais e aplicáveis.
- Acesse aqui as Diretrizes Aplicáveis para a Zona de Gestão 1
- Acesse aqui as Diretrizes Aplicáveis para a Zona de Gestão 2
- Acesse aqui as Diretrizes Aplicáveis para a Zona de Gestão 3
- Acesse aqui as Diretrizes Aplicáveis para a Zona de Gestão 4
- Acesse aqui as Diretrizes Aplicáveis para a Zona de Gestão 5
- Acesse aqui as Diretrizes Aplicáveis para a Zona de Gestão 6
- Acesse aqui as Diretrizes Aplicáveis para a Zona de Gestão 7
- Acesse aqui as Diretrizes Aplicáveis para a Zona de Gestão 8
- Acesse aqui as Diretrizes Aplicáveis para a Zona de Gestão 9
A RedeZEE-SP é uma Plataforma Integrada de Planejamento e Gestão do Território voltada para a gestão e o compartilhamento de informações territoriais, que permite a articulação de dados e a integração de temáticas ambientais e socioeconômicas. Além de ser um espaço de organização e de acesso a informações, a RedeZEE-SP é uma plataforma de diálogo que permite a interação de diversos atores e a construção de políticas públicas mais integradas.
A RedeZEE-SP e sua Base de Informação Territorial serão continuamente atualizadas, respeitando a periodicidade de atualização de dados, indicadores e informações utilizados no ZEE-SP.
A RedeZEE-SP tem como objetivos:
- Estabelecer uma Rede de compartilhamento de informações para planejamento e gestão territorial;
- Promover a organização e a padronização de uma base de informações territoriais intersetoriais, construída no processo de elaboração da ZEE-SP
- Documentar processos de elaboração do Zoneamento Ecológico-Econômico e de outras políticas públicas de gestão ambiental e territorial;
- Disponibilizar Ambientes Virtuais interativos que integram, de forma transparente, as informações para análises territoriais estratégicas, compartilhadas e colaborativas, subsidiando as tomadas de decisões de instituições de governo e/ou da sociedade civil.
- Disponibilizar um Ambiente Virtual de Diálogo que promova a articulação dos diversos setores da sociedade e instituições de governo nas ações integradas e colaborativas de planejamento estratégico, monitoramento e ação tática e operacional.
A RedeZEE-SP e suas funcionalidades
- Resumo Executivo do ZEE-SP
- Nota Técnica sobre as cartas síntese das diretrizes estratégicas Resiliência às Mudanças Climáticas, Segurança Hídrica, Salvaguarda da Biodiversidade e Redução das Desigualdades Regionais
- Levantamento socioeconômico para o ZEE-SP
- Nota Técnica sobre os cenários 2040 para o estado de São Paulo
- Nota Técnica sobre as projeções climáticas 2020-2050 para o estado de São Paulo
- Nota Técnica sobre a análise integrada do estado de São Paulo
- Nota Técnica sobre a RedeZEE-SP
- Zoneamento e diretrizes aplicáveis para o ZEE-SP
- Mapa das zonas de gestão
- Decreto que institui o ZEE-SP
A metodologia de elaboração do ZEE-SP se baseou nas Diretrizes Metodológicas do Ministério do Meio Ambiente para o ZEE do Território Nacional e na fundamentação conceitual estabelecida por Bertha Becker e Cláudio Egler. Foi estruturada nas etapas de planejamento, diagnóstico, prognóstico e subsídios à implementação, conforme detalhado no vídeo.
A etapa de planejamento foi um estágio de preparação do processo, incluindo a definição dos objetivos e das cinco diretrizes estratégicas, a construção de articulações institucionais, a mobilização de recursos técnicos e financeiros, a pesquisa bibliográfica e a estruturação da base de dados necessária à formulação e à implementação do ZEE-SP (Base de Informação Territorial / RedeZEE-SP).
Nessa etapa foi instituído o Grupo de Trabalho no âmbito do Sistema Ambiental Paulista – GT-SAP-ZEE, que reuniu mais de 130 técnicos, com o objetivo de coordenar o desenvolvimento do diagnóstico e de outras etapas do ZEE-SP. Subdividido em grupos temáticos, o GT-SAP-ZEE atuou na identificação e sistematização de dados, informações e indicadores para constituir a Base de Informação Territorial (BIT), na criação de subsídios para a definição da metodologia de elaboração do instrumento, na construção da estratégia de participação social e no estabelecimento de critérios para contratação de consultorias de suporte ao trabalho.
Também nessa etapa houve a mobilização de recursos próprios e também junto ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), com a contratação de consultorias especializadas para a caracterização da dinâmica de ocupação do território, para o desenvolvimento de proposta metodológica aplicada ao ZEE-SP e para dar o suporte operacional à construção da proposta do ZEE-SP.
Na etapa de diagnóstico foram feito o levantamento de informações sobre aspectos biogeofísicos, socioeconômicos, demográficos e de infraestrutura, para composição da Base de Informação Territorial Ambiental. Também foram levantadas as políticas públicas, para conhecimento de diretrizes e programas em curso e seus respectivos rebatimentos territoriais, e as informações de caráter jurídico-institucional, para identificar regras e disciplinamentos já estabelecidos para o território.
Esse levantamento contemplou a caracterização do histórico, da situação atual e das tendências da dinâmica territorial paulista, tendo como base as cinco diretrizes estratégicas estabelecidas para o ZEE do estado. Em seguida, as informações levantadas foram espacializadas e correlacionadas, dando origem aos produtos da etapa de diagnóstico, que sintetizam a caracterização das potencialidades e das vulnerabilidades ambientais e socioeconômicas do estado: cartas-síntese para as Diretrizes Resiliência às Mudanças Climáticas (D1), Segurança Hídrica (D2), Salvaguarda da Biodiversidade (D3) e Redução das Desigualdades Regionais (D5); e um relatório técnico para a diretriz de Economia Competitiva e Sustentável (D4).
A etapa de prognóstico identificou tendências de dinâmicas territoriais em longo prazo, a partir da elaboração de dois produtos distintos: os cenários e as projeções climáticas.
Os cenários foram elaborados para as mesmas diretrizes estratégicas mapeadas nas cartas síntese (D1, D2, D3 e D5), e retratam a evolução tendencial de variáveis-chave para cada uma das diretrizes analisadas, no horizonte temporal de 2040.
Saiba mais sobre a metodologia para a produção dos cenários
As projeções climáticas, realizadas em parceria com o CPTEC/INPE, analisaram dez fatores ou elementos climáticos relacionados à temperatura e à precipitação no horizonte de 2020 a 2050, considerando o Representative Concentration Pathways 8.5 (RCPs ou “Caminhos de Concentração Representativa”).
