08/07/2025

Estação Ecológica de Jataí, uma das mais afetadas por queimadas em 2024, sediou treinamento da Operação SP Sem Fogo

A Fundação Florestal (FF), vinculada à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil), realizou nesta terça-feira (8) um treinamento intensivo de prevenção e combate a incêndios florestais na Estação Ecológica de Jataí, em Luiz Antônio, uma das unidades de conservação mais afetadas por queimadas em 2024.

A capacitação faz parte da Operação SP Sem Fogo, força-tarefa coordenada pelo Governo do Estado para ampliar a preparação das equipes durante o período crítico de estiagem. Participaram cerca de 35 profissionais, entre gestores e colaboradores da Fundação Florestal, brigadistas e integrantes da Defesa Civil. A programação incluiu aulas teóricas, simulações de sala de situação, abertura de aceiros, formação de equipes de resposta e o uso controlado do fogo como ferramenta de manejo ambiental.

A realização do treinamento na Estação Ecológica de Jataí tem um peso simbólico e estratégico: em 2024, a unidade enfrentou dois incêndios criminosos, que mobilizaram uma força-tarefa composta por 376 profissionais e receberam investimentos superiores a R$ 18 milhões em tecnologia, capacitação e infraestrutura. Apesar dos danos, a área já apresenta sinais de regeneração natural acelerada, o que reforça a importância de ações preventivas e do preparo contínuo das equipes para proteger os ecossistemas mais vulneráveis.

“Investir em inteligência climática, presença territorial, capacitação contínua e tecnologia de alta precisão é fundamental para proteger efetivamente nossos patrimônios naturais e as zonas de amortecimento no entorno”, afirmou o diretor-executivo da Fundação Florestal, Rodrigo Levkovicz.

Reforço estrutural

Além das ações de capacitação em campo, a Fundação Florestal tem reforçado a estrutura da Operação SP Sem Fogo para 2025, com um investimento total de R$ 11 milhões. O objetivo é fortalecer tanto as medidas preventivas quanto o combate direto aos incêndios florestais em unidades de conservação do Estado. Os recursos permitiram a contratação de 57 brigadistas civis, além da aquisição de equipamentos estratégicos, como 12 motobombas, 1.100 ferramentas manuais, 200 mochilas costais, lanternas táticas, veículos 4×4 e quatro tanques flexíveis com capacidade para 20 mil litros cada, destinados ao abastecimento de água em regiões remotas.

A frota também foi fortalecida como parte desse esforço de ampliação da capacidade operacional, com a incorporação de cerca de 8 caminhões-pipa, 35 quadriciclos e 40 veículos leves, que se somam às 75 caminhonetes com motobombas já utilizadas pela Fundação Florestal. No monitoramento, tecnologias de ponta vêm sendo aplicadas para aumentar a eficiência no controle dos focos, como o uso de drones com câmeras termais e sistemas de alerta precoce, entre eles o SMAC (Sistema de Monitoramento e Alerta Climático) e o PANTERA, que detectam focos de calor em tempo real e são capazes de emitir alertas com até 24 horas de antecedência.
Todas essas frentes de atuação são coordenadas pela Sala SP Sem Fogo, centro de comando integrado à Defesa Civil, que consolida dados meteorológicos, imagens de satélite e relatórios das equipes de campo, permitindo uma resposta rápida e articulada a qualquer ocorrência.

Operação SP Sem Fogo

A Operação SP Sem Fogo é uma parceria entre as Secretarias de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), Segurança Pública e Defesa Civil do Estado. Além disso, conta com iniciativas e investimentos do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar Ambiental, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), além da própria Semil e de suas vinculadas: Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e Fundação Florestal (FF).

Para cumprir seus objetivos, a Operação São Paulo Sem Fogo desenvolve uma série de atividades de forma permanente ao longo do ano, divididas em fases (verde, amarela e vermelha), conforme as necessidades e priorizações de cada período.