
08/08/2025
O encontro tratou também de metas de descarbonização até 2050, avanços na matriz energética e incentivos ao mercado de biometano no estado
A Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrtura e Logística (Semil) apresentou nesta quarta-feira (7) um conjunto de ações estratégicas voltadas à redução das emissões de gases de efeito estufa nos setores de energia e transporte — responsáveis por cerca de 60% das emissões brutas do estado. A apresentação ocorreu durante a 3ª Reunião Ordinária do Conselho Estadual de Mudanças Climáticas (CEMC), coordenada pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil).
O encontro também destacou os avanços da Comissão Temática de Planejamento e abordou medidas voltadas à melhoria da qualidade do ar, com ênfase no trabalho técnico da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). “Temos que ter orgulho do trabalho técnico que vem sendo desenvolvido pela Companhia. Seguimos atuando de forma contínua no monitoramento e no controle da qualidade do ar, sempre com base em dados oficiais e rigor técnico, para orientar ações que garantam um ambiente mais saudável para a população”, afirmou a secretária da Semil, Natália Resende.
Caminhos para a neutralidade de carbono
As iniciativas apresentadas fazem parte da estratégia do estado para alcançar a meta de emissões líquidas zero até 2050. Um dos principais instrumentos para isso é o Plano Estadual de Energia 2050, elaborado em parceria com a USP e já aprovado pelo Conselho Estadual de Política Energética. O plano propõe soluções como o aumento do uso de biometano, biocombustíveis e eletrificação da frota, especialmente no transporte coletivo e de cargas.
A apresentação também reforçou a liderança paulista no uso de energia limpa. Atualmente, 59% da matriz energética do estado é composta por fontes renováveis — superior à média nacional (50%) e muito acima da média global (14%). No caso da matriz elétrica, 96% da energia consumida em São Paulo é renovável.
O estado também ocupa posição de destaque nacional na geração distribuída de energia solar, com ênfase em micro e minigeração (até 5 MW), e conta com infraestrutura robusta de gasodutos, que favorece a expansão do uso de biometano.
As ações em curso estão alinhadas à elaboração do Plano Paulista Decenal de Energia (PPDE 2034), atualmente em desenvolvimento. O documento detalhará os investimentos e políticas necessários para garantir a segurança energética e viabilizar a transição para uma economia de baixo carbono ao longo dos próximos dez anos.
Incentivo ao biometano
Outro tema abordado durante o encontro foi o fomento ao mercado de biometano, que tem ganhado atenção crescente nas políticas ambientais do estado. O Governo de São Paulo tem ampliado iniciativas voltadas à expansão desse setor, com destaque para o Conecta Biometano — um aplicativo que já reúne mais de 100 empresas e conecta diferentes elos da cadeia produtiva em um ecossistema dinâmico e descentralizado.
Além disso, está em fase de consulta pública a proposta de criação do Certificado de Garantia de Origem, que visa assegurar a rastreabilidade e autenticidade do biometano produzido e consumido em São Paulo. O objetivo é agregar valor ao produto e aumentar sua atratividade no mercado, estimulando a produção local e o desenvolvimento de soluções energéticas mais sustentáveis.