Saiba mais sobre a metodologia para a realização das projeções climáticas
Nessa etapa foi feita a análise territorial integrada dos quatro produtos concebidos nas etapas anteriores (cartas síntese, relatório socioeconômico, cenários e projeções climáticas). A partir dessa análise, foram identificadas RAs ou grupos de RAs com similaridades ambientais e socioeconômicas, bem como os principais desafios enfrentados por cada uma delas.
Juntamente com a leitura de planos setoriais e de políticas públicas existentes ou em processo de elaboração, os frutos da análise integrada deram suporte para a proposição do zoneamento e das diretrizes aplicáveis para as zonas ecológico-econômicas.
A análise integrada dos produtos do diagnóstico e do prognóstico será atualizada a cada quatro anos e dará subsídios à revisão do zoneamento e das diretrizes aplicáveis, a serem revistos a cada dez anos.
Saiba mais sobre a metodologia de elaboração da análise integrada
IMPLEMENTAÇÃO DO ZEE-SP
Com o ZEE-SP instituído pelo Decreto Estadual nº 67.430/2022, deu-se início à etapa de implementação do instrumento, fundamental para viabilizar o alcance das diretrizes estratégicas e das diretrizes aplicáveis propostas para as zonas ecológico-econômicas. Para isso, são previstas estratégias de articulação institucional e de disseminação de conhecimento, para que o ZEE-SP seja apropriado por agentes de diferentes setores e esferas, e possa, assim, atingir seus objetivos.
Nesse sentido, o plano de implementação prevê planos de ação variados e voltados a diversos públicos, que objetivam disseminar informações sobre as finalidades, produtos, aplicações e ferramentas do ZEE-SP, de forma a facilitar a apropriação do instrumento. Com isso, espera-se que a implementação do ZEE-SP garanta amplo acesso às informações, possibilitando maior transparência da administração pública e o exercício do controle social.
Um dos planos de ação previstos é o de Formação de Municípios, voltado aos gestores públicos municipais e constituído pelo Programa de Capacitação de Municípios. Na página do Programa podem ser acessadas mais informações sobre as rodadas de capacitações já ocorridas e que irão ocorrer.
A implementação do Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado de São Paulo (ZEE-SP) se apoia em uma governança multitemática e multinível, que propicia articulação institucional e participação pública. Trata-se de uma etapa fundamental para viabilizar o alcance das diretrizes estratégicas e das diretrizes aplicáveis propostas para as zonas ecológico-econômicas. Entre seus objetivos, a implementação do ZEE-SP deve subsidiar a criação e revisão de políticas públicas, orientar o planejamento de investimentos públicos e privados e balizar processos de fiscalização, compensação, recuperação, restauração e licenciamento ambientais.
A elaboração do ZEE-SP gerou uma série de produtos que constituem rico material de subsídio à tomada de decisão e à identificação de áreas e ações prioritárias para a elaboração e a adequação de políticas setoriais, bem como para a realização de investimentos públicos e privados.
Em termos estratégicos, o ZEE-SP fornece uma visão regional e multitemática do território, com a identificação de potencialidades e vulnerabilidades ambientais e socioeconômicas. Em termos operacionais, o ZEE-SP propicia a produção, organização e disponibilização de dados, indicadores e informações estratégicas amplamente acessíveis, com atualização periódica, assim como a criação e o fomento de ambientes de discussão e análise das dinâmicas ambientais e socioeconômicas das diferentes regiões do estado.
O plano de implementação do ZEE-SP também visa à adoção e potencialização de estratégias de gestão e de monitoramento do Zoneamento Ecológico-Econômico, as quais devem incluir a atualização da Base de Informação Territorial Ambiental, a avaliação periódica da evolução dos produtos do ZEE-SP, a sua incorporação nas políticas públicas e na execução de investimentos, bem como a promoção da articulação institucional e participação pública.
Vale destacar que o ZEE-SP já vem cumprindo seu papel nos diversos planos de ação previstos, ao propiciar discussões estratégicas e trocas de informações ao longo da elaboração e revisão de diferentes políticas de impacto territorial, como o ZEE costeiro, os Planos de Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUIs), os Planos de Desenvolvimento Econômico Sustentáveis (PDES) e os Planos de Manejo das Unidades de Conservação, entre outros. Os Planos Diretores municipais, especialmente suas leis de Uso e Ocupação do Solo, também podem se valer das informações e das diretrizes aplicáveis apontadas pelo ZEE-SP, detalhando, na escala do município, os parâmetros mais gerais estabelecidos pelo instrumento. A ideia é que esses planos, programas e projetos coexistam no território, respeitando suas especificidades e buscando sua compatibilização.
Assista aqui um vídeo sobre a interface do ZEE-SP com as políticas públicas
PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DE MUNICÍPIOS (PCM-ZEE-SP)
O Programa de Capacitação de Municípios (PCM-ZEE-SP), lançado no dia 27 de junho de 2023, tem como principal objetivo disseminar conhecimento sobre o que é o instrumento, os produtos que fazem parte dele, suas finalidades, aplicações e ferramentas, para facilitar sua apropriação por agentes públicos do poder local. Isso deve permitir que os municípios utilizem o ZEE-SP como subsídio para compreender seu território em diferentes escalas e temas, além de dar concretude às orientações e recomendações das diretrizes aplicáveis do ZEE-SP.
O Programa de Capacitação de Municípios (PCM) chegou ao total de 12 encontros presenciais, entre 2023 e 2024, alcançando municípios de todas as nove zonas ecológico-econômicas. As oficinas – cada uma de dois dias – ocorreram nos municípios de São Paulo, Campinas, Caraguatatuba, Itapetininga, Marília, Registro, Ribeirão Preto, Santo André, Santos, São José do Rio Preto e Taubaté. Ao todo, 258 técnicos de 160 municípios participaram do programa até o momento, recebendo a formação necessária para integrar as ferramentas do ZEE-SP em sua atuação.
Em 2025, está prevista a realização de mais quatro oficinas de capacitação, de um dia cada e no formato virtual.
PROCESSO PARTICIPATIVO
A elaboração do Zoneamento Ecológico-Econômico é de grande complexidade e depende do envolvimento de agentes públicos e privados, além de parcerias institucionais e com entidades da sociedade civil. A participação social é um pressuposto da legislação e é fundamental para garantir a legitimidade do instrumento.
A participação social na construção do ZEE-SP foi bastante intensa e esteve alicerçada nos diversos fóruns setoriais e regionais da estrutura de governança prevista para o processo.
No âmbito da então denominada Secretaria de Meio Ambiente, o processo de construção do ZEE-SP contou com a participação de mais de 130 técnicos e dirigentes, que compuseram o GT-SAP-ZEE. Esse GT foi subdividido em grupos temáticos (Água, Ar, Biodiversidade, Clima, Solo, Socioeconomia, Demografia e Infraestrutura, Políticas Públicas, Metodologia, Mobilização Social e Serviços Ecossistêmicos), que atuaram na constituição da Base de Informação Territorial (BIT) do ZEE-SP, na criação de subsídios para a definição da metodologia de elaboração do instrumento, na construção da estratégia de participação social e no estabelecimento de critérios para contratação de consultorias de suporte ao trabalho. Foram realizadas mais cem reuniões, além de oficinas e seminários para debater e integrar os temas trabalhados pelos subgrupos. Os trabalhos dos GTs foram documentados no “Relatório Final do GT-SAP-ZEE: Subsídios para a Construção da Base de Informações Territoriais Ambientais”.
Com a consolidação dos subsídios para construção da BIT, partiu-se para a primeira rodada de discussão pública do ZEE-SP. Entre os meses de junho e outubro de 2018, foram realizadas 12 oficinas regionais junto aos 21 Comitês de Bacia Hidrográfica do estado (CBHs), com o objetivo de explicar o ZEE-SP e a proposta de trabalho para sua elaboração, esclarecer dúvidas e levantar contribuições para complementar o diagnóstico do estado de São Paulo. Esse levantamento de contribuições foi voltado para a identificação de problemas e potencialidades percebidos nas diversas regiões do estado, a partir do recorte das cinco diretrizes estratégicas do ZEE-SP. Essas oficinas, organizadas com apoio das Secretarias Executivas dos CBHs, reuniram mais de 1.100 representantes e colaboradores de segmentos como poder público federal, estadual e municipal, setor acadêmico, sociedade civil organizada e organizações não-governamentais.
A estratégia de mobilização também incluiu a realização, entre outubro de 2018 e fevereiro de 2019, de Mesas de Diálogo, com conteúdo similar ao das oficinas nos CBHs, voltadas aos seguintes segmentos da sociedade: setores produtivos (indústria, agricultura e serviços), universidades e institutos de pesquisa, e sociedade civil organizada (ambientalistas e outras organizações). As mesas de diálogo foram espaços para debate sobre questões estratégicas para a construção do ZEE-SP, como a identificação de consensos, conflitos e tendências de desenvolvimento para cada setor.
A partir do ano de 2020, os esforços foram canalizados em mais um fórum de discussão: a Comissão Estadual do ZEE-SP (CEZEE-SP), composta por técnicos representantes de 12 Secretarias de Estado, com a função de acompanhar e contribuir com subsídios técnicos para a formulação do ZEE-SP. Ao longo da construção da proposta de zoneamento, a CEZEE-SP realizou 09 reuniões ordinárias e mais de 40 reuniões bilaterais entre Secretarias de Estado, para aprimoramento e validação dos produtos, e apresentação da RedeZEE-SP e suas funcionalidades.
Em dezembro de 2021, ocorreu mais um marco da discussão pública da proposta de Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado de São Paulo, com sua apresentação na 406ª reunião ordinária do Conselho Estadual de Meio Ambiente (CONSEMA).
Entre dezembro de 2021 e abril de 2022, os produtos do ZEE-SP ficaram disponíveis para consulta pública via internet. No mesmo período, foram realizadas: nove reuniões regionais virtuais com os 21 Comitês de Bacias Hidrográficas do estado; oito mesas de diálogo com setor produtivo, acadêmico e sociedade civil; e três reuniões na Comissão de Políticas Públicas (CPP) do CONSEMA. Esses encontros tiveram o intuito de: retomar a contextualização do ZEE-SP; apresentar seus produtos e as possibilidades de utilização e incorporação pelos diferentes agentes; esclarecer dúvidas sobre o ZEE-SP e fornecer orientações sobre o envio de contribuições no processo de consulta pública.
Ao todo, foram recebidas 337 contribuições durante a discussão pública, as quais foram sistematizadas e avaliadas, resultando em incorporações e aprimoramentos em todos os produtos do ZEE-SP.
Em 3 de agosto de 2022, foi realizada a Audiência Pública do ZEE-SP, que contou com 142 participantes, 118 na forma virtual e 24 na forma presencial. Durante a audiência, houve 15 manifestações orais e escritas, e nove manifestações foram encaminhadas nos cinco dias úteis subsequentes ao evento. Essas contribuições também foram sistematizadas e avaliadas pela equipe da SEMIL, resultando em aprimoramentos do instrumento. Por fim, em 31 de agosto de 2022, a proposta de ZEE-SP foi apresentada na 414ª reunião ordinária do plenário do CONSEMA, tendo sido aprovada por seus conselheiros. Resultado de um intenso e amplo processo participativo, o ZEE-SP foi, então, instituído pelo Decreto Estadual n° 67.430/2022, no dia 30 de dezembro de 2022.
Em resumo, de 2016 até 2022 foram realizadas aproximadamente 170 reuniões de discussão do ZEE-SP, incluindo debates entre técnicos da SEMIL, oficinas regionais junto aos CBHs, mesas de diálogo com agentes públicos e privados, discussões bilaterais com representantes da CEZEE-SP, reuniões de articulação com outras políticas públicas e apresentações no CONSEMA, além de nove reuniões ordinárias com a CEZEE-SP, uma audiência pública e consulta pública virtual. Uma estratégia consistente de participação pública que levou ao aprimoramento do instrumento, garantindo a sua legitimidade e assegurando a comunicação e transparência ao longo de todo o processo.
A estrutura de governança do ZEE-SP se apoia em diferentes fóruns regionais e setoriais, entre eles, o Grupo de Trabalho no âmbito do Sistema Ambiental Paulista (GT-SAP-ZEE), a Secretaria Executiva do ZEE-SP, a Comissão Estadual do ZEE-SP (CEZEE-SP), Fóruns regionais e setoriais e o Conselho Estadual do Meio Ambiente (CONSEMA).
GT-SAP-ZEE
O GT-SAP-ZEE, instituído pela Resolução SMA nº 14/2016 , reuniu mais de 130 técnicos e dirigentes dos diversos órgãos da administração direta e indireta da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, diretamente envolvidos na elaboração do diagnóstico e do prognóstico do ZEE-SP.
SECRETARIA EXECUTIVA DO ZEE-SP
A Secretaria Executiva do ZEE-SP compõe o GT-SAP-ZEE, coordena os trabalhos, faz a articulação entre todos os envolvidos na elaboração e implementação do ZEE-SP e divulga o instrumento junto aos fóruns regionais e setoriais, para acolher contribuições que promovam o aprimoramento do ZEE-SP.
CEZEE-SP
A CEZEE-SP, instituída pelo Decreto Estadual nº 64.526/2019 e reorganizada pelo Decreto Estadual nº 68.418/2024, é atualmente formada por representantes de 15 secretarias de estado e é responsável por acompanhar e contribuir com subsídios técnicos para a elaboração, a implementação e a revisão do instrumento. A CEZEE-SP deverá se reunir anualmente em caráter ordinário e, a qualquer tempo, em caráter extraordinário, e elaborar relatórios periódicos sobre a inserção do ZEE-SP em suas políticas públicas setoriais.
FÓRUNS REGIONAIS E SETORIAIS
Os fóruns regionais e setoriais são representados pelos Comitês de Bacias Hidrográficas (CBHs) e pelas Mesas de Diálogo, que são compostas por representantes dos setores produtivos, acadêmico e sociedade civil organizada.
CONSEMA
O CONSEMA é a instância deliberativa do ZEE-SP, responsável pelo acompanhamento dos processos de elaboração e de implementação do instrumento.
RELATOS E LINHA DO TEMPO
As atividades desenvolvidas para a elaboração do ZEE-SP estão sintetizadas na linha do tempo abaixo.
A seguir alguns depoimentos da equipe envolvida na elaboração do ZEE-SP.
*Os vídeos desta página foram produzidos e publicados no segundo semestre de 2021 e neles constam os cargos e nomenclaturas institucionais vigentes na época.
Primeiras iniciativas relacionadas a zoneamento na SIMA e os avanços metodológicos do ZEE-SP
Como foi organizado na SIMA o processo de elaboração do Zoneamento Ecológico-Econômico de SP
Ganhos técnicos e desenvolvimento de capacidades no processo de elaboração do ZEE-SP
Experiências de ZEE estaduais: subsídios para a metodologia e a normatização do ZEE de São Paulo
REFERÊNCIAS
Em âmbito nacional, a primeira referência legal que se tem em relação ao ZEE é identificada na Política Nacional de Meio Ambiente (Lei Federal nº 6.938/1981), que estabeleceu entre seus instrumentos o zoneamento ambiental. A partir de então, diversas experiências de elaboração de zoneamentos foram realizadas, inicialmente na região da Amazônia Legal e, posteriormente, em outros estados brasileiros, como Minas Gerais, Mato Grosso e Paraná. As experiências iniciais contribuíram para a concepção de uma metodologia para a elaboração do Zoneamento Ecológico-Econômico, materializada em 2001 pelo Ministério do Meio Ambiente – MMA no documento Diretrizes Metodológicas para o ZEE do Território Nacional. O Decreto Federal nº 4.297/2002 regulamenta o artigo 9º da Política Nacional de Meio Ambiente, estabelecendo critérios para o ZEE do Brasil.
Em âmbito estadual, o zoneamento ambiental é tratado pela Política Estadual do Meio Ambiente (Lei Estadual nº 9.509/1997), que reafirma o planejamento e o zoneamento ambiental como um de seus princípios. Em 2009 foi aprovada a Política Estadual de Mudanças Climáticas – PEMC (Lei Estadual nº 13.798/2009), na qual o Estado se compromete a implantar o ZEE no estado de São Paulo.
Em 2012, o “novo Código Florestal” (Lei Federal nº 12.651/2012) reforçou a necessidade de formulação do Zoneamento Ecológico-Econômico e determinou o prazo de cinco anos para que os estados o elaborassem. Complementarmente, o Decreto Estadual nº 61.792/2016, que regulamenta a Lei Estadual nº 15.684/2015, sobre o Programa de Regularização Ambiental – PRA, definiu que a localização das áreas de Reserva Legal deve considerar as áreas indicadas no ZEE para a conservação da biodiversidade e para a execução de projetos de recomposição ambiental.
Para dar prosseguimento aos trabalhos do ZEE-SP, foi criado, por meio da Resolução SMA nº 14/2016, o Grupo de Trabalho do Sistema Ambiental Paulista – GT SAP-ZEE – responsável pela coordenação e o desenvolvimento de atividades relativas à formulação do Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado de São Paulo. Este grupo, composto por 132 membros, subdivide-se em grupos temáticos: Biodiversidade, Água, Solo, Ar, Clima e Socioeconomia, Demografia e Infraestrutura.
Em 25 de outubro de 2019, outro passo institucional importante foi dado pelo Estado de São Paulo, com a publicação do Decreto Estadual nº 64.526, que instituiu a Comissão Estadual do Zoneamento Ecológico-Econômico de São Paulo (CEZEE-SP). O decreto incumbiu à CEZEE-SP as atribuições de acompanhar a elaboração do ZEE-SP e contribuir com subsídios técnicos, apreciar e referendar a proposta de ZEE-SP e acompanhar sua implementação. Na época, a CEZEE-SP era composta por 12 Pastas: Secretaria de Governo, Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Secretaria de Desenvolvimento Regional, Secretaria da Justiça, Secretaria de Agricultura e Abastecimento, Secretaria de Logística e Transportes, Secretaria de Transportes Metropolitanos, Secretaria da Habitação, Secretaria da Saúde, Secretaria de Turismo, Casa Militar e Defesa Civil.
Em 2021, mais dois decretos relevantes e relacionados ao ZEE-SP foram promulgados: o Decreto Estadual nº 65.881/2021, que dispõe sobre a adesão do estado às campanhas “Race to Zero” e “Race to Resilience” no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, e o Decreto Estadual nº 66.002/2021, que dispõe sobre a elaboração, a implementação, o acompanhamento e a revisão do ZEE-SP. O último determina que a instituição do ZEE-SP deve se dar por decreto e que sua revisão ocorrerá com periodicidade de dez anos, conforme estipula a Lei da PEMC. Determina, ainda, que os processos de elaboração e revisão das políticas públicas estaduais, assim como os processos de fiscalização, compensação, recuperação, restauração e licenciamento ambientais, deverão considerar as diretrizes e as estratégias apresentadas pelo ZEE-SP.
Em 30 de dezembro de 2022, o ZEE-SP foi legalmente instituído pelo Decreto Estadual nº 67.430/2022. Em 2023, após a publicação deste decreto, inicia-se a etapa de implementação do instrumento, voltada à articulação institucional e à disseminação de conhecimento, com o objetivo de promover a apropriação dos produtos e ferramentas do ZEE-SP por diversos públicos e, consequentemente, sua incorporação na tomada de decisão em diversos setores da sociedade.
Em 2 de abril de 2024, a Comissão Estadual do Zoneamento Ecológico-Econômico (CEZEE-SP) foi reorganizada pelo Decreto Estadual nº 68.418/2024. O decreto atualizou as denominações das secretarias que já compunham a comissão (alteradas no início de 2023 com a transição do governo) e incluiu 5 novas secretarias – Educação; Desenvolvimento Social; Ciência, Tecnologia e Inovação; Cultura, Economia e Indústria Criativas; e Fazenda e Planejamento. Assim, a composição da comissão passou a contar com 15 membros. O decreto de reorganização também incluiu novas atribuições para a Comissão, como a responsabilidade de internalizar as disposições do ZEE-SP nas políticas públicas das respectivas pastas e promover as articulações necessárias para a consecução de seus objetivos; monitorar, avaliar e aprimorar o ZEE-SP; além de formular relatórios anuais de acompanhamento e monitoramento.
Em 13 de novembro de 2024, a Casa Civil publicou uma Resolução designando os representantes titulares e suplentes das pastas na comissão e a reunião de posse dos novos representantes ocorreu em 19 de março de 2025.
* Os vídeos desta página foram produzidos e publicados no segundo semestre de 2021 e neles constam os cargos e nomenclaturas institucionais vigentes na época.
O que é o Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado de São Paulo e quais são seus objetivos?
Como o Zoneamento Ecológico-Econômico se relaciona com políticas ambientais e socioeconômicas
Dois aspectos inovadores do Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado de São Paulo
A RedeZEE-SP e suas funcionalidades
Plataformas de gestão e compartilhamento de informações ambientais e territoriais: Datageo e RedeZEE
A estrutura de governança do processo de construção do Zoneamento Ecológico-Econômico de SP
Como foi organizado na SIMA o processo de elaboração do Zoneamento Ecológico-Econômico de SP
Diagnóstico da Diretriz 1 – Resiliência às Mudanças Climáticas do Zoneamento Ecológico-Econômico SP
Diagnóstico da Diretriz 2 – Segurança Hídrica do Zoneamento Ecológico-Econômico de SP
Diagnóstico da Diretriz 5 – Redução das Desigualdades Regionais do Zoneamento Ecológico-Econômico
Diagnóstico da Diretriz 4 – Economia Competitiva e Sustentável do Zoneamento Ecológico-Econômico
O que são cenários e como estão inseridos no Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado de São Paulo?
A metodologia e a estratégia para a construção de cenários no Zoneamento Ecológico-Econômico de SP
Projeções climáticas no Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado de São Paulo
O Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado, a formulação e o aperfeiçoamento de políticas públicas
Primeiras iniciativas relacionadas a zoneamento na SIMA e os avanços metodológicos do ZEE-SP
Diagnóstico da Diretriz 3 – Salvaguarda da Biodiversidade do Zoneamento Ecológico-Econômico de SP
Participação social na construção do ZEE-SP: oficinas regionais e mesas de diálogo
Etapas da elaboração e de implementação do Zoneamento Ecológico-Econômico e os respectivos produtos
Experiências de ZEE estaduais: subsídios para a metodologia e a normatização do ZEE de São Paulo
Ganhos técnicos e desenvolvimento de capacidades no processo de elaboração do ZEE-SP
Discussão Pública – Zoneamento Ecológico-Econômico
Reunião Regional ZEE-SP: Grupo 1 – CBHs Mogi-Guaçu, Pardo, Baixo Pardo/Grande e Sapucaí-Mirim/Grande
Reunião Regional ZEE-SP: Grupo 8 – CBH Alto Tietê
Reunião Regional ZEE-SP: Grupo 7 – CBH Baixada Santista;
Reunião Regional ZEE-SP: Grupo 6 – CBH Ribeira do Iguape e Litoral Sul
Reunião Regional ZEE-SP: Grupo 2 – CBHs Aguapeí e Peixe, Paranapanema, Tietê-Batalha e Jacaré
Reunião Regional ZEE-SP: Grupo 3 – CBHs Baixo Tietê, São José dos Dourados e Turvo/Grande
Reunião Regional ZEE-SP: Grupo 4 – CBHs Alto Paranapanema e Sorocaba/Médio Tietê
Reunião Regional ZEE-SP: Grupo 5 – CBH PCJ
Reunião Regional ZEE-SP: Grupo 9 – CBHs Mantiqueira, Paraíba do Sul e Litoral Norte.
ZEE – SP – Mesa de Diálogo – ANAMMA
ZEE – SP – Mesa de Diálogo – Entidades da sociedade civil
ZEE – SP – Mesa de Diálogo – FIESP e FAESP
ZEE – SP – Mesa de Diálogo – FIESP
ZEE – SP – Mesa de Diálogo – Academia e Institutos de Pesquisa
Lançamento do programa de capacitação de municípios – ZEE-SP
Diálogo sobre o ZEE-SP: possibilidades de aplicação em políticas públicas da SEMIL, SAA e SDUH
Playlist de vídeos sobre ZEE
Informativos sobre o desenvolvimento dos trabalhos do ZEE:
- IMPLEMENTAÇÃO DO ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO DO ESTADO DE SÃO PAULO: O PRIMEIRO ANO DE EXECUÇÃO DO PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DE MUNICÍPIOS, trabalho apresentado no V Simpósio Interdisciplinar de Ciência Ambiental (SICAM), em outubro de 2024, em São Paulo.
- ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO DO ESTADO DE SÃO PAULO: INTENÇÕES, CARACTERÍSTICAS E PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO, trabalho apresentado no XXI Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional (ENANPUR), em maio de 2025, em Curitiba (no prelo).
- ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO DO ESTADO DE SÃO PAULO: CONTRIBUIÇÕES AO PLANEJAMENTO URBANO E AMBIENTAL NAS ESCALAS LOCAL E REGIONAL, trabalho aprovado para ser apresentado no XVII Seminário Internacional de Investigação em Urbanismo, em agosto de 2025, em Campinas (no prelo).
A França é um país de referência no assunto. Convidamos a consultar o “Texto de Referência em Planejamento e Gestão Territorial”, documento norteador elaborado pelo Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão em 2006, no âmbito do projeto EUROBRASIL. Este documento apresenta o conceito de policentrismo e seu papel no desenvolvimento regional e descreve a política de ordenamento e desenvolvimento sustentável na França, entre outros elementos que nos convidam a refletir sobre a nossa realidade.
Também vale a pena conhecer os documentos produzidos na região de Provence-Alpes, Cotê d’Azur, tais como o Plano Regional de Gerenciamento e Desenvolvimento Sustentável do Território, que são orientações para a organização do espaço regional, compreendendo 4 volumes: o volume 1 apresenta o Preâmbulo; o volume 2 apresenta o Diagnóstico Estratégico e Prospectivo; o volume 3 trata das Orientações para uma Política de gerenciamento para o território regional; e o volume 4 se constitui num Caderno sobre os princípios e métodos para colocar em prática.
Outro documento interessante é o “Plano Regional de Coerência Ecológica” da mesma região de Provence-Alpes, o qual trata da integração das reservas e corredores ecológicos com os rios e reservatórios, a chamada trama verde-azul, conceito utilizado no planejamento urbano e que já tem sido aplicado no Brasil, como por exemplo na Região Metropolitana de São Paulo.
Recomendamos ainda conhecer o conceito de Avaliação de Impacto Territorial – TIA em inglês, por meio de texto da Comissão Européia: “Assessing Territorial Impacts: Operational guidance on how to assess regional and local impacts within the Commission Impact Assessment System”.
EUROPEAN COMMISSION. Assessing territorial impacts: Operational guidance on how to assess regional and local impacts within the Commission Impact Assessment System. Brussels, Belgium, 2013.
MINISTÉRIO DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO. Secretaria de Gestão. Departamento de Programas de Cooperação Internacional em Gestão. Comissão Europeia. Texto de Referência em Planejamento e Gestão Territorial. Brasília, DF: MPOG, 2006. Disponível em: < https://smastr16.blob.core.windows.net/portalzee/2016/12/Texto-de-Refer%C3%AAncia-em-Planejamento-e-Gest%C3%A3o-Territorial.pdf >. Acesso em: set. 2023.
PROVENCE-ALPES, COTÊ D’AZUR. Notre région à 2030. Préambule. Document adopté 26 juin 2015. Disponível em: < https://smastr16.blob.core.windows.net/portalzee/2016/12/PACA_vol-1_preambule.pdf >. Acesso em: set. 2023.
PROVENCE-ALPES, COTÊ D’AZUR. Notre région à 2030. Diagnostic Prospectif. Document adopté 26 juin 2015. Disponível em: < https://smastr16.blob.core.windows.net/portalzee/2016/12/PACA_vol-2_diagnostic.pdf >. Acesso em: set. 2023.
PROVENCE-ALPES, COTÊ D’AZUR. Notre région à 2030. La Charte: les orientations d’une Politique D’Amenagement Durable pour le Territoire Regional. Document adopté 26 juin 2015. Disponível em: < https://smastr16.blob.core.windows.net/portalzee/2016/12/PACA_vol-3_sraddt_charte.pdf >. Acesso em: set. 2023.
PROVENCE-ALPES, COTÊ D’AZUR. Notre région à 2030. Principes et méthodologie de Mise en Œuvre. Document adopté 26 juin 2015. Disponível em: < https://smastr16.blob.core.windows.net/portalzee/2016/12/PACA_vol-4_sraddt_mise_en_oeuvre.pdf >. Acesso em: set. 2023.
PROVENCE-ALPES, COTÊ D’AZUR. Schéma Régional de Cohérence Écologique. Diagnostic & Plan d’action stratégique Juillet 2014. Disponível em: < https://smastr16.blob.core.windows.net/portalzee/2016/12/Plano-Regional-de-Coer%C3%AAncia-Ecol%C3%B3gica.pdf >. Acesso em: set. 2023.
Aqui está relacionada a bibliografia utilizada como referência para a fundamentação conceitual e metodológica do Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado de São Paulo.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Zoneamento Ecológico-Econômico: base para o desenvolvimento sustentável do Estado de São Paulo. Seminário de 12 a 14 de dezembro de 2011 [recurso eletrônico]. São Paulo: SMA, 2012. 224 p., il. Color. Disponível em:< https://smastr16.blob.core.windows.net/portalzee/2016/12/SAO-PAULO_SMA_Semin%C3%A1rio-ZEE-SP.pdf >. Acesso em: set. 2023.
BRASIL. Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Ministério do Meio Ambiente. Detalhamento da metodologia para execução do Zoneamento Ecológico-Econômico pelos estados da Amazônia Legal. Brasília, DF: MMA/SAE, 1996. 40 p. Disponível em: < https://smastr16.blob.core.windows.net/portalzee/2016/12/BECKER_EGLER_Metodologia-ZEE-Amazonia-Legal.pdf >. Acesso em: set. 2023.
SODRÉ, M. G. Zoneamento Ecológico-Econômico e Zoneamento Costeiro: algumas polêmicas jurídicas. In: GRANZIERA, M. L. M.; GONÇALVES, A. (orgs.). Os problemas da zona costeira no Brasil e no mundo. Santos: Editora Universitária Leopoldianum, 2012. pp. 116-140. Disponível em: < https://smastr16.blob.core.windows.net/portalzee/2016/12/SODRE_Zoneamento-Ecologico-Economico-e-Zoneamento-Costeiro-algumas-pol%C3%AAmicas-juridicas.pdf >. Acesso em: set. 2023.
EGLER, C. A. G.; DE FREITAS, A. Dinâmica territorial. Estudos Emplasa. Série Território. Volume 6. São Paulo: Emplasa/Cebrap, 2011. 106 p. il. Disponível em: < https://smastr16.blob.core.windows.net/portalzee/2016/12/EGLER_Dinamica-territorial.pdf >. Acesso em: set. 2023.
EGLER, C. A. G. Dinâmica territorial e seus rebatimentos na organização regional do estado de São Paulo. Revista Confins, 19, 2013. Disponível em: < https://smastr16.blob.core.windows.net/portalzee/2016/12/EGLER_Din%C3%A2mica-territorial-e-seus-rebatimentos-na-organiza%C3%A7%C3%A3o-regional-do-estado-de-S%C3%A3o-Paulo.pdf >. Acesso em: set. 2023.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável. Diretoria de Gestão Ambiental e Territorial. Caderno de Referência. Subsídios ao Debate. Programa Zoneamento Ecológico-Econômico. Subprograma de Políticas de Recursos Naturais. Brasília: MMA/SDS, 2006. Disponível em: < https://smastr16.blob.core.windows.net/portalzee/2016/12/Caderno-de-Refer%C3%AAncia-PZEE_MMA.pdf >. Acesso em: set. 2023.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável. Diretrizes Metodológicas para o Zoneamento Ecológico-Econômico do Brasil. 3ª edição Revisada. Brasília: MMA/SDS, 2006. Disponível em:< https://smastr16.blob.core.windows.net/portalzee/2016/12/BRASIL_Diretrizes-Metodologicas-ZEE-Brasil.pdf >. Acesso em: set. 2023.
LIMA, A. Zoneamento Ecológico-Econômico à luz dos direitos socioambientais. Curitiba: Juruá Editora, 2006.
1. O que é o Zoneamento Ecológico-Econômico de São Paulo (ZEE-SP)?
O Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE-SP) é uma política pública para contribuir com o desenvolvimento sustentável do estado de São Paulo. É um instrumento técnico e político que estabelece diretrizes de ordenamento e gestão, considerando as características ambientais e a dinâmica socioeconômica das diferentes regiões do território. O ZEE-SP apresenta um conjunto de diretrizes aplicáveis a todo o estado ou a determinadas partes dele, a depender das condições ambientais e socioeconômicas também identificadas por esse instrumento. Essas diretrizes devem orientar importantes mudanças e adequações nas formas como a sociedade em geral – incluindo o setor privado, os governos municipais e estadual e outras instâncias de gestão – se relaciona com os bens ambientais, as mudanças climáticas e as desigualdades socioeconômicas.
2. Para que serve o ZEE-SP?
O ZEE-SP fornece subsídios à elaboração e implementação de diferentes políticas públicas em diversas áreas além da ambiental. Também deve ajudar a reorientar investimentos públicos e privados, para que financiem alternativas que não degradem ou poluam o meio ambiente e sejam socioeconomicamente mais justas.
3. De onde vem a necessidade do ZEE-SP?
A necessidade de se desenvolver o ZEE vem das Políticas Nacional e Estadual do Meio Ambiente (Lei Federal nº 6.938/1981 e Lei Estadual nº 9.509/1997) e da Política Estadual de Mudanças Climáticas (Lei Estadual nº 13.798/2009). Essas leis definiram o que o Estado e os governos federal e estaduais devem executar visando a formas de desenvolvimento mais sustentáveis, tanto em termos ambientais, como socioeconômicos. O zoneamento ambiental é uma das estratégias para isso e, mais especificamente, o ZEE-SP é um meio de buscar esse objetivo mais estrutural no estado de São Paulo.
4. Há outras definições, regras e regulamentações que tenham relação direta com o ZEE-SP?
Sim e todas reforçam as mesmas preocupações, sobretudo em relação às mudanças climáticas. São elas: as Políticas Nacional e Estadual de Meio Ambiente, o Decreto Federal nº 4.297/2002, a Política Estadual de Mudanças Climáticas, o Decreto Estadual n° 64.526/2019, que institui a CEZEE-SP, o Decreto Estadual n° 65.881/2021, sobre a adesão do Estado de São Paulo às campanhas “Race to Zero” e “Race to Resilience” e o Decreto Estadual n° 66.002/2021, que dispõe sobre a elaboração, a implementação, o acompanhamento e a revisão do ZEE-SP.
5. O que orienta o ZEE-SP?
O ZEE-SP se orienta por cinco diretrizes estratégicas para São Paulo continuar se desenvolvendo, mas de forma mais sustentável, equilibrada em termos ambientais e mais justa em termos socioeconômicos. Elas visam a um estado:
i) mais adaptado e resistente aos efeitos das mudanças climáticas e seus eventos extremos;
ii) com maior capacidade de assegurar o acesso de sua população à água de boa qualidade e em quantidade suficiente;
iii) que proteja e conserve a diversidade de formas de vida na natureza que ainda há em seu território;
iv) que mantenha sua economia competitiva, tanto quanto sustentável, reduzindo seus impactos ambientais, evitando geração excessiva de resíduos e poluição, e promovendo maior equidade social e qualidade de vida;
v) que reduza as desigualdades entre suas diferentes regiões.
6. Como foi construído o ZEE-SP?
O ZEE-SP foi construído a várias mãos, contando com o envolvimento de agentes de todas as regiões do estado de São Paulo. Desde a equipe técnica e dirigentes de órgãos públicos das várias secretarias de governo, até cidadãos e cidadãs de diversos setores da sociedade civil interessados nos temas necessários para desenvolver o estado em bases mais sustentáveis, passando por especialistas, pesquisadores e pesquisadoras.
7. Houve algum tipo de contratação para ajudar na construção do ZEE-SP?
Sim, foram contratadas consultorias técnicas, especializadas em zoneamentos ambientais. Elas deram suporte operacional à construção da proposta de Zoneamento Ecológico-Econômico para o Estado de São Paulo, à caracterização da dinâmica de ocupação do território, ao desenvolvimento de proposta metodológica aplicada ao ZEE-SP, à evolução da arquitetura ou desenho geral do zoneamento e do DATAGEO (que é uma plataforma tecnológica repleta de camadas de inúmeros dados do estado de São Paulo dispostos em mapas) e ao desenvolvimento da RedeZEE-SP.
8. Quem coordenou o processo de elaboração do ZEE-SP?
O ZEE-SP foi coordenado pela então Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, por meio da Coordenadoria de Planejamento Ambiental, responsável pela articulação institucional e pela consolidação dos subsídios técnicos junto à Comissão Estadual do ZEE-SP (CEZEE-SP). Essa comissão é o espaço no qual representantes de diferentes secretarias de governo se encontram para disponibilizar e trocar informações e dados, assim como definir encaminhamentos sobre como desenvolver o ZEE-SP.
9. O ZEE-SP foi construído a partir de alguma metodologia?
Sim. A metodologia para a formulação do ZEE-SP teve como base o documento “Diretrizes Metodológicas para o ZEE do Território Nacional” (MMA/SDS, 2006), bem como a fundamentação conceitual estabelecida por Bertha Becker e Cláudio Egler (SAE/PR; MMA, 1997).
10. Quais foram as etapas do processo de elaboração do ZEE-SP?
A elaboração do ZEE-SP se atentou para 4 etapas:
i) Planejamento, com a definição de estratégias de ação, identificação de demandas, mobilização de recursos e consolidação do projeto;
ii) Diagnóstico, com a caracterização de meio físico/biótico, da dinâmica socioeconômica e da organização jurídico-institucional;
iii) Prognóstico, com a identificação das tendências de dinâmicas territoriais no horizonte de 2040 e a elaboração de projeções climáticas no horizonte de 2020 a 2050; e
iv) Subsídios à implementação, com a análise territorial integrada dos produtos concebidos nas etapas anteriores, que possibilitaram a proposição do zoneamento.
11. O ZEE-SP prevê a divisão do estado em zonas e determina o que ode ou não pode fazer nelas?
O ZEE-SP tem um mapa com diferentes zonas, mas não é um instrumento de comando e controle, que define regras e proíbe atividades em cada uma delas. Seu objetivo não é restringir quaisquer atividades, mas sim reorientá-las na direção de serem cada vez menos degradantes ambientalmente e cada vez mais justas do ponto de vista socioeconômico. O mapa contém zonas de gestão, constituídas por Regiões Administrativas (RAs) ou grupos de RAs com aspectos ambientais e socioeconômicos similares, que têm pela frente desafios e potencialidades parecidos em termos ambientais e socioeconômicos. Para lidar com tais desafios apontados pelos indicadores e aproveitar melhor as potencialidades identificadas pelo ZEE-SP, suas zonas também apresentam uma série de diretrizes aplicáveis, distribuídas em 13 temas.
12. Como as zonas do ZEE-SP foram definidas?
As zonas do ZEE-SP foram definidas a partir de semelhanças das regiões do estado em termos de condições ambientais e socioeconômicas expressas nos diferentes indicadores utilizados na construção do ZEE-SP. Esse zoneamento se baseia na análise territorial integrada de cartas-síntese (mapas que apresentam como cada parte do estado está em relação aos indicadores ambientais e socioeconômicos usados, e retratam seu grau de alcance das diretrizes estratégicas do ZEE), do relatório socioeconômico, dos cenários e das projeções climáticas (ambos, cenários e projeções, lançam um olhar sobre como o estado de São Paulo pode estar num futuro próximo, caso não mudemos nossa forma de desenvolvimento). A partir dessa análise, foram identificadas Regiões Administrativas (RA) ou grupos de RA com similaridades ambientais e socioeconômicas, bem como os principais desafios enfrentados por cada uma delas e potencialidades a serem aproveitadas. Tudo isso deu suporte para a proposição do zoneamento do ZEE-SP.
13. Por que os limites das Regiões Administrativas (RA) ou grupos de RA definem as zonas do ZEE-SP?
Porque as RA são uma forma de dividir e “enxergar” o estado que é reconhecida por diferentes agentes sociais que desenvolvem políticas públicas. Esta forma de dividir o estado em partes (agregação político-administrativa) favorece a organização de atividades de planejamento e gestão de políticas e programas públicos, e também viabiliza a gestão integrada.
14. O que mais o ZEE-SP contém?
O ZEE-SP também é composto por um conjunto de materiais que explicam detalhadamente como aquele conhecimento todo está organizado e para que ele pode servir. São documentos como o Resumo Executivo, o Decreto que o institui, o Mapa das Zonas de Gestão, o Zoneamento e Diretrizes Aplicáveis, além das Notas Técnicas das Cartas Síntese, do Levantamento Socioeconômico, dos Cenários, das Projeções Climáticas, da RedeZEE-SP e da Análise Integrada.
15. A diretriz Economia Competitiva e Sustentável não foi representada nas cartas síntese. Por quê?
A “forma de representação” carta-síntese traria uma limitação para representar e sintetizar a economia diversa do estado de São Paulo e suas condições de competitividade e de sustentabilidade em um mapa (ou conjunto de mapas). Portanto, optou-se pela elaboração de um relatório com a caracterização socioeconômica das diferentes regiões do estado e uma descrição das principais atividades econômicas das suas 16 Regiões Administrativas (RA). Esse enfoque transversal contribuiu para sinalizar o que há de forças e de desafios socioeconômicos do estado. Posteriormente, ajudou a traçar suas relações com potencialidades e vulnerabilidades ambientais.
16. O que é a RedeZEE-SP?
A RedeZEE-SP é uma Plataforma Integrada voltada para a gestão e integração de informações territoriais, que permite a articulação de dados e a integração de atores e temáticas ambientais e socioeconômicas. Ela disponibiliza uma porção de mapas, cada um contendo dados ambientais e socioeconômicos do território paulista.
17. O ZEE-SP será atualizado?
A análise integrada dos produtos do diagnóstico e do prognóstico será atualizada a cada quatro anos e dará subsídios à revisão do zoneamento e das diretrizes aplicáveis, que ocorrerá a cada dez anos.
18. Qual a diferença entre o Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado (ZEE-SP) e o Zoneamento Ecológico-Econômico Costeiro (ZEEC)?
Embora ambos sejam formas de zoneamento ambiental e terem nomes parecidos, são diferentes em aspectos importantes e expressam diferentes graus de disciplinamento do território. O ZEEC é um tipo e zoneamento que podemos chamar de “comando e controle”, ou seja, possui como “comando” um conjunto de regras que define usos e atividades permitidas com maior ou menor permissividade em cada porção do território (zona), que todos (governos locais, setor privado, moradores) têm a obrigação de obedecer. Já o ZEE-SP é um tipo de zoneamento que apresenta orientações na forma de diretrizes aplicáveis. A indicação dessas diretrizes aplicáveis depende das condições ambientais e socioeconômicas que cada zona do ZEE-SP apresenta. Assim, o ZEE-SP se implementa na medida em que governos locais, setor privado e a sociedade em geral sejam capazes de corresponder diretamente às diretrizes aplicáveis, responder de alguma forma aos indicadores e, no limite, às diretrizes estratégicas (mais amplas) do ZEE-SP. Resumindo, o ZEEC dá comandos que vinculam o licenciamento e a fiscalização ambiental, os investimentos públicos e privados, e a formulação de políticas públicas. O ZEE-SP fornece dados e informações que expressam desafios e potencialidades, além de sugerir e recomendar o que todos podem fazer de fato.
19. Por que o ZEEC e o ZEE são diferentes, então?
Porque suas bases legais são diferentes. O ZEEC tem como base o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (Lei no 7.661, de 16 de maio de 1988) e a Política Estadual de Gerenciamento Costeiro (Lei Estadual 10.019/1998), que respondem à necessidade de disciplinar e racionalizar a utilização do território e implementar o zoneamento específico para a zona costeira, em razão de suas características peculiares.
20. Os indicadores utilizados para elaboração das cartas síntese não foram os mesmos utilizados para os cenários de cada diretriz estratégica. Por quê?
Um número menor de indicadores foi retratado nos cenários por conta da metodologia específica utilizada para a elaboração de Cenários, baseada em Michel Godet, com o suporte do software MICMAC. Por meio dessa metodologia é possível definir quais variáveis têm maior poder de influência ou dependência em relação às demais, partindo-se de um conjunto maior de variáveis relacionadas a cada diretriz estratégica. Uma vez definidas essas variáveis, foram selecionados indicadores representativos que consideraram, entre outros critérios, a abrangência espacial da informação para o território do estado e os registros temporais mínimos para que a projeção fosse viabilizada.
21. Se já existem inúmeros instrumentos de ordenamento territorial, por que criar mais um?
Existem diversas legislações que impõem a elaboração de instrumentos de ordenamento territorial e cada um deles tem um objetivo específico. O importante é que eles sejam compatíveis entre si e respeitem a especificidade dos demais.